O Phone (3a) Pro é uma nova adição à série de smartphones de gama-média da Nothing. O aparelho chega ao mercado português em conjunto com o irmão Phone (3a), para proporcionar uma experiência ‘Pro’ com um preço de 479 €.
Este smartphone partilha muitas das características com o modelo base, mas diferencia-se tanto no design como em pormenores importantes na fotografia. Usei o Nothing Phone (3a) Pro durante duas semanas e neste artigo vou contar-te o que achei.
Unboxing
O Phone (3a) Pro até pode ser um smartphone de gama-média, mas o seu unboxing não fica a dever nada a modelos mais caros. A Nothing capricha desde os primeiros momentos, com uma caixa personalizada, que agora é de mais fácil abertura e preservação.
No interior, encontramos o esperado num smartphone em 2025. O equipamento vem em destaque na zona superior e ,logo abaixo, temos a ferramenta transparente para ejeção do cartão SIM e o cabo USB-C para USB-C de carregamento. O cabo, no entanto, não é o de pontas transparentes como na geração anterior.
Design e construção
Este é um smartphone que segue a ideologia industrial da Nothing, mas com uma clara mudança no módulo de câmaras. A marca aposta num arrojado módulo de câmaras circular que poderá ser apreciado por uns e menos apreciado por outros. Tendo a estar do lado dos que o apreciam.
Julgo que a combinação de design transparente, principalmente nesta cor cinzenta, com o módulo circular, tornam este um equipamento que não deixa ninguém indiferente em termos estéticos. A outra grande novidade é o botão situado no lado direito, que dá acesso rápido ao Essential Space (de que falarei em mais pormenor na área do software).
Se o Phone (3a) mantém a estética do (2a) com a adição de uma terceira câmara, a Nothing quis que este equipamento se diferenciasse em termos estéticos com o novo módulo. A traseira transparente em vidro é um regalo para os olhos, mas as dedadas serão também uma constante. Mas este é um equipamento onde usar capa, só é atrativo se for também ela transparente.
O smartphone é ligeiramente mais pesado que o modelo base, com 211 gramas, mas continua naquele limiar de ser agradável de segurar para o tamanho. Tem certificação IP64 para proteção contra poeiras e jatos de água e o sensor de impressões digitais ótico embutido no ecrã é bastante veloz e revela precisão.
Escusado será dizer que se é Nothing, há Glyph Interface. Embora a marca não tenha feito mudanças neste sentido, temos três zonas LED na parte superior traseira, onde podes virar o equipamento para baixo e ter acesso a notificações ou indicações de outras aplicações sem ter de consultar o ecrã.
Ecrã e áudio
O ecrã do Phone (3a) Pro é simplesmente dos melhores que encontras nesta faixa de preço. É um painel AMOLED de 6,77 polegadas, com resolução de 1080 por 2392 píxeis e tem taxa de atualização de 120 Hz. O pico de brilho que outrora era de 1300 nits, situa-se agora nos 3000 nits.
Isto faz com que, neste Phone (3a) Pro, a experiência de usar o equipamento no exterior e sob luz solar intensa seja muito boa. As margens são bastante reduzidas, o que faz deste um painel ideal para qualquer tarefa, seja a navegar nas redes sociais ou consumir um filme no teu equipamento.
A qualidade de áudio também é boa para a faixa de preço do Phone (3a) Pro. Tem altifalantes estéreo, que não se negam a proporcionar uma boa experiência, seja a ouvir a nossa playlist favorita ou a jogar aquele título que tanto apreciamos. Para multimédia, este é um ótimo equipamento no segmento de gama-média.
Desempenho
A Nothing passa de processadores MediaTek para Qualcomm nesta geração, com o Snapdragon 7s Gen 3. É o mesmo processador que encontras no Phone (3a) e é, à data de lançamento, o melhor processador de gama-média de que a Qualcomm dispõe.
Este é um processador que brilha no desempenho no dia. Sabemos que não é um chip topo de gama e que os jogos mais exigentes não vão correr nas definições máximas. Mas é um processador que entrega o que promete e não vais ter qualquer dificuldade nas tarefas diárias, mesmo a jogar os teus títulos favoritos.
