Recentemente, a Huawei lançou o smartphone dobrável Pocket S que, na verdade, é uma versão mais acessível em preço e especificações que o modelo P50 Pocket. E, a marca chinesa, sabe quais os smartphones a que deve dar continuidade.
O Huawei P50 Pocket Premium Edition é um smartphone dobrável que gosta e deve ser admirado, não só pelo seu hardware, mas também pelo seu design bastante sedutor. Mas, como dobrável que é, não está acessível a todas as carteiras. Nas grandes superfícies tecnológicas, é preciso desembolsar mais de 1.000 euros para o ter no bolso.
Será que este dobrável Huawei justifica esse investimento? E para que tipo de utilizadores este terminal é a escolha certa? Com estas questões em mente, testei nas últimas semanas o pequeno e sedutor Huawei P50 Pocket e tive algumas surpresas… boas e menos boas. Convido-te agora a rumares até ao admirável mundo dobrável.
Primeiras impressões: design premium numa construção robusta
Antes de dar início a qualquer tipo de conclusão, tenho de confessar o meu ceticismo quanto aos smartphones dobráveis. Sim, tenho consciência de que são capazes de fornecer um ecrã grande, mas o mecanismo de dobradiça sempre me conferiu uma sensação terrível de insegurança e desconfiança.
Não só pelo vinco no ecrã, mas também pela fragilidade do sistema que, pensava eu, podia falhar muito facilmente. Ponto extra para o Huawei P50 Pocket que conseguiu sossegar-me a alma. Mas já lá vamos.
Comecemos pelas primeiras impressões que o P50 Pocket provoca quando recebemos a sua caixa de edição premium na mão. Estamos efetivamente perante um smartphone de topo. A caixa é elegante e apresenta o mesmo padrão que o painel traseiro do terminal. É um pormenor, mas quem desembolsa mais de mil euros para o ter no bolso, aprecia estes “apontamentos”.
Na mão, de imediato sentimos que estamos perante uma construção robusta e resistente. Apresenta uma qualidade de construção excelente e um design brilhante que apenas é manchado… pelas nossas dedadas! Sim, o acabamento com brilho é uma excelente superfície para obter as impressões digitais de quem o manuseia. Ao primeiro toque no painel traseiro, de imediato uma impressão fica marcada.
Mas, dedadas à parte, fornece ao utilizador uma qualidade de construção digna do segmento de topo. Senti confiança para o colocar na mala e deixá-lo estar à vontade. Resultado: sobreviveu sem um único risco. É um claro vencedor no que diz respeito a qualidade de construção e resistência.
Sistema de dobradiça inovador que torna o vinco quase invisível
Vamos a um ponto crucial quando se trata de smartphones dobráveis, especialmente em formato concha: o sistema de dobradiça e vinco no ecrã provocado por este. Já o disse e reforço; todo o meu ceticismo em relação aos smartphones dobráveis têm como origem o sistema de dobradiça.
Mas – e este é um enorme mas positivo –, a dobradiça inovadora do P50 Pocket conquistou-me no primeiro minuto. Quando fechado, o terminal está efetivamente fechado, não há a mais ínfima abertura.
E quando o P50 Pocket abre para deixar ver o seu enorme ecrã de 6,9 polegadas, o vinco provocado pela dobradiça é quase invisível. Sente-se ao toque, mas não ao ponto de incomodar ou de interferir com qualquer atividade efetuada no ecrã tátil.
Tal acontece graças à dobradiça multidimensional que coloca o centro do ecrã num espaço em forma de gota que não só reduz o vinco, como permite que o terminal feche na totalidade. Mais: a dobradiça é bastante robusta. Não provoca sensação de insegurança, é percetível que vai manter o mecanismo a funcionar adequadamente durante o tempo de vida útil do modelo.
Posto isto, o mesmo sistema de dobradiça permite-lhe assumir, com competência, três posições: totalmente aberto, totalmente fechado ou aberto num ângulo de 90 graus. Qualquer outra posição vai interferir não só com o equilíbrio do smartphone, como com a experiência de visualização. Ainda assim, o P50 Pocket eleva bastante a fasquia para os sistemas de dobradiça em geral. Atenção concorrência, este é o alvo a abater.
Ecrã interior fantástico e ecrã secundário com algumas funcionalidades
O Huawei P50 Pocket tem um ecrã OLED de 6,9 polegadas fantástico. Fornece uma boa qualidade de imagem, taxa de atualização a 120 Hz e é bastante responsivo ao toque. Mesmo na zona do vinco, o modelo tem uma resposta rápida e fluida.
Este smartphone é uma boa opção para todos os utilizadores que gostam de ver as suas séries favoritas num terminal móvel. As cores são brilhantes e precisas e os negros são profundos. Mais uma vez, o vinco não vai interferir com a experiência de visualização.
Depois há o ecrã secundário de 1,04 polegadas. É pequeno, mas tem algumas funcionalidades úteis. Aqui podemos ver notificações, aceder aos controlos multimédia ou tirar fotos. É útil, mas não deslumbra.
Quanto ao áudio do P50 Pocket. É razoável, cumprindo com o que é necessário. Não é adequado para audiófilos exigentes, mas para o comum utilizador que apenas quer perceber os diálogos das suas séries favoritas ou ver e ouvir vídeos do YouTube, entrega o que é preciso.
Bom desempenho, mas um pequeno problema de “mãos quentes”
A edição premium do P50 Pocket está equipada com o Snapdragon 888 apenas com suporte para comunicações 4G e com 12 GB de memória RAM e 512 GB de capacidade no armazenamento interno.
