YouTubers portugueses "apanhados" a promover sites de apostas ilegais

António Guimarães
António Guimarães
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Vários dos maiores YouTubers portugueses tiveram vídeos bloqueados, após uma denúncia por parte da Radio Renascença. O teor dos vídeos em questão é a promoção e incentivo à utilização de sites de apostas, neste caso o Blaze e Drakemall.

Os sites mencionados operam sem licença em Portugal sendo, evidentemente, ilegais. Alguns dos YouTubers apanhados a promover as plataformas ilegais são Wuant, SirKazzio, Windoh e Tiagovski, donos dos maiores canais a nível nacional, com mais de 10 milhões de subscritores entre todos.

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Esquerda para direita: Nuno Moura, Wuant, SirKazzio, DarkFrame, Windoh e Pi. Alguns dos YouTubers portugueses mais influentes

Em resposta à denúncia por parte da Renascença, o YouTube respondeu dizendo que as audiências tem de ser informadas que os vídeos contém conteúdo patrocinado. Quando se publica um vídeo no YouTube, está disponível a opção de "conteúdo patrocinado". Os YouTubers em questão não o fizeram, disfarçando a óbvia publicidade como comportamento casual.

Assim sendo, a maioria dos YouTubers promotores dos sites ilegais tiveram os seus vídeos bloqueados, não estando mais disponíveis para visualização. Este tipo de bloqueio tem sempre impactos negativos para qualquer canal.

YouTubers mostraram a sua insatisfação no Twitter

Assim que notificado, o YouTuber Wuant publicou no Twitter dizendo que "gostava de voltar aos tempos em que nada disto importava". O criador de conteúdos avisou que temporariamente a frequência de vídeos será menor, indicando que foi provavelmente penalizado pelo YouTube.

Em resposta a Wuant, o YouTuber Tiagovski respondeu à publicação afirmando que "YouTube está a mandar os criadores embora pouco a pouco". O mesmo viu-se envolvido há uns anos num escândalo semelhante, onde foi acusado de roubar cartões virtuais PaySafe através da compra de itens para jogos.

Promover sites de apostas ilegais constitui crime

Aparentemente, os YouTubers acreditam que tem a razão do seu lado. A verdade é que todos os criadores mencionados possuem públicos maioritariamente infantis. Podemos argumentar que a responsabilidade para com os jovens está nos pais mas hoje em dia, isso não é bem assim.

Os YouTubers grandes tem de ter consciência que as suas audiências são bastante influenciáveis e que promover sites de apostas a jovens é bastante nocivo. Tratando-se de sites de apostas ilegais, a sua promoção constitui um crime, punível até 5 anos de prisão.

No caso dos YouTubers, os mesmos podem ser responsabilizados e receber coimas até 3750 euros para pessoas singulares ou até 45 mil euros para pessoas coletivas. As coimas podem ser aplicadas não só ao anunciante (YouTuber) mas também à plataforma (YouTube/Google).

A situação foi denunciada ao SRIJ (Serviço de Regulação e Inspecção do Jogo) e está atualmente sob análise.

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António Guimarães
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Juntamente com os seus atuais companheiros Mi A2 e Surface Go, batalha para elucidar as massas sobre todos os acontecimentos da esfera tecnológica. "Informação é poder" é a frase que o acompanha diariamente. Talvez um dia a coloque numa t-shirt.