A Meta de Mark Zuckerberg pode vir a enfrentar uma pesada multa de 1 milhão de coroas norueguesas por dia (cerca de 90 mil euros) imposta pela autoridade de proteção de dados daquele país. Por semana serão cerca de 630 mil euros, e se fazendo as contas, ao fim de um mês pode chegar à quantia de 2,8 milhões de euros.
Na origem da penalização estão os direitos de privacidade de cada utilizador norueguês que estão a ser violados com a prática de publicidade comportamental.
Até agora, não se sabe se Meta respondeu às autoridades norueguesas
A 17 de julho deste ano, a autoridade norueguesa de proteção de dados avisou a Meta que seria multada se não resolvesse as questões relacionadas com as violações de privacidade identificadas por aquele regulador.
De acordo com a autoridade norueguesa Datatilsynet, a Meta não pode recolher dados dos utilizadores daquele país, como por exemplo a sua localização física, para a prática de publicidade comportamental (ou publicidade direcionada).
A empresa de Mark Zuckerberg tinha de responder às autoridades norueguesas até ao passado dia 4 de agosto, mas até agora não há notícia sobre a sua resposta ou se sequer a Meta terá encetado diálogo.
As autoridades norueguesas não desarmam e “a partir da próxima segunda-feira, uma multa diária de 1 milhão de coroas começará a ser aplicada”, disse à Reuters Tobias Judin, responsável da área internacional da Datatilsynet.
Para já, a multa será aplicada até 3 de novembro. No entanto, a autoridade norueguesa pode transformá-la numa penalização permanente se encaminhar a sua decisão para o Conselho Europeu de Proteção de Dados e este concordar com o regulador norueguês.
Ainda que não seja membro da União Europeia, a Noruega está inserida no Mercado Único Europeu, estando por isso abrangida por alguma legislação europeia.
Na semana passada, a Meta já tinha anunciado que vai criar um sistema de consentimento para os utilizadores da União Europeia antes de direcionar publicidade, mas esse passo não será suficiente para as autoridades norueguesas, uma vez que não é conhecido ainda o mecanismo desse sistema de consentimento.
É mais um caso em que a gigante tecnológica norte-americana enfrenta as autoridades europeias em questões relacionadas com proteção de dados.
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