YouTube aplica novas regras de moderação de vídeos

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 5 min.

A plataforma de partilha de vídeos, YouTube, tem estado debaixo de fogo depois de se tornar óbvio o quão ineficaz é a sua política de moderação de conteúdos. Só nas últimas semanas fomos contemplados com várias provas gritantes disso mesmo. Mas já agora, será que o YouTube consegue viver sem um escândalo ou drama? Agora, chegam novas regras para a moderação de vídeos. Mas há mais...

Veja-se o exemplo do Logan Paul, um dos mais influentes produtores de conteúdo que não equacionou as consequências que poderia advir da filmagem e apresentação de um cadáver. Uma das vítimas de suicídio, nas suas palavras "ainda fresco na árvore". O melhor de tudo? Depois de o seu vídeo ter sido retirado, nas tendências do Youtube não faltavam cópias do seu vídeo.

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Mas porquê olhar para o panorama internacional quando Portugal é o perfeito exemplo disso mesmo. Depois do último clássico de futebol que contrapôs o Benfica ao Sporting, nas tendências do YouTube figurava uma transmissão pirata. Esta seria posteriormente removida pelos motivos óbvios, tal como praticamente todos os vídeos do canal. Este dedicava-se à partilha das transmissões "piratas" dos jogos de futebol.

YouTube implementa novas regras de moderação de vídeos "Google Preferred"

É sabido que a política de moderação do YouTube é extremamente passiva e só entra em ação quando algum dos patrocinadores ou investidores vê os seus interesses comprometidos. Ou com um número considerável de denúncias e pedidos de revisão submetidos pelos espectadores.

Também não é segredo nenhum que os algoritmos de moderação automática estão longe de ser perfeitos. Por vezes escapa algum conteúdo para adultos, conteúdo que possa estar a infringir os direitos de autor de outrem ou conteúdo simplesmente inapropriado. Contudo, a maior parte destes casos nunca tem nem uma fração do alcance que teve o caso de Logan Paul. Não fosse este um dos criadores mais influentes em toda a plataforma com os seus Vlogs.

Tal como podem imaginar, esta plataforma de partilha de vídeos leva muito a sério todo o conteúdo gerado por estes 5%. Percentagem que reune os autodenominados youtuber's mais influentes. Conteúdo que é diretamente distribuído através dos canais de marketing e publicidade. São estes 5% que, com os seus conteúdos, possuem a capacidade de atrair ou afastar novos investidores para o YouTube. São eles os "Google Preferred". Serão agora vigiados de perto.

Ora, perante um vídeo no qual é apresentada uma vítima de suicídio, é sem surpresa que vemos várias marcas a querer afastar-se a todo o custo deste tipo de conteúdos. Conseguem imaginar alguma grande marca a patrocinar ou pagar para ter publicidades num destes vídeos? É, realmente parece improvável. Eis que entram em cena as novas regras.

Equipa de 10 mil funcionários para aplicar as novas regras no YouTube

O YouTube está assustado. Com boas razões para tal. Sem investidores o seu negócio cai por terra e para tal criou uma nova equipa com 10 mil funcionários. Sim, 10 mil seres humanos que reforçarão os mecanismos de inteligência artificial para moderar e patrulhar os novos vídeos.

Note-se que esta equipa só estará atenta ao conteúdo criado pela lista dos 5%, os criadores mais influentes. O controlo de todos estes vídeos passará a ser manual para precaver qualquer "embaraço" futuro que possa irritar os investidores.

Ao passo que isto pode efetivamente melhorar as relações entre o YouTube e os seus investidores, principalmente a curto prazo, os criadores de conteúdo podem não gostar assim tanto. Poderemos assistir a uma polarização entre a plataforma e os seus criadores de conteúdo.

De igual forma, vão aumentando as críticas e preocupações com a censura, sobre o family friendly e a constante preocupação com a desmonetização. Algo que é explicado em baixo, no vídeo que se segue. Em suma, o YouTube aplicará esta nova política e novas regras para a moderação de vídeos dos principais criadores.

YouTube pauta-se pelas novas regras dos vídeos "Family friendly"

Hoje em dia, todo e qualquer YouTuber ou criador de conteúdo, se quer retirar algum proveito financeiro com os seus vídeos tem que criar vídeos "family friendly". Conteúdo que em boa verdade seja amigo dos investidores, mais do que qualquer outra coisa. Aqui, para não variar, o YouTube tem algumas regras bastante difusas, sendo a sua classificação de conteúdo "familiar" um perfeito exemplo disso mesmo. Veja-se a página oficial da plataforma.

A aplicação móvel do YouTube terá, em breve, o "Modo Escuro"

Complementando as notícias em torno do YouTube, e não não estamos a falar de canais de "notícias no YouTube", estamos sim a falar das novidades para a sua aplicação. Agora, com a mais recente atualização da App, vemos que a plataforma quer mesmo aplicar o modo Escuro também à aplicação móvel.

Apesar de a grande maioria dos utilizadores utilizar o modo clássico, branco, para quem quiser, teremos também um Modo Escuro. A atualização ainda não foi distribuída para as aplicações de ambas as plataformas Android e iOS. Contudo, uma análise feita pelo pessoal da AndroidPolice revelou que o APK possuía esta nova UI em preto, praticamente pronta.

O "Modo Escuro" do YouTube será particularmente bom para os utilizadores de um dispositivo com ecrã OLED. Uma vez que este tipo de ecrãs consome menos energia ao apresentar os tons escuros, será uma boa forma de aumentar a autonomia. Além disso, o cansaço ocular também é reduzido ao apresentar cores menos fortes.

Ah, é verdade. Sem querer estragar o alegre estado de ignorância que se propaga pelos comentários, para o YouTube, um Like vale praticamente o mesmo que um Dislike. É meta-data. É engadgment, interação do público, interesse do espectador. O vídeo vai subir no ranking do YouTube. Fica a dica.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.