Xiaomi: Ucrânia acusa marca chinesa de ser “patrocinadora de guerra internacional”

Mónica Marques
Mónica Marques
Tempo de leitura: 3 min.

Rússia e Ucrânia travam uma guerra há mais de um ano que tem tido consequências económicas, políticas e, sobretudo, humanas.

Agora parece que esta guerra está também a afetar empresas e corporações multinacionais que com a sua posição neutra, não conseguem ficar à margem do conflito. A vítima mais recente é a Xiaomi que foi acusada de ser patrocinadora de guerra internacional pela Ucrânia.

Notícia atualizada

Agência governamental ucraniana faz acusação grave à Xiaomi

1/4❗️The NACP included the Chinese @Xiaomi Corporation in the list of international war sponsors: https://t.co/Ph3cTQmbdc.

— NACP Ukraine (@NAZK_gov) 13 de abril de 2023

A guerra entre a Ucrânia e a Rússia tem marcado o panorama internacional a nível político e económico. Com o conflito a decorrer há mais de um ano, a recessão económica é cada vez mais grave e a catástrofe humanitária de proporções enormes.

Mas também várias empresas e organizações multinacionais são afetadas, ainda que mantenham uma posição neutra face a este conflito armado. E a Xiaomi acaba de ser envolvida neste mesmo conflito.

Através da rede social Twitter, a Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção da Ucrânia (NAZK) acaba de anunciar que a marca chinesa foi adicionada à lista negra de “patrocinadores de guerra internacional”.

De acordo com as autoridades governamentais ucranianas, a Xiaomi foi adicionada a esta lista porque se manteve ativa no mercado russo e é líder de smartphones neste mesmo mercado, desde o início do conflito entre os dois países.

Apesar de não realizar campanhas de marketing na Rússia desde a primavera de 2022, a Xiaomi efetivamente continua presente no seu mercado de smartphones, sendo que desde 2018 domina as vendas online naquele país.

Segundo dados divulgados pela agência NAZK, a quota de mercado de smartphones da Xiaomi terá duplicado em 2022, com as vendas no terceiro trimestre desse ano a terem um aumento de 39%, face ao trimestre anterior.

Saliente-se que estes dados foram apenas divulgados pela agência governamental ucraniana. A Xiaomi, as autoridades russas ou empresas independentes de análise de mercado não confirmaram ou desmentiram estes mesmos dados.

Os dados oficiais existentes, divulgados pela Xiaomi, datam de 2021 e revelam que a marca chinesa registou uma receita de 202 milhões de dólares no mercado russo de smartphones, graças à sua liderança no retalho online.

A propósito desta receita, a mesma agência governamental ucraniana afirma que os impostos pagos foram usados para “apoiar militares russos e financiar a guerra contra a Ucrânia”.

Até agora, a Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção da Ucrânia já inclui 21 empresas nesta lista de “patrocinadores internacionais de guerra”.

Comentário da Xiaomi enviado para a redação do 4gnews

A Xiaomi é uma empresa de eletrónica de consumo, que oferece produtos exclusivamente para uso civil e comercial. Acreditamos que todos os consumidores do mundo têm o direito de aceder a ferramentas de comunicação e informações na internet. Temos negócios de consumo em mais de 100 países e regiões e aderimos a todas as leis e regulamentações em cada jurisdição onde operamos.

Somos veementemente contra a acusação da Agência Nacional de Prevenção da Corrupção da Ucrânia (NACP) de que somos "patrocinadores internacionais da guerra". Não apoiamos nenhuma ação de guerra. Abraçamos totalmente a paz mundial. A nossa missão é permitir que todos no mundo desfrutem de uma vida melhor através de tecnologias inovadoras.

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Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt