Será a Qualcomm uma das culpadas pela estagnação dos smartwatches?

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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O mercado dos smartwatches parece ter parado no tempo. Depois de um par de anos onde as propostas apareciam de todo o lado, hoje em dia contam-se pelos dedos as empresas que ainda lançam um destes gadgets. As razões para esta estagnação podem ser várias, mas será que a Qualcomm tem a sua quota parte neste cenário?

Ter um smartwatch é quase como ter uma extensão do nosso smartphone no pulso. Com este tipo de gadgets podemos tomar conhecimento de todas as notificações que nos chegam sem ter de pegar no smartphone. Alguns deles até nos permitem responder a essas notificações diretamente do nosso pulso. Outros limitam-se a informar-nos, nada mais.

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Nos seus primórdios, esta premissa parecia ser interessante e despertou a curiosidade de muitos entusiastas tecnológicos. Muitos acreditaram que este poderia ser o futuro da tecnologia móvel. Mas a verdade é que, passados todos estes anos, os smartwatches praticamente não evoluíram. As suas funcionalidades são praticamente as mesmas que estavam disponíveis nos primeiros modelos que chegaram ao mercado.

Naturalmente que isso levou a que os utilizadores se sentissem menos impelidos a comprar um smartwatch. Afinal, o mesmo pouco acrescenta àquilo que podemos realizar com o nosso smartphone. Mas uma das perguntas que podemos fazer é: de quem é a culpa desta estagnação? Será das construtoras de hardware ou será do seu software?

Recentemente, Ron Amadeo, um dos editores do site Ars Technica, escreveu um artigo onde atribuía a culpa desta estagnação à Qualcomm. O facto de esta não lançar um novo processador dedicado a este tipo de gadgets há já dois anos levou a que muitas marcas abandonassem este mercado.

O Qualcomm Snapdragon Wear 2100 foi lançado em fevereiro de 2016

O único SoC que a Qualcomm apresentou para o mercado dos wearables foi o Snapdragon Wear 2100. Este foi apresentado em fevereiro de 2016, construído sobre a litografia de 28nm. Ora, para efeitos de comparação, os atuais processadores topo de gama para smartphones, produzidos pela mesma empresa, são já baseados na litografia de 10nm.

Assim sendo, é necessário recuar até 2013 para encontrar um processador com este processo de produção. Na altura, reinavam os Snapdragon 800 e 801, SoC´s que equiparam smartphones como o LG G2, LG Nexus 5 ou Sony Xperia Z1s.

Ora, aquilo que Amadeo defende é que em 2018 nenhuma empresa quer lançar para o mercado um dispositivo equipado com um processador cuja tecnologia remonta a 2013. Com este tipo de tecnologia seria difícil aprimorar o desempenho e, principalmente, a autonomia dos smartwatches. Este último ponto é talvez o maior defeito que podemos apontar a este tipo de dispositivos.

A solução para isto seria as empresas desenvolverem os seus próprios processadores. A Apple e a Samsung já o fazem, mas nem todos têm o kown how necessário para este tipo de manobra. Marcas como a LG, Motorola ou mesmo a Google, que nem sequer equipam os seus smartphones com processadores próprios, não se sentem impelidas a desenvolver este tipo de SoC´s. Muito menos tendo em conta o atual panorama deste setor.

Afinal de contas, de quem é a culpa pelo atual estado do mercado dos smartwatches?

Ora, estas declarações rapidamente foram analisadas pelas redes socais e outros locais de debate. Nestes rapidamente começaram a alastrar-se as criticas ao comportamento da Qualcomm. São muitas as pessoas que partilham da opinião de Ron Amadeo. Mas são também muitas as que discordam da sua opinião.

Sinceramente, creio que a culpa do atual estado deste mercado não seja inteiramente da Qualcomm ou mesmo da Google. Mas, ao mesmo tempo, não podemos ilibar estas duas de toda a culpa. A verdade, tal como referi acima, é que este nicho de mercado estagnou. Deixou de inovar e isso levou a que os utilizadores perdessem o interesse.

Ora, não havendo procura também as empresas tecnológicas têm menos interesse em desenvolver novas propostas. Se as perspectivas não são animadoras, elas não vão investir milhões de euros no desenvolvimento destes produtos para posteriormente não retirarem o lucro desejado. Ou seja, foi todo um conjunto de fatores que nos levaram até aqui.

Já agora, deixa-nos a tua opinião sobre este tema. Para ti, de quem é a culpa pelo atual estado do mercado do smartwatches?

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Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.