O "segredo" que permite à Xiaomi colocar no mercado smartphones bons e baratos reside na estratégia dual que, por um lado limite a margem de lucro a menos de 10% em cada produto e, por outro, repousa também no modelo de distribuição dos seus produtos.
A dita fórmula secreta da Xiaomi para o sucesso foi detalhada por Lei Jun, CEO da terceira maior fabricante mundial de smartphones, em já diversas ocasiões. Agora, compilamos as suas intervenções, dando a conhecer parte da estratégia da tecnológica.
Preços competitivos, o segredo dos smartphones Xiaomi
A margem de lucro de 8 a 9% nos produtos Xiaomi. Esta é a razão primaz que permite à fabricante colocar-se no mercado com preços extremamente competitivos. Lei Jun referiu este intervalo percentual ao debater os resultados de um trimestre fiscal.
A fabricante admite que esta estratégia pode limitar o crescimento da empresa, ao condicionar o volume de receitas, mas acredita que o consumidor beneficiará e, gradualmente, terá a Xiaomi em maior consideração. Estratégia que tem surtido bons frutos.
Margem de lucro baixa e vendas online, a fórmula da Xiaomi
Além disso, Lei Jun refere que a aposta na distribuição e vendas online é a segunda parte do binómio relação qualidade / preço. É graças à aposta no ecommerce que podem baixar o preço de venda ao público, cortando nos intermediários.
"(...) os preços para o consumidor final são muito baratos. O fator mais importante é manter a margem de lucro muito baixa, e o canal de distribuição muito curto, assim, podemos colocar no mercado produtos com valores atrativos para os consumidores (...).", afirmou Lei Jun.
O executivo reitera a necessidade de contenção de custos para conseguir manter este modelo. Isto traduz-se na otimização dos canais de distribuição, com grande ênfase para as vendas através das plataformas online.
Na Europa podemos comprar produtos Xiaomi na filial espanhola da Amazon, bem como na Mi Store Portugal.
Manter os preços baixos, mesmo com a generalização do 5G
A promessa foi feita em 2019, antevendo então Lei Jun a implementação e generalização da quinta geração de redes móveis. Entretanto, com a chegada dos mais recentes smartphones de gama baixa e entrada, a promessa foi cumprida.
Lei Jun acreditava que o 5G seria um dos motivos para a subida generalizada de preços na indústria e, como o mercado viria a mostrar, foi isso mesmo que aconteceu. Por outro lado, a sua marca continua a afirmar-se como exceção, colocando novos smartphones à venda, já com suporte para a quinta geração de redes móveis a preços competitivos.
Esperamos, por fim, que a estratégia reafirmada por Lei Jun em 2019 continua a vigorar por vários anos. Por outro lado, também começaremos a ver smartphones mais caros no segmento high-end. A marca já mostrou interesse em afirmar-se igualmente nesse segmento.
Em síntese, continuaremos a ter smartphones bons e baratos da Xiaomi como Redmi Note 9T disponível por cerca de 250 €, além de novos dispositivos de gama alta, esses sim, mais caros.
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