O serviço Starlink tinha previsto fechar o ano de 2022 com cerca de 20 milhões de utilizadores em todo o mundo. As mais recentes previsões, contudo, apontam para valores (muito) mais modestos, tendo fechado o último ano com 1 milhão de assinantes.
A Internet de Elon Musk apresenta-se como uma solução para acesso à Internet em qualquer ponto do mundo, socorrendo-se para tal de uma constelação de satélites próprios. É (apenas) um dos projetos ambiciosos do magnata sul-africano / norte-americano, mas tem ainda umas quantas arestas por limar.
SpaceX previa 20 milhões de utilizadores até ao final de 2022
Em causa está a falha nos objetivos traçados pela própria SpaceX, empresa que gere o serviço Starlink, traçados pela própria em 2015 durante a apresentação aos investidores. Segundo avança o Wall Street Journal numa recente publicação, a empresa ficou muito aquém das metas por si colocadas.
Mais concretamente, em 2015 a SpaceX previa que, até ao final do ano de 2022 o número de utilizadores do Starlink ascenderia aos 20 milhões de assinantes. Todavia, segundo as mais recentes previsões este valor está agora, em finais de 2023 mais próximo do milhão e meio de clientes, uma discrepância difícil de ignorar.
Starlink terá agora cerca de 1,5 milhões de utilizadores em 2023
"O Starlink não cativou os consumidores como a SpaceX previa", aponta o WSJ. Como tal, no final do ano passado estava próximo do 1 milhão de assinantes, muito aquém das métricas apontadas pela própria empresa em 2015.
Mais recentemente, o vice-presidente da Starlink, Jonathan Hofeller, afirmou que o serviço conta agora, em finais de 2023, com cerca de 1,5 milhões de utilizadores em todo o mundo. As métricas foram divulgadas pelo executivo durante uma conferência recente, a propósito do reforço da sua constelação de satélites.
Os objetivos, porém, continuam ambiciosos, pretendendo continuar a "crescer para chegar a milhões e milhões", aponta já a publicação ArsTecnica.
2023 é o ano em que o Starlink começa a dar lucro à SpaceX
Segundo a presidente da SpaceX e COO Gwynne Shotwel, nas declarações feitas em fevereiro deste ano, o Starlink começará a dar lucro este ano. Ainda que as métricas exatas sejam desconhecidas, aponta o WSJ que os primeiros (e magros) lucros chegaram durante o 1.º trimestre do ano.
Colocando as cifras públicas em contexto, de um total de 1,5 mil milhões de dólares em receitas geradas, o lucro líquido da empresa foi de uns magros 55 milhões de dólares.
Uma ínfima fatia do grande bolo, mostrando que grande parte do dinheiro que entra nos cofres é, em seguida, investido e aplicado pela empresa. Ainda assim, os sinais são positivos no seio da empresa, com o serviço a melhorar gradualmente.
Recordamos que a Starlink opera com base no maior conjunto de satélites de baixa órbita terrestre, ou low-Earth orbit (LEO). A sua constelação continua a aumentar gradualmente, já com mais de 4 700 satélites a percorrer os nossos céus.
Melhorias graduais tornam o serviço de Internet mais atraente também em Portugal
Em Portugal, quem quiser desligar-se das operadoras como a MEO, NOS e Vodafone Portugal, além da NOWO, pode fazê-lo com a Internet de Elon Musk. Existe, porém um custo inicial de instalação e hardware de 450 €, além da mensalidade subsequente.
O serviço já cobre todo o território nacional, sem contrato de fidelização e com período experimental de 30 dias. Aliás, se não ficarem satisfeitos, podem devolver todo o hardware para "um reembolso completo", segundo avança a própria empresa.
Importa frisar que a instalação pode ser feita pelo próprio cliente, com todo o kit de instalação a ser fornecido pela empresa. Em Portugal, a mensalidade está ainda nos 65 €/mês.
Por fim, a vantagem deste serviço é permitir ao utilizador ativar e desativar a ligação à rede sem qualquer custo associado, com a velocidade de acesso a aumentar gradualmente. Aliás, atualmente já atinge velocidades até 350 Mbps.
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