São as fabricantes líder de mercado e as suas ações ditam as tendências do setor. Decisões estratégicas como a remoção do carregador / adaptador USB da caixa dos telemóveis foram imitadas por grande parte das rivais, mas poderão as gigantes ousar baixar o preço dos seus próximos produtos? Há margem para tal agora que uma das mais sérias crises parece ter fim à vista.
Em causa está a escassez global de semicondutores. Agora, com o reforço da capacidade de produção em várias frentes e países, surgem os primeiros indícios de alívio. Os últimos anos trouxeram aumentos cumulativos no preço dos gadgets e dispositivos móveis, contribuindo para tal a escassez global de componentes.
Note-se, aliás, que esta falta de processadores e chips afetou desde a indústria automóvel até às mais variadas fabricantes de telemóveis. Não havia, simplesmente, oferta suficiente para os volumes de procura registados nos últimos anos. Felizmente, temos notícias algo animadores que podem trazer alterações ao mercado.
Escassez global de semicondutores será aliviada já em 2023
As previsões (otimistas) foram partilhadas no mais recente relatório da ANZ Economic Research Team que aponta o aumento da produção global já este ano. Mais concretamente, até ao final de 2022 os volumes de wafers e chips produzidos aumentarão entre 9% até 16%. Será um dos maiores aumentos anuais com ótimos prognósticos para a indústria automóvel e eletrónica.
Note-se que atualmente a produção destes componentes está concentrada em poucas fabricantes, sendo a TSMC, sediada em Taiwan, responsável pelo maior volume de produção mundial. Ou seja, uma só entidade é responsável pela maior fatia de mercado neste setor vital para a indústria global.
Entretanto, potências como os Estados Unidos da América têm dedicado, ainda que tardiamente, mais atenção e fundos para estimular a produção local destes componentes. Em simultâneo, vemos também algumas nações europeias como a França a tentar trazer para o coração da Europa alguma produção de semicondutores, ainda que tal esteja longe de surtir efeito.
Estados Unidos da América e Europa tentam estimular a produção local de chipsets
Ainda assim, vemos agora os analistas de mercado a emitir pareceres mais otimistas. Mais concretamente, esperam que já em 2023 os preços dos nossos dispositivos móveis possam baixar entre 4% até 8% num reflexo direto da maior oferta de chipsets.
Note-se, porém, que será o retomar da normal produção da TSMC a maior responsável pela chegada ao mercado de mais chipsets já no próximo ano. Até então, a fabricante sediada em Taiwan tem sofrido vários entraves desde a seca local (esta é uma indústria altamente exigente em água para arrefecimento), bem como o derrapar da economia global e a inflação que o acompanha.
Xiaomi e Qualcomm são algumas das principais parceiras da TSMC
Enquanto o resto do mundo tenta começar a produzir localmente novos semicondutores, a principal fabricante mostra sinais de recuperação e melhoria. Assim sendo, a TSMC poderá reduzir os custos de produção e aumentar os volumes entregues a parceiras como a Qualcomm e Xiaomi.
Por isso, é razoável esperar que também o preço do produto final possa baixar, ou pelo menos estabilizar em 2023. Agora, claro, só o passar do tempo dará razão, ou desmentirá, estas previsões animadoras.
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