Noto: Google soluciona o velho problema dos caracteres aos quadradinhos

Tiago Vahía Pessoa
Tiago Vahía Pessoa
Tempo de leitura: 2 min.

Quando um determinado texto é processado por um computador às vezes há caracteres que não são devidamente apresentados. Ou seja, em vez dos caracteres correctos são apresentadas pequenas caixas para indicar que o dispositivo (seja um smartphone ou um computador, por exemplo) não tem uma fonte disponível para exibir correctamente o texto. Acho que já todos nós devemos ter experimentado algo semelhante. A isso chama-se tofu. Algo do género que aparece na imagem abaixo, na palavra Português:

Tofu é uma interessante alusão à forma rectangular com que este é, geralmente, servido em restaurantes asiáticos.

Perante tal flagelo tecnológico a Google não ficou indiferente e resolveu apresentar uma solução com cinco anos de trabalho e desenvolvimento. Os serviços da Google estendem-se ao longo de uma série de áreas, incluindo pesquisa online, mapas, serviços móveis, conectividade e tudo aquilo que nós já sabemos. Para além disto, a Gigante também anunciou, agora, os seus esforços no espaço das fontes: aquilo que na gíria se chamam os "tipos de letra".

Em que se traduz então esta ideia de acabar com o tofu? A resposta é simples: a Google fez uma parceria com o especialista da fonte Monotype e com essa colaboração anunciou o Noto Project, que desenvolveu as fontes Noto. O Projeto Noto visa eliminar o tofu. No tofu, Noto.

Em termos de números, para se ter uma ideia da dimensão do projecto, estamos a falar de 100 sistemas de escrita com 100000 caracteres, cerca de 800 línguas. O que faz dele um dos maiores projectos de tipografia de sempre. A Google garante que os conjuntos de fontes apresentados serão open source e de download gratuito.

A meta para o Projecto Noto é a criação de fontes para os nossos dispositivos. Porém, há algo de maior e que se prende com o Património da Humanidade, com a nossa História.

Por isso mesmo um dos objectivos é manter a informação viva. E este é o ponto: começando pelas línguas mais utilizadas, passando pelas línguas menos utilizadas, pelas linguagens puramente académicas ou até mesmo as chamadas línguas mortas serão, assim, preservadas graças a este projecto.

Recomendo que vejas o pequeno documentário de apenas 6 minutos que está no final deste artigo para teres bem a noção da dimensão e da utilidade das Noto.

Apesar do lançamento das fontes Noto pela Monotype e pela Google, as duas empresas dizem que o projecto ainda é um trabalho em progresso, como seria de esperar, e mais scripts serão adicionado nos próximos tempos.

Download das Noto Fonts

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