Will Cathcart, responsável máximo pelo WhatsApp, foi a voz de uma das mais duras críticas já tecidas à plataforma Telegram. Em causa, a tecnologia de encriptação de dados utilizada por este serviço, ou melhor dizendo, a falta dela.
O CEO do WhatsApp afirma que o Telegram carece de uma real tecnologia de encriptação de dados, embora passe a mensagem inversa para o mercado. Este executivo aponta ainda outras falhas que, segundo ele, devem afugentar os utilizadores desta plataforma.
Encriptação de dados do Telegram colocada em causa por um dos seus maiores rivais
As afirmações que Will Cathcart proferiu na rede social fundamentam-se num novo relatório publicado pela Wired. Neste documento, a revista atenta às relações desta plataforma de comunicações com a Rússia e detalha algumas práticas que classifica duvidosas.
O CEO do WhatsApp vem assim dar voz a este relatório que poderia passar despercebido a muitos. Em síntese, ambos apontam o dedo à encriptação de dados utilizada no Telegram e classificam-no como um engodo aos seus utilizadores e ao mercado em geral.
É referido que o Telegram não possui a sua encriptação de dados ativa por defeito, nem sequer a oferece nos seus grupos. O último ponto é uma factualidade e a própria plataforma justifica-o com a dificuldade que a mesma causaria às suas cópias de segurança.
Aponta-se ainda a falta de transparência e verificação independente dos protocolos de encriptação de dados utilizados no Telegram. Citando o relatório da Wired "... o mais perturbador é que alguns ativistas descobriram os seus "chats secretos" - o recurso supostamente rígido e criptografado de ponta a ponta do Telegram - comportando-se de maneira estranha, de maneiras que sugerem que um terceiro indesejado pode estar a espiar".
É aqui que entram na equação as duvidosas relações entre esta plataforma com agentes do Kremlin. Coloca-se a possibilidade de os seus informantes socorrerem-se de um spyware para aceder às conversas dos utilizadores desta plataforma.
Localização dos utilizadores terá sido comprometida
Outra acusação grave dá conta de que a localização terá escapado com uma precisão alarmente. Devido a uma falha na API de localização do Telegram, este terá fornecido dados com uma precisão de um raio de 3 km.
Tais informações podiam ser recolhidas sempre que um utilizador ativasse os dados de localização no seu smartphone. Apesar de o Telegram negar fornecer informações a entidades governamentais, os mais recentes relatórios apontam para o contrário.
Para finalizar, Will Cathcart cita o jornalista Andrei Soldatov que questiona o porquê das pessoas continuarem a usar o Telegram. Aproveitando a deixa, o CEO do WhatsApp incita à procura de uma alternativa ao Telegram, mesmo que a escolha não recaia sobre a plataforma da Meta.
Editores 4gnews recomendam: