Android Auto da Google é rejeitado pela Toyota devido à (falta de) privacidade

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Depois do telemóvel inteligente, agora conhecido como smartphone, passamos também pela "casa inteligente". A Internet das Coisas (IOT). A digitalização dos serviços e a integração de Inteligência Artificial em várias suportes físicos. Agora, até mesmo os automóveis se estão a tornar inteligentes. Bom, ainda assim a Toyota recusa-se a integrar o Android Auto da Google nos seus automóveis.

Com efeito, a construtora nipónica está irredutível na sua posição, sendo das últimas e das mais firmes nesta decisão. Especialmente numa altura em que a privacidade (ou melhor a falta dela) são assuntos do dia. A Toyota não quer que a Google recolha mais dados, recusando assim a adopção desta plataforma.

Vê ainda: d e iOS

Tal como explica a The Guardian sobre a quantidade de dados que é recolhida pela Google através do Android Auto. A Google precisa de todas estas informações para ir aperfeiçoando os seus motores de inteligência artificial.

Toyota recusa-se a usar o Android Auto da Google

Com efeito, precisa de muita, muita informação a ser fornecida diariamente e a plataforma Android Auto tem sido uma das melhores para o efeito. Ainda que a grande maioria dos utilizadores não se aperceba de tal, aliás, quem é que lê os "Termos e Condições"? Ainda assim, vemos que cada vez mais fabricantes se orgulham de ter integração total com o Android Auto ou com o Motor Trend.

Seria também a partir daí que se prestaria mais atenção aos dados recolhidos pela Google através da plataforma Android Auto. A publicação dedicada ao sector automóvel faria várias alegações preocupantes, incluído a alavancagem da posição da Google perante a Porsche. Em causa estava o suporte para o software Android Auto, algo que garante acesso a todo o sistema de entretenimento do automóvel.

Quais as informações recolhidas pelo Android Auto da Google?

Certas informações como a velocidade a que circula o veículo, em que mudança está, a temperatura do radiador e do óleo são enviados para Mountain View. Até mesmo as rotações do motor são enviadas para a sede da Google. Em suma, a Google quer um diagnóstico completo da viatura sempre que alguém decide utilizar o seu Android Auto.

Já por outro lado, a solução da Apple, o CarPlay, pede apenas acesso para saber se o veículo está em movimento, para assim ativar os seus serviços. Ora, tamanha diferença na natureza, volume e quantidade de informação recolhida levanta várias questões.

Terá a Toyota razão?

Porque é que a Google precisa de saber o estado do teu motor para ativar o Android Auto? Ainda por cima sendo ele um software que te ajuda a chegar aos Mapas, a ouvir música, a reduzir as distrações enquanto conduzes e a gerir mensagens e/ou chamadas recebidas. Perante a peça da Motor Trend a Google não tardaria em refutar algumas das suas alegações.

A resposta da Google

A tecnológica norte-americana Maps. Ainda assim, é impossível não ficar a pensar porque é que a Google não se contenta com os dados da navegação GPS para ver os nossos movimentos?

Onde pára a nossa privacidade?

Em última análise é a nossa privacidade (ou a falta dela) que está em cima da mesa. Tudo isto devido ao elevado volume de dados que a Google recolhe, algo que preocupa, e com razão, a Toyota. Algo que devia preocupar mais e mais marcas e fabricantes. Nem todos os meios justificam os fins.

Sabemos bem que hoje em dia tudo o que fazemos, vemos e ouvimos pode ser utilizado para nos entregar novos anúncios. Publicidades escolhidas a dedo com base nos nossos hábitos de utilização. Mais ainda, as nossas informações são utilizadas para melhorar um enorme número de serviços. Todavia dou por mim a pensar que...

A privacidade é um direito que nos assiste. Ou pelo menos, era...

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.