Ao comprar através dos nossos links, podemos receber uma comissão. Saiba como funciona.

Seguiu conselho do ChatGPT e desenvolvou perigosa doença rara

Homem de 60 anos desenvolveu uma doença rara e psicose depois de seguir uma sugestão dada pela inteligência artificial.

Seguiu conselho do ChatGPT
Imagem criada com IA (Gemini)

Um homem de 60 anos acabou internado com uma condição médica raríssima e com sintomas de psicose depois de seguir uma sugestão médica errada do ChatGPT.

O caso, publicado no Annals of Internal Medicine, acende mais um alerta sobre o uso da IA como fonte única de aconselhamento médico.

O perigoso conselho errado do ChatGPT

O episódio aconteceu depois de o paciente começar a desconfiar que o vizinho o estava a envenenar. Ao pesquisar sobre os riscos do cloreto de sódio, encontrou no ChatGPT uma alternativa que parecia “mais saudável”: a IA aconselhou-o a substituir o sal por brometo de sódio.

O problema? Essa troca levou-o a uma intoxicação por brometo, também conhecida como bromismo, uma condição rara e praticamente esquecida no século XXI.

Segundo o relatório médico, o homem apresentava sede excessiva e paranoia em relação à água oferecida. Chegou ao ponto de destilar a própria água e impor regras rígidas sobre o que consumia. Após a hospitalização, a situação piorou:

  • Em menos de 24 horas, surgiram alucinações visuais e auditivas
  • A paranoia aumentou de forma acentuada
  • Tentou fugir do hospital, o que levou a uma internação psiquiátrica involuntária

Uma doença do século XIX que ainda assusta

O bromismo era relativamente comum no século XIX e início do século XX, quando sais à base de bromo eram usados para tratar epilepsia, distúrbios mentais e até insónia. Porém, descobriu-se que o consumo prolongado provocava efeitos no sistema nervoso, como:

  • Delírios
  • Falta de coordenação motora
  • Fadiga
  • Psicose e tremores nos casos graves

Em 1975, os EUA restringiram o uso de brometos em medicamentos de venda livre. Hoje, casos clínicos como este são extremamente raros, como apontou um artigo científico.

ChatGPT sob teste e sob críticas

A equipa médica não teve acesso às conversas originais do paciente com o ChatGPT, mas fez testes semelhantes e encontrou respostas igualmente problemáticas. Ao perguntar ao ChatGPT 3.5 qual cloreto poderia ser substituído, a IA incluiu o brometo como opção, sem alertar para riscos graves ou questionar o motivo da substituição.

“Embora a resposta afirmasse que o contexto importa, não forneceu um alerta de saúde específico, nem perguntou por que queríamos saber, como presumimos que um profissional médico faria”, explica o relatório publicado na revista médica.

É verdade que há relatos positivos, como o de uma mãe que, com a ajuda do ChatGPT, identificou uma doença neurológica rara no filho depois de mais de uma dúzia de médicos falharem o diagnóstico. Ainda assim, especialistas avisam que a IA não substitui um médico.

Aviso da OpenAI e limitações da IA na medicina

A OpenAI respondeu ao caso com um comunicado:

"Não deves confiar nos resultados dos nossos serviços como única fonte de verdade ou informações factuais, ou como substituto de aconselhamento profissional."

A empresa afirma que as equipas de segurança trabalham para reduzir riscos e treinar o ChatGPT para incentivar os utilizadores a procurar aconselhamento especializado. Com o lançamento do GPT-5, a promessa é reduzir “alucinações” e fornecer “conclusões seguras” que afastem respostas potencialmente perigosas.

Mas o maior desafio mantém-se: a IA não consegue avaliar, de forma fiável, os sinais clínicos de um paciente. Só quando usada num contexto médico supervisionado por profissionais de saúde certificados é que pode gerar resultados consistentes.

Sugestões para utilizadores

  • Questiona sempre as respostas que a IA te der e não hesites em fazer novas perguntas, sobretudo sobre possíveis riscos ou consequências.
  • Se precisares de pesquisar informação médica, não te limites ao que a IA apresenta — consulta artigos científicos e fontes médicas especializadas.
  • Considera toda a pesquisa feita através da IA apenas como um ponto de partida, e nunca como a resposta definitiva. Apenas um médico pode dar um diagnóstico ou aconselhamento de saúde fiável.
  • Em qualquer contexto, utiliza a IA como ferramenta complementar. E lembra-te: quando até as próprias empresas que criam estes modelos dizem que não podes confiar em tudo o que eles produzem… é porque não deves mesmo confiar.

Promoção do dia!

Logitech MX Master 3S Rato sem fios desempenho com deslocamento rápido
92,19 €Amazon ES
137,23 €-33%
Adiciona o 4gnews ao teu Google News Google News
Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.
Anúncio de Fundo