A Xiaomi Smart Band 9 é a mais recente alternativa da fabricante chinesa no segmento das pulseiras de atividade. Chegou a Portugal por 39,99 € e estive a testá-la ao longo das duas últimas semanas. Neste artigo conto-te as minhas conclusões e o que achei deste produto que usei diariamente acordado, a trabalhar, a fazer desporto e a dormir.
Unboxing
A experiência de unboxing é o que a Xiaomi nos habituou neste tipo de produto: simples e efetiva. A caixa ostenta a smartband e quando abrimos encontramos a mesma, já com a bracelete de silicone pré-colocada.
No interior da mesma encontramos também o carregador magnético e os habituais manuais de utilizador. O carregador é essencial para iniciar o processo de emparelhamento, já que a smartband não conta com nenhum botão físico para ligar.
Ecrã e desempenho
O ecrã da Xiaomi Smart Band 9 é um dos seus pontos e faz corar de vergonha alguns smartwatches mais caros. É um painel AMOLED de 1,62 polegadas com margens reduzidas e com o formato oval que tornou este produto icónico e que pessoalmente espero que a marca nunca altere.
A grande novidade desta geração é o salto para o pico de brilho de 1200 nits. Isto revelou-se essencial para termos uma ótima experiência sob luz solar intensa, com a informação vinda do ecrã a ser muito bem vista.
Mantém-se a taxa de atualização de 60 Hz da anterior geração, que nos garante uma experiência bastante fluida. Usar esta smartband acaba por ser uma experiência fluida, sem quaisquer engasgos em todas as zonas da interface.
Pontos também para o facto de o brilho do ecrã ser automático. Embora não seja perfeito, longe vão os tempos em que tínhamos de o aumentar quando saíamos ou baixar em casa. Agora esta percebe quando é necessário baixar ou subir o brilho, o que é de salutar termos num produto desta faixa de preço.
Por ser um ecrã oval, alguns utilizadores poderão queixar-se de informação perdida, em que é necessário mais um deslizar de dedo, na parte superior ou inferior por ser um ecrã oval. Diria que não é defeito, mas sim feitio e regra geral não senti limitações.
Design, construção e conforto
O design desta geração da smartband mais famosa do mantém mantém-se oval, mas cada vez com um aspeto mais premium. E isso está ligado ao facto de Xiaomi ter abandonado o acabamento em plástico na estrutura, para uma aposta na liga de alumínio.
Esta aposta chega em cores como azul, rosa, prateada e preto (a nossa cor de teste). E cada vez mais a marca aposta no estilo, com uma vasta oferta de pulseiras desde pele sintética a alumínio. Na caixa continua a chegar a clássica bracelete de silicone.
Embora tenhamos uma construção em liga de alumínio, esta continua a ter um peso bastante baixo de 15,8 gramas sem bracelete e 27 gramas com a bracelete que chega na caixa. A espessura de 10,95 mm também é bastante decente.
O resultado acaba por ser o conforto que este produto me habituou em anteriores gerações. É o wearable mais confortável para dormir que já usei e facilmente nos esquecemos que está no pulso durante as mais variadas tarefas.
De destacar a forma facilitada (estreada na geração anterior) que temos de tirar e colocar as braceletes. E isso significa que poderás utilizar as mesmas braceletes que já se encontravam disponíveis para a Smart Band 8.
O facto de termos aqui (novamente) resistência à água de 5ATM significa que a Xiaomi Smart Band 9 está plenamente apta para ir nadar contigo. A marca apenas não aconselha usar em banhos quentes, saunas ou realizar desportos aquáticos de grande velocidade.
Saúde e desporto
Uma das possibilidades que tornou este tipo de produto popular foi a capacidade de introduzir muitos utilizadores a métricas de desporto, fitness e saúde. Sem estar ao nível de um smartwatch topo de gama, esta Smart Band 8 faz um bom trabalho neste campo.
No campo da saúde temos um módulo de monitorização que foi melhorado. Este promete que os dados das medições de batimentos cardíacos são agora 16% mais assertivos. De realçar que estes são medidos de forma contínua e podes ser alertado se tiveres valores considerados muito altos ou muito baixos.
