A Asus é conhecida pela sua dedicação ao hardware gaming e transportou essa experiência para o mundo dos smartphones. O ROG Phone 7 Ultimate é um dos últimos lançamentos da marca para os adeptos de jogos exigentes em ecrãs pequenos.
Será que este modelo premium, em especificações e preço, corresponde às expetativas e demonstra toda a mestria da Asus na área gaming? Nas últimas duas semanas, tive por companhia o Ultimate e partilho contigo a experiência de utilização de um smartphone com “ganas” de ser consola. Que comecem os jogos!
Unboxing: toda uma experiência Ultimate
O primeiro facto que salta à vista é a caixa enorme que acomoda o ROG Phone 7 Ultimate. Só pelo tamanho impressiona, mas não se fica por aqui. Assim que ligas o smartphone, é-te pedido que coloques o terminal numa parte removível da caixa e a partir daqui começa a experiência Ultimate.
É solicitado que carregues em partes específicas da caixa, exteriores ao smartphone, para que o terminal cumpra com as tarefas necessárias. E funciona. Tocamos num botão de cartão e depois em outro e toda a ação vai desenrolando-se no ecrã deste ROG Phone.
É um bom começo, sobretudo porque nos apresenta de imediato o cariz gaming do modelo. Também não deixa ninguém indiferente. É um espetáculo de cor e ação que mostra, desde logo, o bom ecrã deste ROG Phone 7 Ultimate.
Ao longo desta análise, vou falar várias vezes do preço – a começar nos 1.029 euros no site nacional da marca – pelo seu valor elevado e para avaliar, ponto a ponto, se está justificado. Obviamente, partindo sempre do princípio de que este não é um smartphone para todas as carteiras.
A experiência de Unboxing é, definitivamente, a de um modelo premium que mostra no primeiro instante que estamos perante um smartphone de topo que vai proporcionar uma experiência assente na qualidade.
Agora vamos ao que está incluído na enorme caixa que serve de embrulho ao ROG Phone 7 Ultimate. Temos uma capa protetora, um carregador de 65 watts e ainda o sistema de ventilação exterior AeroActive Cooler 7. São vários acessórios úteis incluídos e, pelo preço pedido, justifica-se esta “generosidade”.
Design não é para todos os gostos, mas o feedback háptico é fantástico
Passemos agora ao design. O painel traseiro branco não consegue dissimular as linhas fortes que o ROG Phone 7 Ultimate exibe e ainda bem. Este é um smartphone gaming e o seu design não deixa margem para dúvidas quanto a esse ponto de honra.
Não será um look que vai agradar a todos os utilizadores, especialmente a quem prefere um terminal mais discreto, mas penso que a ideia da Asus também não terá sido essa. Até porque o modelo segue as linhas do seu antecessor ROG Phone 6 que, de igual modo, é “agressivamente” gaming.
Mas atenção, este look gaming é composto por materiais notoriamente premium e que são bastante agradáveis ao toque. O painel traseiro, ainda que um pouco escorregadio, é muito confortável de manusear.
Contudo, estamos perante um peso-pesado. Os seus 246 gramas sentem-se bem na mão. Acrescente-se ainda o peso do AeroActive Cooler 7 quando este está acoplado ao terminal e quem tenha mãos pequenas, é obrigado a utilizar as duas para navegar no terminal.
Surpreendentemente, não é desconfortável de usar. Mais: mesmo com a ventilação exterior acoplada sentimos bem o feedback háptico dado pelo 7 Ultimate que, diga-se, melhora a experiência de jogo. Cada jogada no ecrã reflete-se numa pequena vibração, com a intensidade certa, na palma da mão. Temos sempre a certeza de que o terminal recebeu a nossa ordem e a cumpriu na perfeição – mesmo que, por causa dessa jogada, não consigamos passar de nível.
Mais um ponto de destaque no design deste terminal. O painel traseiro inclui o ecrã ROG Vision PMOLED de duas polegadas que exibe imagens, tanto estáticas como dinâmicas. Aliás, com o modo X ativado, o painel traseiro é um espetáculo de cor e luzes. Espetáculo esse que também é dado caso a ventoinha exterior esteja acoplada ao terminal.
É caro? Sim, mas estes pormenores são de importância maior no segmento premium em que está inserido. Mais uma vez, o preço e o design podem não ser para todos os gostos e carteiras, mas o ROG Phone 7 Ultimate cumpre com os requisitos a que se propõe.
Um ecrã que deslumbra pela sua qualidade
Outro dos pontos fortes do Rog Phone 7 Ultimate é o seu ecrã. O painel conta com 6,78 polegadas, resolução de 2448x1080 pixéis e uma elevada taxa de atualização de 165 Hz.
Estas especificações técnicas, na prática, traduzem-se num ecrã com bom tamanho que é muito competente na exibição de qualquer conteúdo. As cores são reais, vivas e fiáveis. A atualização de conteúdos no ecrã é bastante rápida e fluida.
O painel é igualmente responsivo, graças à taxa de amostragem de toque de 360 Hz que tem de ser ativada nas configurações do terminal. Por sua vez, o brilho máximo de 1.500 nits faz com que seja possível visualizar os conteúdos no ecrã, sob qualquer condição de luminosidade, sem que provoque fadiga ocular.
