Inteligência Artificial já é capaz de imitar caligrafia humana

Mónica Marques
Mónica Marques
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Com ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (IA) foi já possível gerar voz humana incrivelmente semelhante e real. Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Abu Dhabi foi ainda mais longe e conseguiu que ferramentas IA imitassem o estilo de caligrafia humana apenas com alguns parágrafos de exemplo.

Ainda que esta equipa de investigação não tenha revelado o novo recurso, sabe-se que foi usado um modelo de transformador, ou seja, um tipo de rede neural concebida para assimilar e aprender o contexto e o significado de dados em sequência.

Nova ferramenta pode ser útil, mas é também perigosa

Apesar de já existirem robôs que escrevem à mão, o novo recurso é um avanço significativo nas técnicas de reconhecimento de caracteres. Exatamente por esta razão, a nova ferramenta baseada em IA pode ser muito útil, mas também bastante perigosa.

Assim como pode ser benéfica para ajudar pessoas feridas ou com condições neurológicas degenerativas, a nova ferramenta pode também ser usada indevidamente para falsificação de documentos.

Hisham Cholakkal, professor da Universidade de Abu Dhabi, explicou que “temos de consciencializar o público e desenvolver ferramentas para combater a falsificação. Desenvolver um antivírus para o vírus”.

Novo recurso será aplicado ao mundo real em breve

A equipa de investigação prepara-se já para o próximo passo do processo. Dentro de alguns meses, pretende aplicar o novo recurso no mundo real.

Rao Muhammad Anwer, professor na mesma universidade explica em que áreas a nova ferramenta pode fazer a diferença. “Desde a decodificação da caligrafia dos médicos até à elaboração de publicidade personalizada, o potencial deste desenvolvimento é enorme”.

Por outro lado, o novo recurso pode também gerar uma enorme quantidade de dados sintéticos que podem ser usados para melhorar a forma como outros modelos IA lidam com a caligrafia humana.

Para já, a ferramenta só funciona com o idioma inglês e, com francês, ao nível básico. Mas a equipa de investigadores pretende que o recurso seja capaz de aprender mais idiomas, incluindo árabe.

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Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt