Durante a última Mobile World Congress, em Barcelona, o Unihertz Luna foi um dos smartphones a fazer manchetes. Apelidado de ‘clone do Nothing Phone (1)', prometia ser uma alternativa para quem quer um smartphone com LEDs na traseira… mas às cores. Será mais do que isso? Vamos tentar percebê-lo nesta análise.
Testei o Unihertz Luna durante as duas últimas semanas, e nesta análise dou a minha opinião situando-o na faixa de preço entre os 250 e os 300 €. Não há como evitar falar das LEDs traseiras, mas temos de o tratar como um smartphone ‘normal’ e perceber se vale o que se tem de pagar por ele.
Principais especificações do Unihertz Luna
- Processador MediaTek Helio G99
- 8 GB de memória RAM
- 256 GB de armazenamento UFS 2.2
- Ecrã IPS LCD de 6,81 polegadas
- Resolução de 2400 por 1080 pixeis
- Bateria de 5000 mAh com carregamento de 18 W
- Câmaras traseiras: 108 MP (principal) + 20 MP (visão noturna) + 2 MP (macro)
- Câmara frontal: 32 MP
- Android 12
- Dual SIM
- Bluetooth 5.3
- NFC
- Entrada de jack 3,5 mm
- Rádio FM
- Dimensões: 168 x 76,8 x 10,4 mm
- Peso: 298g
Unboxing do Unihertz Luna
O Unihertz Luna fornece uma experiência de unboxing satisfatória, tendo em conta os acessórios que encontramos na caixa. À cabeça vem uma zona onde vemos o manual de instruções, a ferramenta para colocar/retirar o cartão SIM e uma película de plástico.
Por baixo está o smartphone que curiosamente já vem com uma capa transparente colocada. Esta abona favoravelmente ao design do mesmo, pois em nada afeta a sua estética. Abaixo dessa zona vem um cabo USB-C para USB-A e o carregador de 18 W.
A minha opinião sobre o Unihertz Luna
Design do Unihertz Luna
Podemos afirmar com segurança que quem comprar o Unihertz Luna será maioritariamente porque quer um smartphone com este tipo de design. No campo estético, esta é uma alternativa acessível ao Nothing Phone (1), por fornecer iluminação na traseira abaixo de 300 €.
Isso é feito graças a outros cortes nas características do terminal que falaremos mais à frente. O destaque vai obviamente para o facto de estas luzes serem RGB (e não apenas brancas como no caso do Phone (1)).
Isso permite que possamos alternar entre o espectro de cores para as mais variadas ações. Desde sinalizar a receção de chamadas, notificações, complemento a música ou lembrete de carregamento, estas luzes fornecem boa personalização ao utilizador.
Um ponto a notar é que o brilho das luzes não é adaptável. E para o meu gosto, este é demasiado forte em algumas situações de menor luminosidade. Mas para quem pensar “quanto mais brilho melhor”, é realmente a solução ideal.
No resto do design, o Unihertz Luna baseia-se em torno do próprio Phone (1) e de um iPhone dos mais recentes. A traseira é transparente como o Nothing, mas a zona das câmaras faz imediatamente lembrar um dos mais recentes smartphones da Apple.
O ecrã é plano, e temos um punch-hole no canto superior esquerdo. As margens são simétricas, tirando no fundo onde temos um pequeno queixo. Na moldura temos uma entrada para jack 3,5 mm em cima, uma coluna, a porta USB-C e entrada para cartões SIM ao fundo.
Na lateral direita encontras um botão de ligar/desligar que acompanha o corpo e botões de volume mais pronunciados. À esquerda tens uma opção interessante, que são dois botões programáveis. Estes podem ser programados para ações com um toque, longo toque ou dois toques para atalhos.
Construção do Unihertz Luna
A qualidade de construção do Unihertz Luna é bastante satisfatória para o preço. Parece mais caro do que aquilo que é, embora gostasse de ver um botão de ligar/desligar mais pronunciado. Nota-se que existem algumas sombras à volta do punch-hole da câmara frontal, sem ser nada preocupante.
