1. Jane Austen nasceu a 16 de dezembro de 1775 e era uma uma proeminente escritora inglesa
Foi uma das primeiras mulheres inglesas a escrever e a destacar personagens femininas, construídas com personalidade, à frente do seu tempo. Todas as questões que as personagens colocam, como se pode verificar na obra Persuasão, espelham fortemente a futilidade e superficialidade da sociedade da época. A valorização da beleza, da posição social em detrimento ao amor, respeito e carácter.
Jane Austen tem uma escrita incisiva, as suas personagens aparentemente frágeis, demonstram muita determinação e ousadia perante desilusões e obstáculos que a sociedade ressalta. Em contrapartida, as personagens masculinas aparentemente fortes e inteiramente orgulhosas, também demonstram um lado humano, no qual a ternura e a paixão coexistem com a mesma intensidade que a teimosia e o cumprimento dos deveres e obrigações, impostas pela sociedade nessa época.
Para além disso, Jane defendia que o casamento não devia ser apenas um contrato social, que se deviam também ter em conta os sentimentos assim como as vontades dos envolvidos.
2. Educação e Classes Sociais
Jane questionou o papel da mulher na sociedade, assim como a sua educação e divisão de classes. A mulher do século XIX era preparada exclusivamente para fazer um bom casamento. Não podiam ter sonhos nem ambições. Tinham que ler muito, costurar, pintar, serem fluentes em outras línguas (latim e francês, predominantes na época) saber dançar, ser agradável, bonita, enfim, uma lista infindável. E se não bastasse, o pai tinha que apresentar dote, propriedades e títulos para atrair um bom partido que se comprometesse a casar. Estas pressões sociais tiveram um grande impacto na mulher e foram brilhantemente retratadas por Austen.
3. Amor e Ironia
Todos os livros de Austen relatam uma história de amor, que conjuntamente com o seu humor ácido e algumas pitadas de ironia, critica de forma perspicaz as classes sociais assim como as personalidades que lhe dão voz na sociedade. Austen era uma crítica voraz da burguesia, o que comprova que a autora não era uma mulher comum e que não tinha receio de se afirmar numa sociedade ainda conservadora.
4. Cria feministas desde o século XIX
As heroínas de Jane Austen espelham alguns traços da sua personalidade, por isso estão sempre à frente do seu tempo, numa época em que o casamento era visto como uma tábua de salvação para as suas famílias, e lhes era negado qualquer direito de filho primogénito. São mulheres íntegras, confiantes, às vezes até racionas demais para uma época demasiado conservadora, são sempre representadas ao mesmo nível que os homens, nunca num nível inferior.
5. Os livros da autora serviram de inspiração para outros livros e filmes
Os seus livros estão em toda parte, e aliás já vimos algumas histórias semelhantes nas comédias românticas de Hollywood, como" o Casamento do meu melhor amigo"(apaixonei-me pelo meu melhor amigo), Maid in Manhattan"(rapariga pobre que encanta um homem poderosíssimo),"America's Sweethearts"(homem deslumbrante que se apaixona por uma rapariga que não tem grandes atributos de beleza). Inclusive filmes como “Beverly Hills Girls" e o "O Diário de Bridget Jones" são inspirados nos romances "Emma" e "Orgulho e Preconceito" respectivamente;
Jane Austen inspirou muitos autores, inclusive uma das minhas autoras preferidas, J.K. Rowling, que sempre teve noção de que qualquer desfecho em grande nos livros de Harry Potter nunca seriam tão interessantes quanto o desfecho que Austen deu em Emma".
Se estas razões não forem de todo suficientes, e se ainda estiveres com dúvidas, repara que na obra de Jane Austen não existem finais perfeitos, e sim finais possíveis. Todas as histórias tem uma moral e uma razão de ser.
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