Instagram é a pior rede social para a saúde mental dos jovens

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Quanto tempo por dia, em média, passas nas redes sociais como o Instagram? 10 minutos, 30 minutos, uma hora ou mais? Não é preciso ser um grande psicólogo ou académico de renome para suspeitar da existência de uma relação entre a saúde mental, principalmente dos mais jovens, e o tempo que eles passam nas redes sociais através seus computadores, smartphones ou tablets.

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Será que a utilização de uma rede social em particular é benéfica ou prejudicial para o bem estar dos adolescentes e jovens adultos? Estas são algumas das perguntas que o recente estudo da Royal Society for Public Health (RSPH), do Reino Unido, tenta responder. Os resultados deste estudo mostram-nos o impacto que certas redes sociais como o Instagram e o Facebook podem ter na saúde mental e bem estar geral destes grupos etários. O Bom e o Mau.

O impacto do Instagram e companhia

Segundo consta, a utilização destes redes sociais como o Instagram tanto pode ser boa como prejudicial, uma autêntica espada de dois gumes. Vejamos o porquê.

Antes demais, para efetuar este estudo, os responsáveis entrevistaram cerca de 1500 jovens britânicos com idades compreendidas entre os 14 a 24 anos. As questões orbitaram em torno das 5 maiores redes sociais do momento. Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter e Youtube. Os resultados finais foram bastante diversos e as opiniões bastante divididas. Divididos entre o bom e o mau de cada rede social.

Em vários casos as redes sociais, seja o Instagram ou qualquer uma das restantes quatro, foram reconhecidas como causa de depressão, sensação de ansiedade e várias alterações na qualidade e ciclos de sono. Algo tão simples como ficar acordado até mais tarde para estar a par das novas mensagens, dos novos posts, dos tweets, das Lives no Instagram ou no YouTube provoca frequentemente alterações no teu padrão de sono. Apesar dos riscos, 1 em cada 5 dos jovens entrevistados admitiram ter este comportamento.

Existem benefícios?

Frequentemente olhadas com desconfiança, as redes sociais também apresentam algumas aspectos positivos e, de acordo com este estudo, ajudam a manter relacionamentos com outras pessoas. Estas redes são capazes de construir e de manter "pontes" que, de outra forma não existiriam.

As conclusões deste estudo apontam o YouTube como a única rede social com um impacto geral positivo. Mais concretamente, o YouTube é a rede social com maior potencial benéfico do que prejudicial para a saúde mental de um adolescente ou jovem adulto. Concluiu-se que esta rede era capaz de providenciar conforto emocional, motivação e é capaz de ajudar as pessoas a ultrapassarem momentos menos felizes.

Instagram - a pior "rede"

Outras redes não ficaram tão bem vistas aos olhos deste estudo. O Instagram e o Snapchat são as redes sociais mais nefastas para os adolescentes e jovens adultos. No caso do Instagram os efeitos negativos superam bastante os positivos. Aliás, o seu impacto geral é tão negativo que nos deixou impressionados. O Twitter e o Facebook já se portaram um pouco melhor mas continuam "no vermelho".

São várias as razões pelas quais uma rede social como o Instagram pode ser prejudicial para uma mente em crescimento e desenvolvimento. Entre elas está o facto de a informação que nelas é publicitada e divulgada nem sempre é uma representação fiel da realidade. E já nem estamos aqui a falar das fotos retocadas das celebridades, nessas, salvo raras excepções, já sabemos que existiu o pincel mágico do Photoshop e companhia limitada.

O pior mesmo, principalmente no Instagram, rede cujo conteúdo é apresentado sob a forma de fotos com ou sem uma breve descrição das mesmas. Rede onde todo o conteúdo é fácil de ser veiculado e onde é impossível não ver uma foto. Aqui, o verdadeiro impacto negativo prende-se com a manipulação da realidade e nem estamos a falar dos filtros mas sim de toda a "falsa positividade" que é veiculada pelo Instagram.

Todas aquelas fotos perfeitas em que o enquadramento, a cor, a luz, o sorriso, a barriga, a tez da pele, o fundo, fotos em que tudo está imaculado. Fotos que impressionam, fotos que causam uma falsa sensação de que o mundo é perfeito. Fotos de amigos mais ou menos próximos, de um jogador, uma figura pública, fotos que tu pensas que são naturais e, na realidade são o fruto de uma cuidadosa produção. Fotos que, por mais que tentes, nunca conseguirás reproduzir apenas com o teu smartphone.

Esta é a principal causa para que o Instagram esteja tão mal visto pela maioria dos jovens entrevistados. Fotos e estímulos visuais que nos deixam a sentir inseguros quanto ao aspecto físico ou insatisfeitos com a nossa situação profissional ou pessoal. Especialmente nas mentes jovens e facilmente impressionáveis, o Instagram pode ser um factor de risco e catalisador de comportamentos nocivos.

E para além do Instagram?

Alargando um pouco o espectro, se pensarmos bem, com tudo aquilo que partilhamos nas redes sociais acabamos por formar ou moldar a percepção que os demais têm de nós. Se somos divertidos, atraentes, se temos uma casa enorme, se temos um setup repleto de gadgets, se temos uma namorada ou namorado super atraente. Tudo isto pode causar uma enorme sensação de insatisfação e um turbilhão de emoções negativas capazes de levar à depressão.

De acordo com a BBC, referiu o Instagram e o Snapchat como redes especializadas na publicação de imagens que podem despontar sentimentos de desajuste social e ansiedade nos jovens.

Para Shirley Cramer, o contexto de um qualquer ambiente, ocasião ou lugar é veiculado de uma forma mais fiel e menos enganadora através de vídeo do que através de imagens. E olhar diariamente para fotos de pessoas sempre bem-dispostas, repletas de brinquedos, carros, roupas ou make-ups que foram as suas vidas perfeitas facilmente provocam na outra pessoa sentimentos de desajuste ou depressão. Já o YouTube, por outro lado, tem o potencial de nos inspirar e ajudar a reforçar a nossa auto-estima.

E tu, concordas com estas conclusões? Achas que o Instagram é mesmo a rede social capaz de nos fazer sentir menos bem?

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.