OpenAI revê política de utilização e abre debate sobre aplicação de IA ao nível militar

Mónica Marques
Mónica Marques
Tempo de leitura: 2 min.

A OpenAI, conhecida pela plataforma de IA generativa ChatGPT, recentemente alterou a sua política de utilização, tendo eliminado a proibição explícita do uso da sua tecnologia IA para “fins militares e de guerra”.

Esta alteração gerou debate sobre a aplicação da tecnologia de Inteligência Artificial no ramo militar, mas a OpenAI já garantiu que esta mudança apenas pretende facilitar a compreensão dos seus princípios.

“Princípios universais e de fácil compreensão” são o objetivo da OpenAI

imagem abstrata alusiva à tecnologia de Inteligência Artificial
A OpenAI afirma que os seus estatutos atuais são mais amplos e podem ser aplicados a mais contextos Crédito@Gerd Altamann/Pixabay

O facto de ter alterado a sua política de utilização, voltou a colocar a OpenAI no meio de um debate aceso. A empresa já veio publicamente garantir que a alteração nos estatutos tem como objetivo fornecer “princípios universais e de fácil compreensão” para todos os utilizadores.

Na mesma nota à imprensa, Niko Felix, porta-voz da OpenAI, afirma que os estatutos continuam a enfatizar o princípio de não prejudicar os outros, mas que agora são mais amplos e podem ser aplicados em mais contextos.

Mas esta alteração chega numa altura em que é igualmente notícia que a OpenAI está a colaborar com a DARPA – Defense Advanced Research Projects Agency – no desenvolvimento de ferramentas de segurança cibernética.

Com a anterior política de utilização, esta colaboração não poderia existir, devido à proibição explícita que colocava a agência norte-americana de defesa na categoria de militar.

Dizem alguns especialistas da área que os atuais estatutos da OpenAI equilibram agora a utilização ética de Inteligência Artificial com as vantagens que esta pode fornecer em contexto de segurança nacional.

Alteração de estatutos abre porta a mais colaborações militares

Por sua vez, Sarah Myers Wets, do AI Now Institute, destaca que a alteração aos estatutos surge no mesmo momento em que aumenta a utilização de tecnologia de Inteligência Artificial em zonas atualmente em conflito.

A mesma responsável sugere que esta mudança abre as portas a outras colaborações militares que, geralmente, oferecem incentivos financeiros significativos às empresas tecnológicas.

E este debate promete continuar ao longo deste ano, muito possivelmente, com a OpenAI no centro de alguma polémica.

Editores 4gnews recomendam:

Mónica Marques
Mónica Marques
Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt