As fabricantes chinesas de smartphones Android recolhem uma quantidade alarmante de dados que podem identificar os utilizadores, conclui um novo estudo da Universidade de Edinburgh and Trinity College Dublin.
Versando sobre a realidade de mercado na China, a publicação académica versa sobre smartphones da OnePlus, Xiaomi, Realme e OPPO enquanto principais marcas chinesas.
O contexto mostra-nos que a China é o maior mercado mundial de smartphones, com os smartphones Android a representarem cerca de 70% de todos os utilizadores, com base em métricas de 2021.
OnePlus, Xiaomi, Realme e OPPO entre as marcas mais populares na China
A investigação estabelece que na China os equipamentos trazem um número consideravelmente maior de aplicações pré-instaladas, com as mais variadas permissões e sobre as quais os utilizadores têm pouco controlo.
Em simultâneo, existe mais pacotes de dados a serem transmitidos com dados que podem, em extremo, identificar o utilizador. É todo um acervo de informações que compromete seriamente qualquer noção rudimentar de privacidade.
A questão que se coloca é - poderão estes mesmos smartphones praticar algo similar fora da China, ou seja, na Europa e demais mercados?
Informações como a localização, modelo e configurações, perfil do utilizador e até dados pessoais dos utilizadores serão comummente recolhidos na China.
Além disso, dados como as coordenadas de GPS, padrões de utilização, histórico de chamadas e SMS. Isto bem como os contactos, estas métricas podem ser alvo de recolha no mercado doméstico destas marcas.
Smartphones recolhem um acervo enorme de informação
Posto isto, tal como aponta a publicação, na China os utilizadores não têm a opção de recusa de recolha destes indicadores. Desse modo, com este perfil virtual a ser enviado pelos smartphones, é fácil identificar os indivíduos específicos.
Ainda que a nação asiática tenha implementado legislação similar ao RGPD europeu com o intuito de salvaguardar a privacidade dos utilizadores, a extensão da sua aplicação às fabricantes de smartphones não é conhecida.
Esta recolha ocorre a partir de aplicações pré-instaladas nos smartphones, bem como por mecanismos presentes no próprios sistema operativo, ambos com privilégios alargados de acesso e gestão dos telefones.
O estudo teve por base a análise aos smartphones OnePlus 9R, Xiaomi Redmi Note 11 e o Realme Q3 Pro da OPPO (casa-mãe).
Investigação incide sobre os smartphones vencidos na China
Importa frisar que as versões chinesas dos smartphones Xiaomi, OPPO, OnePlus e Realme, entre outras marcas, têm muito mais apps pré-instaladas. Além disso, têm entre 8 a 10 vezes mais permissões concedidas de acesso aos dados do que as versões internacionais destes produtos.
Dito isto, os consumidores e utilizadores na Europa e demais mercados globais estarão relativamente a salvo desta recolha de dados graças às políticas de proteção de dados na Europa como o RGPD.
Em suma, o estudo traz à luz uma realidade que não nos surpreende, mas que nos deixa relativamente gratos pelas regulações internacionais e europeias que colocam um travão a estas práticas.
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