Review Redmi Note 12 Pro+: o novo padrão na gama média

Mónica Marques

13 agosto 2023, 16:51

Tempo de leitura: 8 min.

Desafiaram-me a testar o trio da série Redmi Note 12 e para completar a trilogia apenas me faltava o modelo mais avançado: o Note 12 Pro+. O ponto de partida para este teste, como não podia deixar de ser, é: de que forma este modelo justifica o título Pro+?

Ainda que tenha algumas das especificações dos outros modelos desta série, o Note 12 Pro+ conta com atributos, à partida, que garantem que tem lugar num patamar mais elevado que os seus congéneres.

Nas últimas semanas, coloquei-o à prova com todas as ações pelas quais “os seus irmãos” já tinham passado, agora conto-te como se comportou e, sobretudo, se se destacou.

Unboxing e primeiras impressões

imagem de todos os elementos presentes na caixa do Redmi Note 12 Pro+

Tal como os outros modelos da série, também o Redmi Note 12 Pro+ inclui na sua caixa uma capa protetora transparente, um cabo de carregamento e, o melhor de tudo, um adaptador de 120 watts. Sim, esta é uma das características diferenciadoras que justifica, em pleno, o Pro+ do seu nome.

O design é também discreto e elegante com o painel traseiro Midnight Black a apresentar um brilho capaz de mostrar o nosso reflexo. Literalmente! Um ponto a favor e um negativo, neste aspeto.

Seria de esperar que todo este brilho o tornasse um pouco escorregadio demais para as mãos. Mas, de forma surpreendente e positiva, não é esse o caso. Quando o seguramos sentimos segurança e não receamos pousá-lo numa superfície plana. Consideramos inclusive não fazer uso da capa protetora fornecida na caixa, até porque quando a colocamos aquele preto brilhante perde todo o impacto.

Pelo lado “menos bom”, o brilhante é sinónimo de dedadas visíveis. Efetivamente, ficam marcadas, mas também são muito fáceis de limpar (e desaparecer) com uma passagem rápida com um pano ou uma t-shirt. O algodão funciona.

Por outro lado, a estrutura de linhas direitas também facilita o segurar e manuseamento do smartphone. No entanto, são necessárias as duas mãos para fazer qualquer ação no ecrã. O painel grande, de 6,67 polegadas, aliado ao peso de 210,5 gramas deste modelo dificultam operações com uma só mão.

A construção é robusta e, na minha opinião, um pouco acima da média do que é habitual encontrar no segmento médio em que está posicionado. Parece também capaz de resistir às cicatrizes ganhas com o passar do tempo de utilização.

Em resumo, é elegante e discreto com uma construção robusta, mas não tem um charme irresistível. Talvez em outra cor, a sedução à primeira vista aconteça.

Bom ecrã e finalmente o áudio acompanha a qualidade de imagem

O Redmi Note 12 Pro+ traz consigo um ecrã grande de 6,67 polegadas que fornece uma resolução de 2400x1080 pixéis, 900 nits de brilho e uma taxa de atualização de 120 Hz. As especificações colocam-no a par dos seus congéneres de gama média, mas a visualização de conteúdos neste ecrã conta uma história diferente.

Se os outros modelos da série têm um bom ecrã, este Redmi tem um painel Pro+. É uma delícia visualizar conteúdos neste painel, sejam vídeos das redes sociais, do YouTube ou mesmo um episódio da nossa série de eleição. Lida bem com cenários escuros, nos quais os outros dois modelos da série mostraram alguma dificuldade, sem ser necessário aumentar o brilho.

Fornece detalhe e cores reais e vivas em qualquer conteúdo. Neste ponto a Xiaomi mostra (e bem) a sua mestria em fazer ecrãs de qualidade. Para modelo de gama média, o ecrã tem “ares” e desempenho de premium.

Outra boa surpresa foi a qualidade sonora deste Note 12 Pro+. Nos restantes modelos desta série, esse é o calcanhar de Aquiles, mas aqui não. Conseguimos ouvir a nossa playlist de música com clareza, as vozes dos artistas destacam-se e aquele timbre característicos das colunas de smartphones está bem dissimulado. Ainda falta alguma profundidade ao som, mas em comparação com os “irmãos”, o Redmi Note 12 Pro+ é ótimo e faz jus ao seu estatuto de modelo mais avançado.

Bom desempenho acima do segmento de gama média

O Redmi Note 12 Pro+ tem aos comandos o processador MediaTek Dimensity 1080 que conta com comunicações 5G. Este último ponto é muito bem-vindo porque significa que o modelo está preparado para dar o salto para o próximo padrão de comunicações móveis a ser massificado.

