Titans (1ª temporada) – Um bom começo para a DC Universe

Ricardo Magalhães
Tempo de leitura: 7 min.

A primeira temporada de Titans chegou ao fim. Embora muitas opiniões negativas tenham chegado logo após o primeiro trailer, Titans rapidamente começou a mudar opiniões. Nos primeiros três episódios, foi possível notar que esta não seria mais uma série arrowverse. Ou seja, apesar de partilhar o criador e alguns produtores, Titans bem cedo se quis demarcar deste universo.

Desse modo, e com toda a liberdade que a DC Universe permitiu Titans criou o seu próprio tom. Após alguma resistência a algumas das escolhas, ficaram bem claros aqueles que são os alicerces da série. Mas como todas as séries, Titans também tem problemas, alguns que repete ao longo da temporada.

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Antes de mais, há que referir que Titans é a primeira série a estrear no serviço de streaming da DC, DC Universe. Apesar de não ser uma série perfeita, na minha opinião é um bom começo para a DC. Entretanto muitas outras séries já foram confirmadas para o serviço.

Titans é apenas a primeira de várias séries em desenvolvimento da DC!

A saber, Swamp Thing, Doom Patrol e Star Girl todas live action e com elencos já definidos e Young Justice (Season 3) e Harley Quinn do lado das animações estão todos confirmados no serviço. Do mesmo modo também uma série da Batgirl chegou a ser falada como possível mas entretanto poucas noticias mais vieram a público sobre esse tema.

Ademais esta não foi a primeira tentativa de produzir a versão live action de Titans. Anteriormente, em 2014, a série começou a ser desenvolvida pela DC juntamente com a estação TNT. No entanto, o presidente da estação americana acabou por deixar cair o projecto devido a problemas criativos relativamente ao guião apresentado. Ao passo que, quatro anos depois Titans veio mesmo a chegar a live action pelas mãos da DC Universe.

Titans é uma adaptação a live action da série de bandas desenhadas e desenhos animados de seu nome Teen Titans. Criada por Greg Berlanti, responsável pelas séries da DC da CW, entre muitas outras, Akiva Goldsman e também pelo ex chefe de operações de toda a DC Comics, Geoff Johns.

A primeira temporada de Titans foca em Dick Grayson (Brenton Thwaites), um detective que acaba por ajudar Rachel (Teagan Croft), uma rapariga que se vê em sarilhos quando uma organização a começa a perseguir por misteriosos motivos.

Assim que Rachel é introduzida, logo na primeira cena da série, é visível que esta não é uma adolescente normal. Afinal, Rachel vive com algo poderoso dentro de si, algo que não consegue perceber muito bem, mas que a assusta, naturalmente.

De maneira idêntica, Dick também vive juntamente com algo poderoso. O passado de Dick, sob o persona de Robin (o conhecido ajudante de Batman), persegue o detective desde que este abandonou Gotham. No entanto, é este seu passado sombrio que o faz compreender tão bem aquilo pelo qual Rachel está a passar.

Logo após Dick salvar Rachel do homem que assassinou a sua mãe adoptiva, Dick percebe que o melhor é ambos saírem de Detroit. Com efeito, Dick e Rachel partem na tentativa de encontrar algumas respostas, mas a cada canto a história de Rachel vai-se provando bem assustadora.

A primeira temporada de Titans explora a relação entre Dick Grayson e Rachel.

A relação entre Dick e Rachel é um aspecto positivo da série que para nós, os espectadores, consegue criar uma ligação emocional para com dois personagens que não partilham um passado entre si. Aliás, nenhum dos elementos de Titans partilha uma história passada. Se por um lado isto torna difícil a criação de laços emocionais entre personagens, por outro os nossos personagens são atirados para o mesmo “buraco” e precisam de trabalhar em conjunto para conseguirem escapar dele.

Para mim, o maior ponto forte de Titans é o seu elenco. De fato, quem conhece a banda desenhada e até os cartoons pode ter alguma dificuldade a entrar neste novo “spin” dos personagens. Em contrapartida a este facto, todos os atores fazem um trabalho excelente nas suas interpretações.

O casting feito foi excelente, e é de salientar que Brenton Thwaites parece que foi arrancado directamente das páginas da banda desenhada de tal maneira a que se assemelha a Dick Grayson.

Bem como o casting e as atuações, as coreografias das lutas é outro ponto positivo de Titans. É verdade que nesta primeira temporada não existem muitas lutas, mas as que existem, foram bem trabalhadas.

Também foi positiva a maneira como foi utilizado o Batman. Não havia autorização para ter um ator a dar cara ao herói, no entanto, este está presente na história de Dick Grayson e apesar de só vermos a sua silhueta a sua presença na história é sentida. Como bónus, no episódio final até o podemos ver em acção com o seu fato…de costas.

O desenvolvimento da equipa é algo em que Titans tem de focar para a 2ª temporada.

Agora passando um pouco para aspectos menos positivos. Dessa forma tenho de apontar o pouco foco na equipa, especialmente para Koriand’r (Anna Diop) e Gar Logan (Ryan Potter). Para uma história como Titans, em que o tema é a equipa, esta primeira temporada passou pouco tempo com esta. Isto é, enquanto Dick Grayson e Rachel (Raven) foram o maior foco, Koriand’r e Gar tiveram um menor foco.

Assim sendo, Gar chega a ser aquele que menos foco teve durante a temporada sendo usado maioritariamente para alívio cómico. Destaque também para Anna Diop e Ryan Potter que tal como Brenton Thwaites e Teagan Croft fazem interpretações espectaculares.

Em segundo lugar, a maneira como a temporada foi planeada é algo questionável. Foram várias as vezes que a série se desviou do seu ramo de história principal. Para referência, a primeira temporada de Titans tem 11 episódios, sendo que 3 deles focam em outras personagens que não os Titans.

Se bem que por um lado se percebe que se queiram introduzir histórias como a de Hawk and Dove e até de Doom Patrol, por outro estes episódios de certa forma cortaram o ritmo da série. Com isto não estou a dizer que esses 3 episódios foram maus. Aliás, o episódio de Doom Patrol foi dos que mais apreciei da temporada. Apesar disso acho que havia um lugar para ter estes episódios e desta maneira a narrativa não ficou a ganhar.

Em último lugar, também estranho que uma temporada que supostamente teria 12 episódios venha a terminar com 11. Algumas fotos de cenas não utilizadas na primeira temporada chegaram a correr pela internet. Isto leva-me a concluir que um episódio extra chegou mesmo a ser filmado e tenha sido dispensado por algum motivo.

O potencial que Titans apresenta torna a 2ª temporada ainda mais entusiasmante.

Titans, como primeira série da DC Universe, é um começo em cheio. É verdade que a série tem os seus defeitos, mas o seu grande potencial é algo que lhe reconheço.

Nesse sentido, a história construída juntamente com as atuações, e até aquele “presente” pós créditos na última cena, mostram tão bem o potencial que Titans tem e que me deixa entusiasmado para a segunda temporada. Nem sempre esse potencial foi bem aproveitado nesta primeira temporada, mas ele está lá.

Por fim, Titans é uma série original DC Universe que é um serviço apenas disponível (por enquanto) nos Estados Unidos. Nesse sentido, a série é distribuída internacionalmente pela Netflix e é ai mesmo que podes acompanhar. A segunda temporada é estimado que comece a sua produção brevemente. Ademais, se a primeira temporada foi uma indicação do potencial que esta série tem, então a segunda promete bastante!

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