YouTube: pelos vistos pouco importa (ao algoritmo) se carregas no ''Dislike''

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 4 min.

Segundo um novo estudo efetuado pela Mozilla, o botão de "Dislike" no YouTube, o "não gosto", pouco impacto tem no algoritmo e recomendações da plataforma de vídeos da Google.

Há, contudo, um método mais eficaz ao optar por "Não recomendar o Canal", o "Remover vídeo do histórico de visualização", aí sim, com impacto no funcionamento do YouTube.

De acordo com a mesma fonte, a melhor forma de "condenar" um canal é optar pela opção "Não me recomendar este canal". Não obstante, mesmo esta solução não é propriamente efetiva em diminuir a reputação de um canal e sinalizar potenciais violações das políticas do YouTube, nem no bloqueio das recomendações de conteúdo similar do mesmo autor.

Aparentemente, pouco importa se deixas o "Dislike" no vídeo de YouTube

YouTube Google

Atualmente o YouTube, a plataforma de vídeos da Google, dá aos utilizadores várias formas de "controlar" parcialmente aquilo que querem ver no seu serviço e plataforma. O meio mais imediato para tal é o botão de "Não gosto", o "Dislike" presente logo abaixo de qualquer vídeo apresentado.

Porém, de acordo com um novo estudo, ao optarmos por dar um "Dislike" a um vídeo, pouco impacto teve na recomendação de vídeos do mesmo canal para um determinado utilizador. Ou seja, pouco impacto efetivo terá no algoritmo de apresentação de conteúdos nesta plataforma da Google.

Estudo da Mozilla versa sobre a plataforma de vídeos da Google

YouTube’s ‘dislike’ barely works, according to new study on recommendations https://t.co/w11rimMp1U pic.twitter.com/l0nj3pLIJa

— Engadget (@engadget) 20 de setembro de 2022

Em causa está um recente estudo da Mozilla que empregou uma extensão open-source para o browser apelidada de RegretsReporter. Esta foi a sua "ferramenta" de análise, tal como apontou primeiramente a publicação Engadget.

As informações colhidas, a data, mostrou que o botão Dislike apenas foi efetivo em 12% das recomendações de vídeos não desejados pelos utilizadores.

Assim sendo, a equipa definiu como mau, ou não recomendável, um vídeo similar ao vídeo que tinha acabado de rejeitar ao pressionar o botão de "não gosto".

Não obstante, conteúdos similares ao que tinham acabado de catalogar como "mau", com o "Dislike", continuaram a aparecer na maioria das situações apuradas.

Nenhum dos controlos do YouTube tem real impacto nas recomendações de vídeos?

A mesma equipa estudou também o impacto da seleção "Não estou interessado neste vídeo", caso em que apenas 11% das "más recomendações" deixaram de ser exibidas.

Porém, há opções que têm mais impacto, a "Remoção do Histórico de Visualização". Para tal o utilizador tem que aceder à Biblioteca - Histórico - Remover do histórico de visualizações. Este meio é eficaz na redução em 29% das "más recomendações".

A mais eficaz é, contudo, a "Não recomendar canal", que pode ser feita em qualquer vídeo de um canal que nos aparece no "Feed", na página principal do YouTube. Nessa instância, a eficácia sobre para até 43%, de acordo com o mesmo estudo.

YouTube ignora feedback explícito dos utilizadores na apresentação de conteúdos

Does YouTube’s algorithm really listen to user feedback?Help us find out.Our RegretsReporter browser extension allows you to send YouTube direct feedback on your #YouTubeRegrets, and tells our researchers if YouTube is actually listening 👉 https://t.co/oy68fkCzLr pic.twitter.com/rkRBYm2AhG

— Mozilla (@mozilla) 11 de janeiro de 2022

Em suma, nenhum dos controlos disponíveis no YouTube tem um impacto extremo nas recomendações e apresentações de conteúdo, nenhum chegando sequer aos 50% de eficácia. Acima recordamos a extensão da Mozilla que queria sinalizar "mau conteúdo" junto da plataforma, algo que aparentemente não terá tido impacto, além do mediático.

Sintetizando, o YouTube ignora feedback explícito dos utilizadores e nem mesmo a opção pelo Modo Incógnito, ou limpeza das Cookies parece ter impacto real.

Aliás, alguns utilizadores terão até utilizado VPS's para comparar os resultados apresentados, com poucas diferenças efetivas.

É, assim, uma conclusão desapontante. A plataforma da Google ignora as métricas e feedback explícito dos utilizadores de modo a aumentar as métricas de visualização e apresentação de conteúdos.

Ou seja, pouco importa se carregas no botão de "Dislike" ou não gosto. O conteúdo, e canal, muito provavelmente, continuará a ser-te apresentado.

Editores 4gnews recomendam:

Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.