Mas o chip MediaTek destaca-se por “dar corpo” a um bom desempenho na generalidade das tarefas que são solicitadas diariamente a este terminal, numa utilização dita normal. Por outras palavras, para o utilizador comum, cuja exigência está ao nível de muita navegação no browser, redes sociais, verificação de emails, entre outras ações semelhantes, o modelo fornece um desempenho acima do segmento em que está posicionado. Mais uma vez faz jus ao nome Pro+.

Mas se o colocamos à prova com alguns jogos mais exigentes, já sentimos alguma resistência. Consegue cumprir a tarefa, mas com alguns solavancos à mistura. As boas notícias é que este modelo não aquece, nem mesmo quando se depara com estas tarefas mais exigentes.

Quanto à sua configuração, testámos o modelo de 8 GB de memória RAM com 256 GB de armazenamento interno. Este é também a única opção disponível no mercado português. Tendo em conta o segmento médio em que se encontrava, a Xiaomi podia ter disponibilizado uma variante de 6 GB+ 128 GB, só para os utilizadores não se verem confrontados apenas com uma opção que se torna obrigatória.

Câmara de 200 megapixéis não desilude, já o resto dos sensores…

Este é, talvez, um dos pontos que mais interesse pode despertar neste teste. Tudo porque o Redmi Note 12 Pro+ integra um sensor primário de 200 megapixéis, algo raro no segmento de gama média.

Para testar este trunfo, resolvi levar o terminal a dar um passeio para ver os resultados que me dava de paisagem urbana e Natureza. Imagens captadas e os resultados não desiludem com o Note 12 Pro+ a fornecer imagens com detalhe, boa saturação de cor e com nitidez suficiente para o olho humano deixar-se reter em alguns detalhes da imagem.

As imagens não transmitem aquele fator X de espetacularidade, mas superam as expetativas esperadas no segmento em que está integrado.

Uma nota adicional para explicar que por definição de fábrica (ou por defeito), o Note 12 Pro+ não grava imagens em 200 megapixéis. Usa antes o processo pixel binning para combinar q6 imagens numa foto de 12,5 MP de qualidade superior. Tudo para que o armazenamento interno não se esgote com apenas uma imagem.

Quanto aos restantes sensores de 8 e 2 megapixéis desta configuração ótica, bem… não têm o mesmo desempenho que o sensor primário. O ultra grande angular vai necessitar de uma boa iluminação para fornecer boas imagens e o sensor macro de dois megapixéis não traz nada de extraordinário.

Contas feitas, o Redmi Note 12 Pro+ é capaz de agradar a fotógrafos amadores que se dediquem a utilizar, quase em exclusivo, o sensor principal.

Bateria para um dia inteiro e carregamento total em menos de meia hora

Este modelo Redmi está equipado com uma bateria de 5.000 mAh. Esta fornece facilmente autonomia para o dia inteiro, mesmo que façamos uso do GPS, de um tempo mais demorado nas redes sociais e no browser e, até mesmo, se visualizarmos vídeos.

Os jogos mais exigentes conseguem drenar mais rápido a bateria, mas com uma utilização dita “normal”, aguenta o dia inteiro sem corrermos para uma ficha elétrica.

E agora outro dos grandes argumentos de venda deste modelo. O suporte para carregamento rápido de 120 watts. Em aproximadamente 15 minutos conseguimos carregar 60% da bateria e em menos de meia hora a sua totalidade.

Por outras palavras, podemos carregá-lo na totalidade de manhã enquanto nos arranjamos para ir para o trabalho. Naquela meia hora em que estamos a tentar despacharmo-nos e nem temos tempo de dar um vislumbre ao ecrã do smartphone. E isto é um atributo imbatível e (ainda) raro de encontrar no segmento de gama média. Aliás, mesmo no segmento premium alguns dos concorrentes da Xiaomi não conseguem oferecer esta velocidade de carregamento.

Notas finais

Tal como acontece com o Redmi 12 Pro, este modelo Pro+ é eficiente e bom em (quase) todos os pontos, mas não consegue deslumbrar ao ponto de não lhe conseguirmos resistir. No papel, conta com especificações superiores aos seus “irmãos” de série, mas, na prática, não se destaca de forma significativa do modelo Pro.

A seu favor tem vários argumentos. A qualidade de som é a melhor dos três modelos da série e a sua construção é também a mais robusta. Agora, está disponível por 499,99 euros em conjunto com o Xiaomi Watch S1 Active e, não há como negar, que esta é uma oportunidade muito boa para os seguidores desta marca.

Conta com comunicações 5G, portanto ganha o selo de prova ao futuro, sem ser necessário um investimento demasiado elevado.

Mais uma vez, senti que também ao Redmi Note 12 Pro+ falta “um bocadinho assim” para nos levar para o patamar de amor à primeira vista e vontade de empenhar “o anel de rubi” para que este modelo faça parte da nossa rotina diária.

É certo que é uma compra segura e que, pelas suas especificações, está a levar o segmento de gama média para um novo padrão. Mas falta aquele clique que nos eleva a patamares Pro+.