O mais recente relatório da IDC alusivo ao mercado de smartphones mostra-nos um cenário que certamente deixará as fabricantes em alerta. Segundo esta agência, no último trimestre de 2022 registou-se a maior contração de sempre neste mercado.
No período entre outubro e dezembro de 2022 registou-se uma queda de 18,3% na expedição de smartphones. Uma cifra preocupante, sobretudo se tivermos em conta que este intervalo engloba as tradicionais campanhas da Black Friday e a época natalícia.
No último trimestre de 2022 expediram-se apenas 300 milhões de smartphones
Os números constantes do novo relatório da IDC apontam para o envio de pouco mais de 300 milhões de smartphones nos últimos três meses de 2022. Uma queda inédita face aos pouco mais de 367 milhões registados no período homólogo de 2021.
Este cenário parece ser o resultado da inflação que flagelou os mercados mundiais no ano transato e as crescentes preocupações com os cenários macroeconómicos. Perante tal realidade, é sem surpresa que assistimos a uma maior cautela da parte dos consumidores na hora de gastar o seu dinheiro.
Para Nabila Popal, diretora de pesquisa da IDC, este cenário económico poderá empurrar uma recuperação do mercado para o final de 2023. Ou seja, os próximos trimestres poderão pintar um cenário similar ao que agora foi dado a conhecer por esta entidade.
Samsung é a única que consegue crescer no meio da adversidade
Olhando para casos concretos, vemos uma Samsung a registar os dois lados da moeda. Por um lado, a tecnológica sul-coreana expediu menos 10 milhões de unidades no final de 2022 face ao mesmo período de 2021.
Ainda assim, ela conseguiu aumentar a sua quota de mercado, passando de 18,8% em finais de 2021 para 19,4%. Pese embora fique em segundo lugar da hierarquia mundial, a sul-coreana conseguiu aumentar a sua vantagem face à Xiaomi e encurtar a distância para a sua rival Apple.
Por falar na Apple, a empresa liderada por Tim Cook surge no lugar cimeiro desta tabela com uma quota de mercado de 24,1%. No período em análise, a tecnológica norte-americana expediu 72,3 milhões de unidades que, ainda assim, atestam um declínio nos registos da empresa.
No terceiro posto surge a Xiaomi, solidificando a sua presença no top-3 mundial. Com uma quota de mercado cifrada nos 11%, a empresa chinesa expediu menos 11,8 milhões de equipamentos face ao mesmo período de 2021.
Em suma, este mercado tecnológico fechou o ano de 2022 com a expedição de sensivelmente 300 milhões de smartphones expedidos. É, portanto, a maior queda registada pela IDC que deixará as empresas do ramo alertas para o ano que agora dá os primeiros passos.
2023 será um ano de cautela para as fabricantes de smartphones
Face às adversidades registadas em 2022, as fabricantes de smartphones deverão ser mais cautelosas em 2023. A IDC acredita que estas empresas repensarão o seu portefólio e, consequentemente, o seu volume de produção.
É natural que os utilizadores comecem a racionar as suas despesas e que isso resulte num menor investimento em tecnologia. Significa que serão cada vez menos aqueles que continuarão a trocar de equipamento anualmente.
Aliás, a IDC refere que os utilizadores tendem a manter o mesmo equipamento durante 40 meses. Um cenário motivado não só pelos contratempos económicos, mas também pela excelente qualidade dos produtos tecnológicos da atualidade.
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