Micron volta a vender produtos à Huawei graças a 'loophole' na lei dos EUA

Vitor Urbano
Vitor Urbano
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Depois de ter sido colocada na lista negra dos Estados Unidos, o futuro da Huawei deixou de parecer tão brilhante como antigamente, ficando impossibilitada de realizar qualquer tipo de negócio com empresas americanas. As consequências desta ação do governo de Donald Trump foram imediatas, afetando tanto a Huawei como várias empresas norte-americanas.

Uma dessas empresas foi a Micron, responsável pelo fornecimento de vários componentes à fabricante chinesa, que viu as suas previsões de receias cair consideravelmente devido aos problemas enfrentados pela Huawei. No entanto, tudo indica que restabeleceram os negócios com a Huawei.

Como pode a Micron enviar produtos para a Huawei?

De acordo com o CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, estudaram exaustivamente as leis que envolviam a proibição de negócios com a Huawei. Conseguiram assim, descobrir uma 'abertura' que lhes permitiu restabelecer o fornecimento de componentes.

Ao que parece, a partir do momento em que num determinado produto, apenas 25% (ou menos) do conteúdo é americano, pode ser enviado para a Huawei.

As notícias tiveram um efeito imediato nas ações da Micron, que subiram 11% em apenas algumas horas. Esta não é uma reação muito surpreendente, visto que a Huawei foi responsável por 13% das receitas anuais da empresa norte-americana em 2018.

Outras empresas poderão conseguir seguir o mesmo caminho da Micron

De acordo com Steven Fox, analista da Cross Research, poderá existir forma de outras empresas voltarem a restabelecer algumas das suas ligações com a Huawei.

Fox afirma que apesar da maioria dos fornecedores da Huawei ter os seus headquarters nos Estados Unidos, poderão voltar a realizar negócio com a Huawei através das suas subsidiárias.

O exemplo dado foi a empresa inglesa ARM Holdings, que se viu proibida em licenciar os seus designs à Huawei porque alguns dos seus materiais eram provenientes dos Estados Unidos.

Kevin Cassidy, analista da Stiful Nicolaus & Co., revela que existe uma forma muito simples de determinar se determinado produto de uma empresa americana pode, ou não, ser enviado para a Huawei. Desde que os conteúdos do produto em questão não tenham mais de 25% de componentes americanos, este não fica abrangido pela proibição.

Donald Trump não vai ficar nada contente com estas notícias

Apesar do principal motivo para a Huawei ter sido colocada na 'lista negra', tenha sido as acusações de espionagem por parte do governo chinês, essa não foi a única razão. Atualmente, Donald Trump está a realizar um 'braço de ferro' com o governo chinês, numa batalha política que poderá afetar o comércio a nível internacional.

O Presidente dos Estados Unidos já referiu em múltiplas ocasiões que, poderá vir a utilizar a posição da Huawei como moeda de troca nas negociações com a China.

Por isso, é muito provável que Donald Trump fique extremamente frustrado com esta situação, e possa tomar medidas mais drásticas.

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Vitor Urbano
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Sempre de mão-dada esteve a tecnologia, o desporto e o mundo gaming. Por isso, se não estiver a escrever sobre o que de novo há no mundo da tecnologia, o mais provável é estar a jogar uma partida de Ultimate Team no FIFA 19.