APPLE vs FBI: Quem falará verdade?

Joel Santos
Joel Santos
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Há algum tempo para cá, o mundo tem sido espectador de uma picardia que tem existido entre a Apple e o FBI por o FBI alegar necessitar da marca da maçã para aceder a um iPhone de um terrorista.

O Departamento da Justiça revelou esta semana que encontraram uma nova forma de "hackear" o iPhone do atirador de San Bernadino sem que seja precisa a ajuda da marca de Cupertino.

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Se dúvidas existiam acerca da possibilidade do FBI necessitar da colaboração da Apple para conseguirem acesso ao iPhone deste atirador, ficaram agora mais esclarecidas. O FBI conseguiu, esta semana, uma ordem judicial que lhes permite tentar obter acesso ao conteúdo do terminal em causa até dia 5 de Abril. Contudo, esta agência governamental não avança com muito mais detalhes mas a Apple afirma que não sabe nenhuma novidade acerca deste assunto.

A Apple já tinha visto exigido pelo FBI que criasse uma nova atualização para o iOS que permitisse a esta agência de segurança aceder ao conteúdo deste terrorista. No entanto, a Apple respondeu negativamente, indeferindo o pedido.

Tudo não passa de uma campanha de marketing

Na minha óptica e acreditem que não sou um hater da Apple, todo este "escândalo" não passa de uma campanha de marketing. Numa altura em que a Apple vê os seus utilizadores e futuros clientes tecerem críticas à empresa de Cupertino por mostrar pouca evolução e pouca inovação a cada terminal lançado e tendo em conta que as pré-vendas do Samsung Galaxy S7 e S7 Edge superaram todos os recordes e espectativas, parece-me que a empresa da maçã sentiu necessidade de voltar às luzes da ribalta e gerar uma polémica em torno da importância dos seus utilizadores e da sua privacidade.

Na passada segunda-feira, durante a apresentação do iPhone SE, Tim Cook fomentou a segurança da sua nova atualização do iOS e prometeu que a companhia não iria voltar atrás no que respeita à privacidade de cada utilizador. Cook mostra portanto, uma posição firme no que respeita à privacidade dos utilizadores da sua marca.

Mas este filme será verdade?

Estas preocupações levadas a cabo pela empresa de Cook parecem-me realmente importantes e acredito que se deva louvar uma posição tão bem esculpida por Tim. Quanto ao FBI, duvido seriamente que não consigam entrar no iPhone do atirador de San Bernadino. Se a forma como obtêm as informações é legal? Bem... quanto a isso, não conheço bem a legislação desse tema mas, certamente, existe forma das autoridades acederem ao smartphone deste criminoso.

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"... O que me faz acreditar que é tudo fogo de vista..."

Mas o que me faz acreditar que é tudo fogo de vista é o facto de uma fonte nossa, em Abril de 2015, ter assistido a uma série de sessões sobre Ciências Forenses em que, numa dessas sessões, o orador Luís Maia, membro do Centro de Ciberprotecção da Universidade do Porto (com um longo currículo no mundo informático e que já pertenceu à polícia científica), afirmava que conseguia desbloquear um iPhone em poucos minutos. A nossa fonte não conseguiu precisar as informações ditas pelo orador mas acredita que tenha ouvido o orador dizer que conseguia desbloquear um iPhone bloqueado por 4 dígitos em 10 minutos.

Ainda que estes valores possam estar sensivelmente errados, tal comprova que um iPhone não é assim tão impenetrável. No caso de não se conseguir aceder directamente ao smartphone em questão, é possível aceder aos seus dados através de um processo técnico complexo (cópia de imagem do smartphone, etc).

Outra curiosidade que talvez não saibas e que foi revelado por Luis Maia foi o facto de através de um iPhone ser possível reconstituir cada local onde foram nos últimos 3 anos, mesmo mudando de cartão SIM ou de operadora. E se em Portugal temos pessoas capazes de tais proezas, será que a Federal Bureau of Investigation não tem meios semelhantes?

Acredito que não seja o único a ver um golpe publicitário em todo este filme. Acreditas no mesmo? Ou estarei enganado? Deixa-nos a tua opinião? Talvez queiras ver:

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