Sentes falhas na rede elétrica? Talvez a culpa seja da mineração de Bitcoin!

Abílio Rodrigues
Abílio Rodrigues
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Por esta altura já todos estamos cientes da febre das criptomoedas e do seu impacto na escassez de stock de vários componentes de hardware informático, nomeadamente placas gráficas. Aquilo que talvez seja mais difícil de imaginar é que alguns sistemas para minerar Bitcoin e outras criptos gastam tanta energia que estão a deixar cidades inteiras às escuras.

No Irão as autoridades locais investigaram uma série de falhas na rede elétrica da capital Teerão, tendo chegado à conclusão que a causa eram várias quintas de mineração que consomem quantidades absurdas de eletricidade.

Mineração de criptomoedas deixa cidades às escuras

Claro está que não estamos a falar de sistemas de dimensões reduzidas operados por uma única pessoa interessada no mercado de moedas virtuais.

Estamos aqui a relatar a existência de operações industriais que operam um pouco por todo o mundo. No caso concreto de Teerão a cidade está a ser local privilegiado de atuação de grupos chineses que se mudaram para o país.

No Irão a eletricidade é produzida a um custo de 1.8 cêntimos de dólar por kilowatt-hora e vendida por um valor 10 vezes superior aos cidadãos. Os responsáveis por estas quintas de mineração conseguem aceder à rede elétrica por um preço de 2.2 cêntimos, preço que nem a China consegue bater.

A investigação das autoridades iranianas descobriu que existem 14 operações de mineração em grande escala no país, consumindo um total de 300 megawatts. Este valor pode ascender aos 450 megawatts caso as máquinas sejam colocadas no limite das suas capacidades.

Só este fator faz com que a cidade seja afetada por falhas de energia regulares, fenómeno que está a acontecer também noutros pontos do globo.

Mineração de cripto ajuda à escassez de placas gráficas

As placas gráficas usadas neste processo não foram necessariamente desenvolvidas especificamente para esse efeito. Tratam-se de GPUs convencionais, daqueles que descansam dentro do teu computador de trabalho ou dedicado a videojogos.

Em tempos mais recentes até computadores portáteis equipados com placas da série 30 da Nvidia tem sido usados para a mineração de cripto, com consequências visíveis a nível do stock.

A situação já é difícil graças ao cenário pandémico, mas a corrida à Bitcoin e outras criptomoedas está a deixar o mercado seco e os consumidores convencionais sem alternativas.

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Abílio Rodrigues
Abílio Rodrigues
Apaixonado por tecnologia desde que montou o seu primeiro computador, continua em fase lua-de-mel com tudo o que envolva um processador e permita umas sessões videolúdicas.