Co-inventor da entrada USB explica porque nunca foram reversíveis

António Guimarães
António Guimarães
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Há mais de 20 anos atrás, Ajay Bhatt e a sua equipa desenvolveram a entrada Universal Serial Bus ou USB como nós a conhecemos. Recentemente durante uma entrevista, Bhatt falou sobre o desenvolvimento da entrada de periféricos mais famosa do planeta.

Inclusive, falou sobre o calcanhar de Aquiles das entradas USB: não são reversíveis. Certamente já te encontraste na engraçada situação onde viras a entrada para um lado, não encaixa, viras para o outro, não encaixa. Eventualmente lá acabas por conseguir encaixar e ligar o que quer que seja, pensando "porque é que as pessoas que inventaram isto não fizeram os dois lados iguais?"

Bhatt explicou que a razão é muito simples: redução de custos. Hoje em dia é fácil termos acesso às recentes entradas USB-C, que são iguais dos dois lados e são mais práticas de utilizar. Contudo, temos de perceber nos anos 90, esse era um sonho distante.

Entradas USB reversíveis custariam o dobro

Em perspectiva, Bhatt admite que o padrão USB não é o mais prático de se utilizar pois não é reversível. No entanto, nos anos 90, era a única opção. Bhatt e a sua equipa precisavam de convencer as fabricantes de computadores a utilizar a sua norma.

Uma entrada USB reversível necessitaria do dobro dos fios e circuitos, duplicando o seu custo.

A entrada USB surgiu da necessidade de descomplicar

Em 1995, Bhatt fazia parte de uma equipa constituída por várias empresas como a Intel, IBM e Microsoft. A equipa tinha como objetivo simplificar a utilização de periféricos, eliminando os cabos específicos para cada um.

A situação que motivou mais Bhatt foi a necessidade de criar um cabo universal para ligar as impressoras aos computadores. Isto para ajudar membros da sua família a utilizar a impressora sem complicações.

Ajay Bhatt não ganhou um cêntimo com a sua invenção

Atualmente, Bhatt trabalha na Intel como Arquitecto-Chefe de Plataformas de Clientes. Aquando da invenção da entrada USB em 1995, o engenheiro lucrou absolutamente zero.

Verdade seja dita, ninguém lucrou com a criação do USB. A Intel, detentora da patente, decidiu fazer da tecnologia livre, onde até hoje qualquer empresa pode pegar no padrão USB e incluí-lo nos seus dispositivos sem pagar receitas à Intel ou a Bhatt.

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António Guimarães
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Juntamente com os seus atuais companheiros Mi A2 e Surface Go, batalha para elucidar as massas sobre todos os acontecimentos da esfera tecnológica. "Informação é poder" é a frase que o acompanha diariamente. Talvez um dia a coloque numa t-shirt.