Android: esta é a principal ameaça aos smartphones em Portugal

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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Em Portugal os smartphones Android mais populares são vítima frequente de ataques de software malicioso. Em causa estão as conclusões da agência de segurança ESET que denota o advento das campanhas de Adware em franco e infeliz crescimento.

As deteções de ameaças Android aumentaram em mais de 50% entre o 2.º e o 3.º quadrimestre de 2022. Os dados foram avançados pela agência de segurança no seu mais recente Relatórios de Ameaças.

Publicidade escondida e de difícil remoção nos smartphones Android

Android Portugal

O Adware e as apps ocultas que escondem os seus ícones para dificultar a remoção pelo utilizador (isto é, “Hidden Apps”). Estas são os principais responsáveis pelo crescimento desta categoria de ciberameaça, que em Portugal cresceu 32% entre quadrimestres.

Entre o crescimento global de deteções de ameaças Android, muitas das quais estão presentes em lojas de apps de terceiros. Aliás, a maioria refletiu tentativas de enriquecimento a partir de anúncios.

Por outro lado, perto de 70% de todas as deteções de ameaças Android no 3.º quadrimestre foram deste tipo. Estas deteções, assinaladas como Aplicações Potencialmente Indesejadas (Potentially Unwanted Applications – PUAs)

Ou seja, são aplicações projetadas para exibir anúncios em excesso ao utilizador com o objetivo de gerar receita para os criadores da aplicação.

Adware é a principal ameaça para os smartphones em Portugal

Android Portugal

O Adware do tipo “Fyben” em particular cresceu uns impressionantes 1100% entre quadrimestres. Esta deteção está associada a jogos móveis.

O 3.º quadrimestre cobre um período (setembro a dezembro) em que developers lançam jogos novos ou versões atualizadas de jogos existentes para tirar partido do comércio no Natal.

Nalguns casos, estes jogos não são lançados em todos os países. Assim, os utilizadores que não têm acesso oficial aos jogos procuram-nos em lojas ou websites não oficiais, onde as ameaças proliferam.

Tendências e futuro das ameaças aos smartphones Android

A prevalência de ameaças como as PUAs, que fazem dinheiro a partir do visionamento de anúncios, não foram as únicas a marcar a paisagem de ameaças Android no final de 2022.

Mais ainda, o Spyware também aumentou a sua presença graças a kits de Spyware prontos a usar e de fácil acesso disponíveis em fóruns online e usados por cibercriminosos amadores.

Nesse contexto, o relatório alerta que a paisagem de ameaças Android pode mudar muito em 2023. Chatbots potenciados por inteligência artificial como o ChatGPT já são usados para desenvolver novas ferramentas maliciosas, embora ainda não haja conhecimento de malware escrito assim para Android.

Além disso, não se podem descartar os impactos de grupos cibercriminosos organizados, que continuam a desenvolver Spyware direcionado para recolher informação de alvos de alto perfil ou grupos vulneráveis de cidadãos.

Em suma, globalmente, a deteção de ciberameaças Android aumentou consideravelmente no final do ano passado. A maioria das deteções está relacionada com diferentes tentativas de enriquecimento a partir de anúncios. Portugal acompanha a tendência de crescimento.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.