Os números do tráfego postal do último trimestre de 2024 revelam mudanças importantes no panorama dos CTT. Como revela a ANACOM, o tráfego total de objetos postais registou uma diminuição de 1,9% face ao período homólogo. Fixa-se agora nos 129,8 milhões de objetos. Mas o que este número esconde é uma transformação profunda na natureza dos serviços postais.
A correspondência, que representava 66,7% do tráfego total, sofreu uma queda de 4,6%. A publicidade endereçada também viu o seu volume diminuir em 7,5%. Em contrapartida, as encomendas continuam a crescer. Representam agora 17,7% do tráfego total, que é um aumento de 2,2 pontos percentuais face ao ano anterior. Este aumento traduziu-se num crescimento de 11,7% no volume de encomendas.
Apesar da queda no tráfego de correspondência, as receitas dos CTT aumentaram 1,4%. Este aumento deve-se, em grande parte, ao aumento dos preços da correspondência. Estes subiram 6,3% após a atualização tarifária de fevereiro de 2024. A alteração na estrutura do tráfego, com o aumento do peso das encomendas, também contribuiu para este crescimento das receitas.
Encomendam ultrapassam correspondência
Pela primeira vez, as receitas provenientes das encomendas (49%) ultrapassaram as receitas da correspondência (47%). Isto demonstra que estamos a passar por uma mudança de paradigma nos serviços postais, onde as encomendas assumem um papel cada vez mais relevante.
O número de trabalhadores afetos à exploração dos serviços postais diminuiu 2,1%, e existe uma queda de 6,1% nos trabalhadores do grupo CTT. No entanto, o número de pontos de acesso e veículos aumentou 6,3% e 7,4%, respetivamente.
A quota de mercado do grupo CTT diminuiu para 80,4% do tráfego total, e para 88% no tráfego abrangido pelo serviço universal. A quota de encomendas do grupo CTT também diminuiu ligeiramente, fixando-se em 44,5%.
Parece que o comércio eletrónico continua a impulsionar cada vez mais o crescimento das encomendas.
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