A precisão dos números pareceu-me estar bem perto do que verifico no meu Apple Watch SE. Sendo que nenhum dos dispositivos deve ser encarado como um dispositivo de cariz médico. Também faz medição do oxigénio no sangue continua, permite medir o stress, fazer treinos de respiração e monitorização e previsão do ciclo menstrual de mulheres.
A monitorização do sono está cada vez mais precisa e com mais dados. Podes saber dados sobre a qualidade e ciclos do sono, receber dicas de como melhorar e após análise de sete dias saber que tipo de animal és a dormir. No meu caso, parece que sou um Coala.
No campo desportivo, são já mais de 150 os modos disponíveis, desde a simples corrida ou ciclismo, natação ou halterofilismo. Para quem gosta de corrida, temos aqui os cursos de corrida que basicamente te permitem estabelecer um objetivo e ser guiado ao longo do treino. Bem prático para quem é iniciante, mas também para quem está mais avançado.
Usei-a para umas pequenas corridas e posso dizer-te que os dados em tempo real me surpreenderam face a gerações anteriores. Cada vez menos precisamos do smartphone, que ainda assim tem de andar connosco para tratar da parte da localização, já que a smart band não tem GPS.
Interação e funcionalidades
Um dos pontos que mais me impressionou na Smart Band 9, vindo de alguém adora o motor de vibração do Apple Watch SE, é que esta me impressiona. Não gosto de usar despertador sonoro e acordar com esta smart band tornou-se um hábito durante o teste. O motor vibração de grande qualidade e dispõe de 20 modos.
É bom encontrar aqui outras funcionalidades, como calendário, a possibilidade de controlar a câmara ou a música que está a tocar no smartphone ou simplesmente consultar os dados da meteorologia. Ah, e também temos acesso ao modo lanterna que dá jeito se não quiseres ter de acender luzes naquela ida noturna à casa de banho.
A pulseira tem bastantes mostradores compatíveis disponíveis na app. Infelizmente poucos possuem complicações clicáveis. Seria interessante ter mais opções onde clicar na meteorologia nos reencaminhasse para essa “app”, como já aconteceu no passado, por exemplo.
Também não tem NFC, como já vem sendo habitual na versão global. Era algo que gostaríamos de ver em gerações futuras, mas que ainda nem sequer acontece na versão mais cara dela smart band. Parece que será algo que temos de esperar.
De realçar que esta smart band deve ser usada com a app Mi Fitness (não é compatível com a Zepp Life), onde podes fazer toda a personalização e ver dados mais completos de saúde ou desporto. Esta pode ainda receber os teus dados antigos da Zepp Life e associar-se ao Strava, Google Fit, Apple Saúde ou Suunto.
Temos compatibilidade total com Android e iPhone, sendo que não terás problema em desfrutar das funcionalidades em qualquer um dos sistemas operativos. Podes usá-la com smartphones Android desde Android 8.0 e iOS 12.0 ou mais recente.
Autonomia
É quase como se Xiaomi Smart Band 9 e autonomia rimassem. A marca promete uns respeitosos 21 dias de autonomia em uso típico e 9 dias a usar o modo de ecrã sempre ligado. Posso dizer-te que esses números não estarão muito longe da verdade.
Pela minha experiência, a fazer algum desporto e com medições de SpO2 e batimentos cardíacos sempre a funcionar, tenho autonomia para cerca de 14-15 dias. O que é fantástico e nos deixa descansados face a qualquer tipo de ansiedade na bateria. Se usares o modo de ecrã sempre ligado, obviamente deves esperar algo mais perto de uma semana, a julgar pela minha utilização.
Conclusão
Tem um ecrã e autonomia excelentes, é leve e confortável, possui muitas funcionalidades e um preço de 39,99 € apelativo. Continua a não ter GPS e NFC, mas por este valor não o esperávamos. Para quem procura uma pulseira de atividade acessível e fiável, a Xiaomi Smart Band 9 continua a ser a melhor resposta.
Xiaomi Smart Band 9
Ecrã: 1,62 polegadas, AMOLED, 60 Hz, 1200 nits
Bateria: até 21 dias de autonomia
Desporto: mais de 150 modos