"Sorry Mr. Trump" o Apple iPhone continuará a ser produzido na China

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 2 min.
Era uma vez um senhor obtuso, com um penteado inspirado no algodão-doce (não do bom, rosa e delicioso, mas daquele já torrado) que um dia se lembrou, "E se obrigasse a Apple a produzir os seus Apple iPhone's em solo americano". Uma boa maneira de atrair o voto do operariado mas, como se tem vindo a verificar, esta é uma promessa que se manterá...eleitoral.

Vê também: 44% dos smartphones oferecidos neste Natal são Apple iPhone's

Donald J Trump, um senhor que dispensa apresentações, têm apontado o dedo aos grandes nomes da industria tecnológica norte-americana por recorrerem a mão de obra barata, principalmente na China. Além disso, desta forma o mercado laboral norte-americano não usufruía do crescimento impressionante que o sector mobile tem registado.

Chegando ao ponto de dizer que quem compra um Apple iPhone ou um Samsung Galaxy S7 estava a pagar os salários dos trabalhadores estrangeiros. Ora, quando o impensável aconteceu, a Apple começou a sondar as suas cadeias de produção, Foxconn e Pegatron, quanto à hipotética possibilidade de se deslocarem para solo norte-americano.

Hoje ficamos a saber que a maioria dos fornecedores chineses diretamente responsáveis pela produção dos Apple iPhone não vão mudar qualquer fábrica ou cadeia de produção para solo norte-americano.

Mais ainda, a fabricante dos painéis em vidro para os Apple iPhone afirmou que, nos EUA teriam que pagar salários superiores para além dos trabalhadores norte-americanos serem pouco flexíveis na conciliação dos vários turnos de trabalho. Algo que afetaria o nível de produção exigido. Em suma, seria impraticável manter o custo de produção baixo fora da China.

Vê também: Há 21 anos atrás, Steve Jobs profetizou o declínio da Apple

Importa ainda referir que a Apple construiu um engenhoso sistema na China em que as várias fábricas, seja de vidro, cabos, parafusos e outros componentes, estão localizadas muito próximas das cadeias de produção. Tudo cuidadosamente planeado para diminuir os custos e tempos de transporte, para que nunca falhe nada nas linhas de produção e assim atingir as quotas e prazos impostos.

Sempre disposto a seduzir os Media com as suas declarações abruptas, tentadoras e populistas, o presidente eleito, Trump, prometeu impor uma taxa de 35% em produtos como o Apple iPhone que são construídos fora dos Estados Unidos da América e posteriormente importados. Algo a que os nossos leitores brasileiros já estão habituados e que certamente recomendam.

Ora, paremos para analisar os atuais preços dos Apple iPhone's. A versão base do Apple iPhone 7 começa nos 779 € e atinge os 999€ na versão em Preto Brilhante com 256GB de armazenamento. Por sua vez, o Apple iPhone 7 Plus começa nos 919€ e pode atingir os 1139€ na sua versão mais cara. Agora imaginemos estes valores com um acréscimo de 35%. Ora nem mais...

Em suma, caso as cadeias de produção fossem deslocadas para solo norte-americano o custo final do produto iria subir devido aos salários mais altos dos trabalhadores americanos. Por outro lado, caso a taxa de Trump seja implementada o resultado será semelhante, um aumento de preços. Este assunto promete dar que falar, fiquem atentos.

Talvez queiras ver:

HTC apresentará três smartphones no primeiro trimestre de 2017

Huawei bate mais um recorde de vendas em 2016

Samsung Galaxy A 2017 serão apresentados na próxima semana

Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.