Influenciadores digitais já têm sindicato a representar o seu trabalho

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Os profissionais da influência já têm sindicado próprio nos Estados Unidos da América. Fruto da aprovação de um acordo com o SAF-AFTRA, um dos maiores sindicatos dos EUA, os criadores de conteúdo independentes terão acesso a apoio sindical.

A medida visa garantir que "tenham a proteção de que precisam e possam trabalhar com a dignidade que merecem", aponta o presidente dar organização. É a normalização deste novo ramo laboral que surgiu e cresceu junto da geração Z.

"Trabalho é trabalho, tem de ser reconhecido e protegido"

Por influenciador digital a SAG-AFTRA entende qualquer criador de conteúdo popular, dedicado às redes sociais, que tenha uma grande massa de seguidores e que pretenda capitalizar com essa base de seguidores. Pode fazê-lo através de acordos publicitários, etc.

Entre as modalidades de rentabilização mais populares está a promoção de marcas e respetivos produtos. Pode fazê-lo através de diversas plataformas e redes sociais como o Instagram, TikTok, YouTube, Twitch, Snapchat, Pinterest, Facebook, entre outras.

A quantidade de seguidores pode variar entre poucas centenas a vários milhões. São uma montra para as grandes marcas e figuras dominantes da indústria, com o influenciador a produzir uma grande variedade de conteúdos, de imagem, a vídeo e texto.

Por fim, a SAG-AFTRA aponta que os acordos estabelecidos entre as marcas e os influenciadores são diversos. Não existindo uma taxa definida, ou remuneração padrão, há inúmeras variáveis que podem fazer pender a balança de interesses para o lado da marca, ou do influenciador.

As conversações duraram mais de três anos

A Federação Norte-Americana de Artistas de Televisão e Rádio (SAG-AFTRA) efetiva assim a decisão previamente aprovada em fevereiro de 2021 após três anos de negociações. O novo "acordo do influenciador" vem alargar o raio de ação do sindicato.

“O conselho (SAG-AFTRA) aprovou um novo acordo para cobrir conteúdo criado por certos tipos de influenciadores digitais quando eles são pagos para anunciar produtos ou serviços”, aponta o sindicado em comunicado oficial.

Deste modo, a entidade pretende proteger o que considera ser uma profissão cada vez mais popular junto dos jovens. Fenómeno que surgiu, sobretudo, com a geração Z e o advento das plataformas online como o Facebook, Instagram, TikTok, etc.

A nova profissão é uma realidade para milhares de jovens criadores

O contrato entre sindicato e sindicalizados estende-se a criadores de conteúdo e narradores de conteúdos patrocinados, bem como argumentistas que desenvolvam o seu trabalho nas plataformas online. Do TikTok ao YouTube, o escopo de abrangência é grande.

“Todos os que trabalham, merecem proteção”, avança o sindicado à revista norte-americana Teen Vogue. A assistência sindical materializar-se-á em diferentes áreas. Desde o apoio na assinatura e redação de contratos, à proteção dos direitos de imagem. O mesmo se aplica à tomada de ação com vista à salvaguarda do uso indevido de imagens e conteúdo criado pelos influenciadores.

A proteção sindical estará disponível para jovens que exerçam a atividade a tempo parcial como complemento aos seus rendimentos, ou que já o façam a tempo inteiro. Independentemente da modalidade, "trabalho é trabalho e tem de ser reconhecido e protegido".

Mais ainda, os sindicalizados poderão ter acesso à pensão e aos benefícios de saúde, tal como os demais membros.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.