Telemóvel anda a espiar-te? Há novas evidências (mas algo não bate certo)

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 2 min.

Será que estamos a ser espiados nos nossos telemóveis? Eis uma dúvida que, não raras vezes, vem à baila. Afinal de contas, é possível que já tenhas falado sobre um tema X e, passado algum tempo, recebas sugestões sobre o mesmo tema.

Quem sugere essa mesma prática é a Cox Media Group (CMG). Num discurso feito pela própria marca, esta partiu de uma questão principal. A pergunta tinha a intenção de perceber o que significa para um negócio atingir clientes ao ouvir as conversas do dia a dia.

CMG diz ter capacidade de usar “voice data” para fins comerciais

Na resposta à própria pergunta, a CMG refere: "não, não é um episódio de Black Mirror - é Voice Data, e a CMG tem a capacidade de usá-lo para sua vantagem comercial" (via Mashable).

Sobre o assunto, a empresa em questão admite que tal é “assustador”, mas salienta ainda que é “ótimo para marketing”. Segundo a mesma fonte, a CMG tem promovido os seus serviços de “Active Listening”.

Spy Copilot
Imagem Ilustrativa (via Copilot)

Como o próprio nome sugere, trata-se de um recurso, baseado em microfones, que serve para ouvir os utilizadores. Dessa forma, fica muito mais fácil fazer publicidade direcionada e com impacto.

A parte que é mais difícil de compreender entra agora. Segundo a 404 Media, especialista na área, a CMG mantém parceria com Google, Microsoft, Amazon e Meta. No entanto, as 4 empresas em questão negam qualquer tipo de espionagem.

O que diz a Google e companhia?

Demarcando-se de qualquer prática de “espionagem”, a Google referiu à Mashable que “todos os anunciantes devem cumprir todas as leis e regulamentações aplicáveis, bem como as políticas do Google Ads, e quando identificarmos anúncios ou anunciantes que violem essas políticas, tomaremos as medidas adequadas”.

Já a Microsoft refere: “estamos a investigar e tomaremos todas as medidas necessárias de acordo com as nossas políticas”. A Amazon, por sua vez, adianta que “a Amazon Ads nunca trabalhou com a CMG neste programa e não tem planos de fazê-lo”.

Por fim, a Meta afirma que “não usa o microfone para anúncios”. A detentora de Facebook, Instagram e Whatsapp diz que entrará em contacto com a CMG, para que seja feito um esclarecimento sobre o assunto.

Posto isto, uma coisa sabemos: algo não bate certo. Ou a Google e companhia estão a deixar algo por dizer. Ou então o que a CMG diz não é bem assim. Fica a questão por esclarecer.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.