Como parece a construção da traseira do aparelho? Bem, não existe aquele sentimento premium do Phone (1). Mas a verdade é que, pelo preço que pede, a Unihertz fez um belo trabalho nesta sua traseira com LEDs. E ainda lhe adicionou cor, o que acaba por ser interessante.
Ecrã do Unihertz Luna
O Luna tem um ecrã plano e extenso de 6,81 polegadas, com margens reduzidas e apenas maior extensão no “queixo”. Trata-se de um bom painel IPS de 6,81 polegadas, com resolução 2340 por 1080 pixeis.
Para reprodução de conteúdo multimédia, como vídeos, ou para jogar é um painel satisfatório. Mas este é um dos pontos onde aparelho poderia ser melhor. Não é um painel AMOLED, embora isso não seja imperativo nesta faixa de preço. Mas tem apenas 60 Hz, algo que faz a navegação no browser parecer mais ‘emperrada’ em alguns momentos, embora este tenha no interior um processador bem satisfatório.
De realçar que é utilizável no exterior no campo do brilho, mas podemos dizer que não é um dos seus pontos fortes. Na imagem abaixo podes ver como se porta nesse campo, com sol a incidir.
Áudio do Unihertz Luna
Bom, que dizer do áudio do Unihertz Luna? Para a sua faixa de preço, o som reproduzido pela coluna inferior é de qualidade satisfatória, com alguma distorção própria desta faixa de preço em volumes mais altos.
Mas infelizmente para quem queira ver vídeos no smartphone, essa coluna na parte inferior é a única. Pelo que não conseguimos aqui ter uma experiência verdadeiramente estéreo. Se isso não for um problema, o som reproduzido pela coluna inferior é satisfatório.
No entanto, acaba por merecer uma nota positiva por trazer algo que muitos utilizadores ainda apreciam. No topo do terminal está localizada uma entrada para jack 3,5 mm, caso queiras ligar uns auriculares com fios.
Desempenho do Unihertz Luna
O Luna tem um desempenho satisfatório para as tarefas que todos precisamos de fazer no dia a dia num smartphone. O processador MediaTek Helio G99 (o mesmo do Galaxy A24 ou POCO M5) fornece-lhe esse desempenho, que é acompanhado por 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.
O facto de ter apenas taxa de atualização de 60 Hz faz com que o smartphone não pareça tão rápido em determinadas ações como dispositivos com painel de taxa de atualização superior. Isso sente-se mais a navegar online ou nas redes sociais.
Isso acaba por não afetar a experiência geral com o equipamento, onde nunca notei lentidão ou demora nas mais variadas tarefas. Mesmo a jogar o meu adorado Pokémon GO portou-se bastante bem.
Interface do Unihertz Luna
A interface foi dos pormenores que mais gostei neste Uhinertz Luna. É que temos uma experiência muito semelhante ao Android puro, com algumas personalizações esporádicas feitas pela marca. Um ponto bastante positivo é que não notei traduções mal feitas, como outros equipamentos que já testei no passado.
Outro ponto positivo é o facto de trazer muito poucas aplicações instaladas de fábrica. Além das habituais da Google, contam-se pelos dedos de uma mão as aplicações desnecessárias no equipamento.
A minha avaliação neste campo seria ainda superior se o smartphone não me tivesse chegado às mãos ainda com Android 12. Resta agora saber quanto tempo vai demorar até receber o mais recente Android 13.
Câmaras do Unihertz Luna
A câmara principal do Unihertz Luna é de 108 MP e fornece imagens e vídeos decentes quando utilizada em cenários com boa luz. Tem disponível o modo retrato, que providencia fotos que te vão satisfazer nestas condições.
Mas quando começares a tirar fotografias com menos luz, vais começar a ver o natural grão. Além disso, temos uma câmara para visão noturna que podes ser interessante para alguém que procure algo assim específico.
E a verdade é que esta nos permite capturar imagens em total escuridão. Mas muito provavelmente a maior parte dos utilizadores trocaria de bom grado esta câmara por uma ultrawide que o equipamento não contempla. A terceira câmara é um sensor macro para tirares fotografias mais aproximadas dos objetos.
