Ao comprar através dos nossos links, podemos receber uma comissão. Saiba como funciona.

Zuckerberg quer dar-te uma “superinteligência pessoal”, mas ninguém percebeu o que isso é

Mark Zuckerberg quer transformar a inteligência artificial com uma “superinteligência pessoal” acessível a todos. Mas anunciou-o num memorando confuso que levanta mais perguntas do que respostas.

superinteligencia meta
Imagem: edição de El editorial / Shutterstock.com

Mark Zuckerberg acaba de lançar um memorando que mais parece um manifesto futurista do que um plano estratégico concreto.

Depois de investir milhares de milhões em inteligência artificial e recrutar alguns dos maiores nomes do sector, o CEO da Meta quer entrar de vez na corrida pela IA generativa. A sua nova promessa: criar uma superinteligência pessoal que estará ao serviço de cada utilizador.

Mas o que isso significa, como será feito e por que razão deveríamos confiar na Meta? Nenhuma dessas perguntas tem resposta clara.

Superinteligência para todos, diz Zuckerberg

No texto de 616 palavras publicado no site oficial da Meta, Zuckerberg afirma estar "extremamente otimista de que a superinteligência ajudará a humanidade a acelerar o nosso ritmo de progresso".

A visão da empresa é clara: tornar a inteligência artificial avançada acessível a todos, de forma a apoiar os utilizadores no cumprimento de metas, criação de conteúdos, desenvolvimento pessoal e até nas relações humanas.

Apesar da ambição, o documento evita explicar o que é exatamente esta tal de superinteligência pessoal, como será construída ou sequer quais os objetivos práticos.

Zuckerberg dedica-se antes a diferenciar a abordagem da Meta das demais gigantes tecnológicas. Ao contrário de outras empresas que tentam "automatizar todo o trabalho valioso", a Meta quer apostar numa IA centrada no ser humano, com foco no crescimento individual. Uma afirmação que também continua pouco clara.

Por mais profunda que possa vir a ser, um dia, a abundância gerada pela IA, um impacto ainda mais significativo nas nossas vidas virá provavelmente do facto de todos termos uma superinteligência pessoal que nos ajude a atingir os nossos objetivos, a criar o que queremos ver no mundo, a viver qualquer aventura, a ser melhores amigos para aqueles de quem gostamos e a crescer para nos tornarmos a pessoa que aspiramos ser.

A visão da Meta é levar superinteligência pessoal a todos. Acreditamos em colocar esse poder nas mãos das pessoas, para que o possam direcionar para aquilo que valorizam nas suas próprias vidas.

Isto distingue-se de outros no sector que acreditam que a superinteligência deve ser dirigida de forma centralizada para automatizar todo o trabalho valioso, e que assim a humanidade viverá à custa da sua produção. Na Meta, acreditamos que são as pessoas, ao perseguirem as suas aspirações individuais, que sempre impulsionaram o progresso — expandindo a prosperidade, a ciência, a saúde e a cultura. E acreditamos que isso será cada vez mais importante no futuro.

Nova estrutura, investimentos colossais em IA

O memorando surge numa altura em que a Meta está a reestruturar a sua estratégia de inteligência artificial. A empresa investiu recentemente 14,8 mil milhões de dólares na Scale AI e nomeou o seu CEO, Alexandr Wang, como novo Director de IA. Ele está agora à frente dos laboratórios de superinteligência da Meta.

A Meta tem ainda feito ofertas milionárias a talentos de topo da Apple, OpenAI e outras empresas, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento dos seus modelos proprietários de IA generativa. O nome mais recente a juntar-se à equipa foi Shengjia Zhao, um dos criadores do GPT-4, agora apresentado como "cientista-chefe" da divisão.

De acordo com a Wired, a Meta chegou mesmo a oferecer mais de mil milhões de dólares para garantir exclusividade com a Thinking Machines Lab, fundada por Mira Murati, ex-CTO da OpenAI. Embora a empresa confirme contactos, nega parte dos detalhes.

No total, a Meta já anunciou um orçamento de 72 mil milhões de dólares para infraestruturas e projetos ligados à inteligência artificial, um investimento que demonstra o peso da aposta.

Problemas internos e frustração com o Llama 4

Apesar do tom visionário do manifesto, fontes internas referem que há frustração com os atrasos no desenvolvimento do Llama 4, o modelo de linguagem mais ambicioso da Meta até à data. Esse atraso terá levado Zuckerberg a ponderar se manter os modelos como código aberto (open-source) ainda faz sentido dentro da nova estratégia.

Segundo a CNBC, há um crescente debate interno sobre a eficácia da abordagem atual. É precisamente nesse contexto que o memorando foi publicado, apenas algumas horas antes da apresentação dos resultados trimestrais da Meta, onde se espera o anúncio de novos investimentos bilionários em IA.

Xiaomi Watch S4, versão Bluetooth, modo desportivo profissional avançado
Xiaomi Watch S4Modo desportivo profissional avançado
120,97 €Amazon ES
162,63 €-26%
Adiciona o 4gnews ao teu Google News Google News
Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.