Darknet acolhe cada vez mais pessoas à procura de trabalho

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Há um potencial aumento do número de pessoas ligadas a atividades ilegais divulgadas tipicamente em fóruns de hacking na Darknet, ou deepweb, entre outras nomenclaturas. Tendência que se agravou com o decurso da pandemia de COVID-19.

O alerta foi dado pela agência de cibersegurança Check Point Research (CPR). Entidade que detetou um crescente número de anúncios presentes na Darknet e fóruns de hacking publicados por pessoas desempregadas que se oferecem para prestar assistência a atividades cibercriminosas em troca de dinheiro. Os investigadores partilham 4 exemplos reais.

A Darknet é um local habitual para a procura de trabalho

É costume ver-se na Darknet ou em fóruns de hacking a partilha de oportunidades de trabalho. O que a CPR tem observado é a dinâmica oposta. As pessoas estão a oferecer-se para assistir o cibercrime em troca de dinheiro.

Desde que 2021 começou, os investigadores têm-se deparado com 10 a 16 novos anúncios de procura de emprego por mês numa seleção de fóruns de hacking. É um número excecionalmente alto, tendo em conta que as publicações desta natureza são, por norma, nulas.

Os investigadores acreditam que a inversão da tendência deriva do impacto notoriamente negativo da situação pandémica. Algo que em muito tem contribuído para o aumento dos números de desemprego e para maior precariedade entre as famílias.

Os rigores impostos pela pandemia criaram uma preocupante tendência

“É muito raro vermos pessoas à procura de trabalhos ilegais na darknet. A crescente deste tipo de ofertas alarmou-nos. Quando pessoas se oferecem para prestar assistência a atividades cibercriminosas estamos todos numa situação de maior perigo.

Assim, decidimos selecionar um conjunto de fóruns de hacking para acompanhar ao longo dos meses. Descobrimos que o número de posts deste género aumentou consistentemente e suspeitamos que o mesmo aconteça noutros sítios da Darknet,” começa por explicar Oded Vanunu, Head of Product Vulnerabilities Research na CPR. “Tudo isto cria uma cultura muito perigosa na Darknet, o último sítio no qual se deve procurar trabalho.

Tempos de desespero levam a medidas desesperadas... acreditamos que esta tendência evidencia as dificuldades financeiras em que muitas pessoas se encontram dada a COVID-19. Este ‘grito’ das pessoas deve preocupar toda a gente que pretende minimizar as atividades criminais,” termina o responsável.

Temos difíceis original medidas desesperadas, aponta a CPR

A Darknet corresponde a uma parte da Internet invisível para os motores de busca, na qual se trocam recursos ilícitos, como números de cartões de crédito roubados, drogas, ciberarmas e, até, softwares maliciosos que permitam aceder a computadores alheios.

Os exemplos aqui partilhados foram extraídos do conjunto de fóruns que os investigadores acompanharam nos últimos meses.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.