De realçar ainda a câmara frontal, que te vai servir para tirar umas selfies ocasionais para as redes sociais e fazer videochamadas sem quaisquer queixas. Notei nesta apenas a ausência de um modo retrato que desfocasse o fundo.
Bateria do Unihertz Luna
Bateria é algo onde a Unihertz se sente como peixe na água, ou não vendesse alguns dos smartphones com maiores baterias do mercado. E no campo da autonomia, certamente que este Luna impressiona.
O terminal tem uma bateria de 5000 mAh, que te pode dar facilmente para um dia e meio a dois dias de uso leve a moderado. Claro que se fizeres um uso mais intensivo do smartphone tens bateria para um dia inteiro, sem problemas.
O que faz não dar uma nota mais alta ao smartphone neste campo é o facto de o carregamento ser de apenas 18 W. Isso faz com que o Unihertz Luna leve mais duas horas a carregar. Mas isso não deve ser um grande problemas, já que será carregado durante a noite pela maioria dos utilizadores.
Qualidade/preço do Unihertz Luna
Se estamos a falar de qualidade-preço, vais certamente encontrar melhores alternativas nesta faixa de preço. O Unihertz Luna foi feito a pensar em quem quer um equipamento vistoso com luzes na traseira, mas não quer pagar muito por isso.
E desse ponto de vista, acaba por fornecer uma boa experiência. O seu design faz com que o Luna se sobressaia de qualquer smartphone nesta faixa de preço, e isso deve ser notado. Mas vem com compromissos na taxa de atualização do ecrã, no peso e espessura do equipamento e no facto de ter apenas um altifalante.
Conclusão sobre o Unihertz Luna
Se estás à procura de um smartphone vistoso e queres gastar menos de 300 €, o Unihertz Luna é para ti. A iluminação traseira, neste caso RGB, dá nas vistas e pode ser útil em algumas situações. Mas será que todo este festival de luzes compensa?
A autonomia do smartphone é muito boa, mas por ser uma bateria de 5000 mAh a juntar a estas luzes o smartphone é espesso a pesa 298 gramas. Temos entrada para jack 3,5 mm, mas talvez fosse preferível altifalantes estéreo.
A câmara principal é decente em boas condições de luz, e os utilizadores que procurarem uma câmara com visão noturna têm aqui uma boa opção. Mas provavelmente a maioria dos utilizadores preferiria uma ultrawide.
Como referi acima, o ecrã é extenso e no geral tem boa reprodução de cores. Mas o facto de ter taxa de atualização de 60 Hz parece pouco aceitável nesta ‘altura do campeonato’. Mas sem dúvida que este é uma alternativa interessante para quem quer um Nothing Phone (1) mais acessível.
Padrão LED: RGB na traseira
Processador: MediaTek Helio G99
Bateria: 5000 mAh
Ecrã: 6,81 polegadas
É um smartphone difícil de aconselhar para o utizador comum. Aconselha-lo-ia a quem quisesse um smartphone com LEDs RGB na traseira, e não quisesse gastar mais de 300 €. Com LEDs não RGB na traseira, o Nothing Phone (1) continua a ser uma melhor opção, mas também custa mais 100 a 150 €.
Design | 4 |
Construção | 4 |
Ecrã | 3 |
Áudio | 3 |
Desempenho | 3 |
Inferface | 4 |
Câmara | 3 |
Bateria | 4,5 |
Qualidade-preço | 3 |
Pontuação | 3,5 - Bom |
Pontos fortes do Unihertz Luna
- Iluminação traseira com várias cores
- Design que o faz sobressair na 'multidão'
- Boa autonomia de bateria
- Entrada de jack 3,5 mm
- Câmara com visão noturna
- Alternativa acessível ao Nothing Phone (1)
Pontos a melhorar do Unihertz Luna
- É um smartphone pesado (298 gramas) e espesso
- Não possui câmara ultrawide
- Só tem um altifalante
- Ecrã tem apenas 60 Hz
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