Apple deve deslocar a produção dos iPhone para fora da China

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 4 min.

A Apple é apenas uma da miríade de empresas cuja produção é feita na China. Não é segredo que os seus Apple iPhone são made in China, numa das suas várias fábricas e linhas de produção, sob a tutela de parceiros como a Foxconn, entre outras.

Perante a instabilidade social que se vive na gigante nação asiática, a produção dos modelos topo de gama da Apple, os iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max têm sido prejudicados seriamente pelos problemas nas fábricas.

O resultado? A escassez do produto no mercado, sobretudo na época natalícia.

Tensão na China leva Apple a procurar novas soluções para a produção dos iPhone

China Apple iPhone

Porém, é igualmente do conhecimento público, a vaga de protestos e inquietação civil que tem grassado na China perante novas vagas de isolamento forçado e demais políticas apertadas sob o pretexto de controlar a COVID-19.

São protestos que já não se viam há mais de três décadas, com tumultos a assolar o país desde meados do mês passado. Aliás, tal como demos a conhecer, ficando impossível de ignorar a escala, violência e adesão popular às ações de revolta.

Human’s crave freedom.We must stand with the people of China. God bless them.pic.twitter.com/mM8uzcHg8V

— Collin Rugg (@CollinRugg) 27 de novembro de 2022

Marchando contra um "opressor" vestido da cabeça aos pés de branco, a população chinesa deseja liberdade de circulação, voltar para casa, ir para o trabalho, poder caminhar sem estar confinado.

Chinese officials apologized after video posted online showed a scuffle between a man and officials in hazmat suits.The incident came amid protests across China over the country’s zero-COVID policy. https://t.co/1R8HmlQORT pic.twitter.com/rdzUHEM4kt

— ABC News (@ABC) 5 de dezembro de 2022

Pequim tem endurecido as medidas de repressão e controlo da população, com o combate à pandemia a ser a ratio de ação, mas sem que as suas ações tenham silenciado, até ao momento, os cidadãos.

A agitação, entretanto, já afetou várias fábricas dedicadas à produção dos Apple iPhone, entre outros produtos da maçã.

Apple prepara solução de produção fora da China

Video obtained by CNN shows violence in China at Foxconn, the world's largest iPhone factory. Workers are protesting unfair treatment, dirty living conditions, and chaotic Covid rules, as CNN's @selinawangtv reports. https://t.co/bDPQbz7rAG pic.twitter.com/UZvJb8gyRQ

— CNN (@CNN) 1 de dezembro de 2022

Segundo as informações avançadas pelo The Wall Street Journal, a Apple começa a preparar um deslocamento da produção para fora da China. A medida visará reduzir a dependência das fábricas localizadas em território chinês, exploradas pela Foxconn.

A estratégia estará a ser delineada para que a Apple possa deslocar, pelo menos parte, da produção dos equipamentos para fora da China. Atualmente a maior fornecedora e produtora de equipamentos tecnológicos, a China é a maior parceira da Apple.

Certo é, porém, que a China tem visto a sua posição como centro de produção a enfraquecer gradualmente. Em simultâneo, empresas como a Apple começam a considerar seriamente deslocar, pelo menos parte, da sua produção para outras nações.

"Cidade do iPhone" chegou a ser responsável por 85% de todos os Apple iPhone

YouTube censored coverage of an enormous protest at Foxconn, the world's largest technology manufacturer and iPhone factory located in Guangzhou, China.The video platform age-restricted the broadcast, hindering its potential reach.@bksundar @SCDisme @Brkt02435601 pic.twitter.com/O562c38axh

— Emma Harris (@EmmaHarris_90) 5 de dezembro de 2022

Porém, episódios de agitação social como os que abalaram a "Cidade do iPhone", o complexo industrial de produção dos Apple iPhone liderado pelo grupo Foxconn Technology terão alertado a tecnológica de Cupertino.

Recordamos o que ocorreu em Zhengzhou, na China, onde aproximadamente 300.000 trabalhadores operam numa fábrica gerida pela Foxconn para fabricar iPhones e outros produtos Apple.

Esta mesma fábrica de Zhengzhou foi palco de violentos protestes como os que podemos observar nas publicações de Twitter. Mais uma vez, os trabalhadores protestavam contra a opressão imposta pelo Partido Comunista Chinês sob a política de Zero Covid.

Por fim, tal como refere a Reuters, a situação na Cidade do iPhone estará controlada até ao início de janeiro. Os moldes exatos desta "reposição da ordem" não são integralmente conhecidos, mas esperamos que não signifiquem mais violência e repressão.

Apple supplier Foxconn expects to see full production resume at a COVID-hit China plant around late December to early January, after unrest at a major iPhone factory in Zhengzhou https://t.co/iztRM5aW8c pic.twitter.com/WaiDs2Hogb

— Reuters (@Reuters) 5 de dezembro de 2022

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.