Não tem como foco brilhar em benchmarks como o Geekbench 6, mas a harmonia com a otimização de software da Nothing dão-nos uma sensação de excelente desempenho. Combinado com 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, faz-me acreditar que será um equipamento com boa longevidade.
Interface
A parte estética da Nothing nota-se no exterior, mas também no interior com a NothingOS 3.1 baseada no Android 15. O utilizador tem uma experiência de software semelhante ao Android puro, com a possibilidade de personalização na medida certa por parte da Nothing. E sem espaço para bloatware: só as aplicações essenciais chegam de fábrica.
Nesta geração, é também dado um passo em frente, sempre salutar, na política de atualizações. O Phone (3a) Pro chega ao mercado com a promessa de três anos de atualizações de software (ou seja, até ao Android 18) e seis anos de atualizações de segurança. Ou seja, até 2031.
Temos bastante personalização nos widgets e a possibilidade de usar a nova gaveta de aplicações, que basicamente cria pastas por ordem alfabética e por categorias. A Glyph Interface funciona em conjunto com o software, para iluminação personalizada com notificações, temporizador ou ao som das músicas que estão a tocar.
O novo botão na lateral direita foca-se na função de IA chamada Essential Space. Este é basicamente um espaço para colocar notas, memórias e inspirações. Com um clicar no botão, este analisa a imagem que está no ecrã e podes fazer uma nota escrita ou em áudio para consultar mais tarde. Muito útil como ferramenta de trabalho, criatividade ou simplesmente para auxiliar os mais distraídos.
Câmara
À semelhança do Phone (3a), este Phone (3a) Pro tem um sensor telefoto. A diferença é que se trata de um sensor capaz de ir mais além e proporcionar zoom ótico de 3 vezes, equivalente a uma distância focal de 70 mm. Consegue fazer zoom digital sem perda de qualidade até 6 vezes e vai até às 60 vezes.
Esta teleobjetiva periscópio, como a marca lhe chama, é ideal para aqueles que gostam de fotografar objetos mais aproximados com qualidade. E nos retratos também se nota que faz brilharete. Destaque também para a sua qualidade nas fotos macro, onde o podes aproximar até 15 cm de um objeto.
O sensor principal de 50 MP também se destaca por produzir boas imagens, tanto de dia como de noite, seja a fotografar natureza, edifícios ou pessoas. Não é uma qualidade de topo de gama, mas para o preço é acima da média. O vídeo tem qualidade e boa estabilização, mesmo a gravar a 4K e 30 fps. Dá perfeitamente para o gasto.
O sensor ultra angular é o que menos se destaca e que sofre um downgrade de 50 MP para 8 MP nesta geração. Gera imagens decentes, mas não nos deixa impressionados. A câmara frontal de 50 MP é melhor que a do (3a) e produz boas imagens, seja nas selfies ocasionais ou na eventualidade de fazeres videochamadas.
Bateria
A série A da Nothing parece talhada para fornecer boa autonomia de bateria e o Phone (3a) Pro é mais um exemplo disso mesmo. O equipamento vem com capacidade de bateria de 5000 mAh, que se revelou mais que suficiente para um dia de utilização intensiva nos meus testes. Se fores um utilizador mais leve, podes esperar algo entre 1 dia e meio a dois dias de utilização sem voltar à carga.
Quando o objetivo for voltar à carga, o Phone (3a) Pro tem bom desempenho, com um salto de 45 W para 50 W em velocidade de carregamento. Conseguimos ter 50% da bateria carregada em 20 minutos e em 55 minutos conseguimos basicamente preencher a totalidade da bateria. Nada mau.
Conclusão
O Nothing Phone (3a) Pro tem um design arrojado com traseira transparente, um toque industrial e um módulo de câmaras circular bastante vistoso. O novo botão para o Essential Space adiciona um pedaço de conveniência e torna-o um smartphone bastante característico.
Mas desengane-se quem ache que o Phone (3a) Pro é só um ‘menino-bonito’. É, na verdade, dos smartphones mais completos nesta faixa de preço. Tem um excelente ecrã e bateria, bom desempenho, software limpo com personalização no ponto e um sensor telefoto com zoom ótico de 3 vezes. Por 479 € em Portugal fica difícil resistir.
