Rússia e Ucrânia travam uma guerra há mais de um ano que tem tido consequências económicas, políticas e, sobretudo, humanas.
Agora parece que esta guerra está também a afetar empresas e corporações multinacionais que com a sua posição neutra, não conseguem ficar à margem do conflito. A vítima mais recente é a Xiaomi que foi acusada de ser patrocinadora de guerra internacional pela Ucrânia.
Notícia atualizada
Agência governamental ucraniana faz acusação grave à Xiaomi
A guerra entre a Ucrânia e a Rússia tem marcado o panorama internacional a nível político e económico. Com o conflito a decorrer há mais de um ano, a recessão económica é cada vez mais grave e a catástrofe humanitária de proporções enormes.
Mas também várias empresas e organizações multinacionais são afetadas, ainda que mantenham uma posição neutra face a este conflito armado. E a Xiaomi acaba de ser envolvida neste mesmo conflito.
Através da rede social Twitter, a Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção da Ucrânia (NAZK) acaba de anunciar que a marca chinesa foi adicionada à lista negra de “patrocinadores de guerra internacional”.
De acordo com as autoridades governamentais ucranianas, a Xiaomi foi adicionada a esta lista porque se manteve ativa no mercado russo e é líder de smartphones neste mesmo mercado, desde o início do conflito entre os dois países.
Apesar de não realizar campanhas de marketing na Rússia desde a primavera de 2022, a Xiaomi efetivamente continua presente no seu mercado de smartphones, sendo que desde 2018 domina as vendas online naquele país.
Segundo dados divulgados pela agência NAZK, a quota de mercado de smartphones da Xiaomi terá duplicado em 2022, com as vendas no terceiro trimestre desse ano a terem um aumento de 39%, face ao trimestre anterior.
Saliente-se que estes dados foram apenas divulgados pela agência governamental ucraniana. A Xiaomi, as autoridades russas ou empresas independentes de análise de mercado não confirmaram ou desmentiram estes mesmos dados.
Os dados oficiais existentes, divulgados pela Xiaomi, datam de 2021 e revelam que a marca chinesa registou uma receita de 202 milhões de dólares no mercado russo de smartphones, graças à sua liderança no retalho online.
A propósito desta receita, a mesma agência governamental ucraniana afirma que os impostos pagos foram usados para “apoiar militares russos e financiar a guerra contra a Ucrânia”.
Até agora, a Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção da Ucrânia já inclui 21 empresas nesta lista de “patrocinadores internacionais de guerra”.
Comentário da Xiaomi enviado para a redação do 4gnews
A Xiaomi é uma empresa de eletrónica de consumo, que oferece produtos exclusivamente para uso civil e comercial. Acreditamos que todos os consumidores do mundo têm o direito de aceder a ferramentas de comunicação e informações na internet. Temos negócios de consumo em mais de 100 países e regiões e aderimos a todas as leis e regulamentações em cada jurisdição onde operamos.
Somos veementemente contra a acusação da Agência Nacional de Prevenção da Corrupção da Ucrânia (NACP) de que somos "patrocinadores internacionais da guerra". Não apoiamos nenhuma ação de guerra. Abraçamos totalmente a paz mundial. A nossa missão é permitir que todos no mundo desfrutem de uma vida melhor através de tecnologias inovadoras.
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