Neste ponto, temos de falar no “elefante branco na sala” que são as sanções impostas à Huawei que não lhe permitem fornecer comunicações 5G num smartphone que tem um custo superior a 1.000 euros. Esta é uma falha do terminal, mas para ser justa, a responsabilidade não pode ser atribuída à marca, uma vez que esta limita-se a cumprir (religiosamente) as restrições de que é alvo.
Mas para todos aqueles que apenas justificam este investimento com especificações à prova de futuro, este smartphone não é uma escolha ideal. E é uma pena, porque o seu desempenho é bom, rápido e fluido. O chip Snapdragon 888 é conhecido pela sua qualidade, aliás.
Pontuação positiva: o P50 Pocket é capaz de lidar com qualquer tarefa que lhe é proposta. No entanto, sofre do problema conhecido como “mãos quentes”. Ao testar um jogo no dobrável, passado poucos minutos senti que as minhas mãos estavam mais quentes.
Coloquei o ecrã para baixo e percebi que a zona do módulo traseiro da câmara estava bastante quente. Ao longo dos dias, percebi que em algumas tarefas um pouco mais exigentes, a referida zona acusava sobreaquecimento. Nunca interferiu com a fluidez de navegação ou rapidez na execução de tarefas, mas comecei a optar por pousar o terminal numa superfície mais fresca.
Nota positiva para outro ponto. No P50 Pocket a interface EMUI 12 funciona mesmo muito bem quando em comparação com outros smartphones da Huawei. Os gestos são mais rapidamente reconhecidos e o sistema, de uma forma geral, é mais responsivo.
Boa autonomia graças à bateria integrada
Este dobrável Huawei está equipado com uma boa bateria de 4.000 mAh que fornece suporte para carregamento rápido de 40 watts. Graças a esta robusta bateria, o P50 Pocket tem autonomia para um dia inteiro de utilização e um pouco mais.
Ao longo do dia, variei entre uma utilização moderada e intensiva e o pequeno terminal correspondeu com vida útil até ao início da noite.
Também carrega relativamente rápido, em pouco mais de meia hora consegue levar a bateria a valores confortáveis entre os 60% a 70%.
Câmara fornece fotos com qualidade, repletas de detalhe
Um dos pontos fortes da Huawei são os seus módulos de câmara traseira e o P50 Pocket não é exceção a esta regra. O sensor primário de 40 megapixéis aliado a um ultra grande angular de 13 megapixéis e um sensor ultra spectrum de 32 megapixéis fornecem boas fotos, repletas de qualidade.
Deixo aqui apenas um exemplo de uma paisagem urbana para não cansar. Mas garanto que nas centenas de fotos que tirei, obtive sempre a mesma qualidade e nitidez. Neste exemplo, o dia não estava particularmente luminoso, mas ainda assim é possível ver as cores vivas e distintas das árvores, assim como captar com nitidez a linha do horizonte.
É, sem dúvida alguma um dos pontos fortes deste dobrável. Foca rápido e apenas os tremeliques nas nossas mãos podem causar algum tipo de efeito nocivo às imagens captadas. Nota máxima para a parte ótica.
Prós
- Boa autonomia
- Design premium
- Qualidade de construção excelente
- Dobradiça multidimensional
- Câmara traseira com qualidade
Contras
- Design com dedadas permanentes
- Ausência de serviços Google e comunicações 5G
- Sobreaquecimento em algumas tarefas
Notas finais
Voltemos às perguntas iniciais: Será que este dobrável Huawei justifica o investimento? E para que tipo de utilizadores este terminal é a escolha certa?
Relativamente à primeira pergunta, a resposta é sim e não. Justifica o preço premium pela sua qualidade de construção digna de segmento premium e pelo seu design sedutor. Justifica o investimento pelo incrível sistema de dobradiça multidimensional que torna o vinco no ecrã praticamente invisível. Justifica cada cêntimo do preço pelas suas capacidades fotográficas.
Não justiça o investimento pela ausência de comunicações 5G e também pela ausência de serviços Google. Bem sei que cada vez que falamos de smartphones Huawei, voltamos a esta questão, mas a realidade é que no mundo em que atualmente vivemos é difícil viver sem ter um ícone no ecrã inicial que abre o Gmail.
Verdade seja dita que a AppGallery tem já muitas aplicações disponíveis, além de que uma pesquisa rápida leva-nos a muitas das apps que também estão disponíveis na Play Store da Google. No entanto, falta todo o universo Google.
Agora responder à pergunta para que tipo de utilizadores o Huawei P50 Pocket é o ideal? Para quem consegue viver sem serviços Google e é um adepto de smartphones dobráveis. Aliás, quem compre este modelo está a escolher inequivocamente a marca Huawei e não um ecossistema (como acontece na Apple e em alguns modelos Android).
O Huawei P50 Pocket é um smartphone dobrável com qualidade, tem um bom desempenho e uma construção muito acima da média. Não fossem as sanções de que a Huawei é alvo e, se calhar, a liderança dos smartphones dobráveis poderia ser bastante mais competitiva.
Especificações
- Ecrã principal: 6,9 polegadas, 2790x1188 pixéis, taxa de atualização de 120 Hz
- Ecrã secundário: 1,04 polegadas, 340x340 pixéis, taxa de atualização de 60 Hz
- Processador: Qualcomm Snapdragon 888
- RAM: 12 GB
- Armazenamento: 512 GB
- Câmara: 40 MP + 13 MP + 32 MP
- Bateria: 4.000 mAh com carregamento rápido de 40 watts
Editores 4gnews recomendam: