Qualcomm quer banir por completo o Apple iPhone da China

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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A Qualcomm é uma empresa norte-americana sediada em San Diego e ambiciona proibir a Apple de operar no maior mercado mundial de smartphones, cortando-lhe também a linha de produção no exato país em que todos os Apple iPhone's e demais dispositivos da marca são construídos.

O que pretende a Qualcomm?

A construtora de processadores acabou de entregar a petição inicial no tribunal que tem a tutela dos direitos de propriedade intelectual em Pequim (Beijing) alegando a violação / infração de patente, buscando agora uma acção por parte da instância judiciária para que o seu direito fique protegido.

Segundo Christine Trimble, porta voz da Qualcomm em declarações à Bloomberg, "A Apple utiliza tecnologias inventadas pela Qualcomm nos seus Apple iPhone sem lhe pagar para tal".

Na sua petição inicial a Qualcomm faz três alegações essenciais e todas elas se centram em patentes por si detidas. Desde a gestão energética até à tecnologia de sensibilidade à diferentes níveis de pressão no ecrã, a tecnologia chamada Force Touch que a Apple utiliza nos seus iPhone's.

Quais os fundamentos da Qualcomm para tentar banir a Apple da China?

Estas "invenções" que a Apple tanto publicita são apenas alguns exemplos que a porta-voz da Qualcomm referiu à Canaccord Genuity Inc esta acção da Qualcomm serve apenas para chamar a Apple de novo à mesa de negociações e, por outro lado, demonstra a superioridade da gigante de Cupertino.

Segundo ele, não existe praticamente nenhum precedente legal de um tribunal da China aceitar e tomar tal decisão a pedido de uma empresa norte-americana. Os procuradores do ministério público chinês ficariam certamente preocupados com as repercussões para a economia local que uma proibição total da Apple na China traria para o seu país.

Terá a Apple que se preocupar com as linhas de produção do iPhone?

Note-se que todos os iPhone's são lá produzidos e isto iria por em risco vários milhares de postos de trabalho em solo chinês.

Já por outro lado, ao apoiar a pretensão da Qualcomm os reguladores chineses poderiam estar a ajudar as marcas locais como a Oppo, Vivo, Huawei, entre outras a crescer ainda mais.

Certo é que a Apple não terá nem um dia de interrupção nas suas linhas de produção afirma Mike Walkley. "Caso a Apple receba uma imposição legal pouco favorável ela pagará imediatamente à Qualcomm para que esta desista da pretensão. Nunca a Apple arriscaria o seu modelo de produção por uma questão destas.

As duas empresas já estão nesta encruzilhada legal há vários meses sendo sempre as licenças de tecnologia o objecto em causa. Note-se que apesar de as principais receitas da Qualcomm provenham da venda de processadores, pouco lucra com os royalties das suas várias patentes, fundamentais para várias tecnologias dos nossos smartphones.

Este novo processo surge numa altura crucial para a Apple. Com os iPhone 8 e iPhone 8 Plus já no mercado e com o iPhone X ainda a ser produzido a gigante de Cupertino quer garantir que a sua nova geração de produtos chega para dominar o mercado.

Escusado será dizer que da China espera um local ideal para que as suas linhas de produção se despachem a providenciar o número máximo de equipamentos no menor tempo possível para aquietar o longo período de espera pelo seu novo iPhone X.

Apple iPhone X, e todos os iPhone's são produzidos na China

Mais ainda, a China representa um dos maiores mercados da Apple, tendo obtido neste país cerca 22.5% de todos os seus 215.6 mil milhões de dólares em receitas provenientes da venda de equipamentos como o Apple iPhone no anterior ano fiscal de 2016.

Cumpre ainda salientar que esta batalha legal começou no início deste ano quando a Apple intentou uma ação contra a Qualcomm alegando que a construtora de processadores tinha uma posição abusiva relativamente às suas patentes, utilizando para tal a sua posição dominante enquanto produtora de processadores.

Note-se que a Qualcomm cobra uma certa percentagem por cada iPhone e a Apple está nitidamente farta destas taxas que considera abusivas e que foram a questão central do primeiro processo.

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O assunto dará certamente que falar portanto mantém-te atento ao nosso site. Nenhuma das empresas quer ceder, mas quem poderá ver a sua pretensão ter procedência?

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.