Dos smartphones que testei este ano, o Asus ROG Phone 7 Ultimate apresenta um dos melhores ecrãs que vi. Voltemos ao cerne da questão. O preço superior a 1.000 euros é também aqui justificado. A qualidade paga-se.
Bom desempenho graças à mestria da Asus
Como modelo de topo que é, o ROG Phone 7 Ultimate está equipado com o processador Snapdragon 8 Gen 2 que, na altura do lançamento do terminal Asus, era o chip premium por excelência.
Como esperado, estamos perante um desempenho fantástico. A navegação é rápida, fluida e sem solavancos, seja qual for o conteúdo a ser executado pelo terminal. Esta performance é conseguida muito graças à mestria da Asus a lidar com processadores da Qualcomm.
A marca consegue obter, regra geral, o melhor destes chips. O sistema de refrigeração avançado integrado a trabalhar em conjunto com a ventoinha exterior “ajuda à festa”. Não só otimiza o desempenho, como também não deixa o modelo atingir uma temperatura minimamente quente.
Aliás, experimentei “puxar” pelo terminal sem acoplar o AeroActive Cooler 7 e, mesmo assim, não me aqueceu (nem um pouco) as mãos. E ainda bem porque não é fácil transportarmos, de um lado para o outro, esta ventoinha adicional pela sua fisionomia robusta.
Em resumo, o ROG Phone 7 Ultimate lida maravilhosamente bem com qualquer tarefa ou aplicação, por mais exigente que esta seja. E… adivinharam, o custo elevado pode ser justificado com este desempenho de topo.
Bateria robusta com autonomia para um dia inteiro
O Asus ROG Phone 7 Ultimate está equipado com uma bateria enorme de 6.000 mAh. Mais 1.000 mAh que o habitual nos smartphones premium do universo Android e isso reflete-se na autonomia.
Com uma utilização “normal” aguenta, sem problemas, um dia inteiro. Acrescente-se uma sessão gaming mais puxada e a autonomia sofre com isso. Mas ainda assim este modelo é capaz de te acompanhar numa sessão bastante prolongada do teu jogo favorito.
O carregador de 65 watts também carrega com uma velocidade que não traz desespero a ninguém. Em pouco mais de uma hora leva a bateria dos 0% aos 100%. Mas não há carregamento sem fios.
Portanto, a autonomia e a bateria robusta podem ser bons argumentos para o preço elevado, mas a ausência de carregamento sem fios é um facto difícil de contornar. Por um custo superior a mil euros, devíamos ter esta funcionalidade.
Ah, a câmara...
Como último ponto, avaliemos as capacidades fotográficas do ROG Phone 7 Ultimate. Recorde-se que conta com uma configuração de câmara traseira tripla com um sensor primário de 50 megapixéis, um ultra grande angular de 13 megapixéis e ainda um sensor macro de cinco megapixéis.
Este não é um ponto de destaque neste smartphone. A câmara tem espaço para melhorar, em primeiro lugar, nas especificações incluídas e depois nos resultados apresentados.
As fotos captadas não são más, mas também não são fantásticas e vimos aqui espaço para melhorar. Era desejável um pouco mais de detalhe, melhores resultados em condições de luminosidade menos favoráveis e um pouco menos de ruído.
Este não é um smartphone para amantes da fotografia. Também não é a isso que se propõe, mas tendo em conta o seu segmento e o seu preço, podia ser um pouco melhor. Talvez numa próxima iteração, os resultados fotográficos sejam mais “Ultimate” do que são agora.
Notas finais
A primeira conclusão a retirar com o Asus ROG Phone 7 Ultimate é que a qualidade paga-se. A segunda é que este modelo está concebido para um público-alvo muito bem definido. Tendo estas duas premissas em mente, estamos perante um dos melhores smartphones do universo Android.
Sim, as câmaras podem melhorar. Mas este também não é um smartphone direcionado para a fotografia.
Ao ser utilizado numa ótica de produtividade ou, ainda melhor gaming, o ROG Phone 7 Ultimate brilha, proporcionando efetivamente uma experiência Ultimate. E é exatamente a isso que o modelo se propõe.
A caixa vem “bem recheada”, trazendo inclusive um sistema de ventilação exterior. Apesar de o ROG Phone 7 Ultimate nunca atingir uma temperatura que possa ser considerada perigosa, mas é um facto que o AeroActive Cooler 7 melhora a experiência, ajudando na fluidez e rapidez de navegação.
O ecrã deslumbra. É rápido na atualização, bastante responsivo, fornece cores reais em conteúdos exibidos com detalhe e nitidez.
O preço é premium, na minha opinião, em demasia. Mas para quem tem um orçamento generoso e uma veia gamimg, este é o modelo a comprar.
A favor
Ecrã fantástico, responsivo e com cores reais
Desempenho poderoso
Bom feedback háptico
Bateria robusta e boa autonomia
Contras
Preço elevado
Câmara com espaço para melhorar
Manuseamento com AeroCooler 7 acoplado
Design | 4,5 |
Construção | 4,5 |
Ecrã | 5 |
Áudio | 4,5 |
Desempenho | 4,5 |
Interface | 4,5 |
Câmara | 3,5 |
Bateria | 4,5 |
Qualidade/Preço | 4 |
Pontuação | 4,3 - Muito bom |
Especificações técnicas
- Ecrã: 6,78 polegadas, AMOLED, 165 Hz, 1500 nits (pico), 2448x1080 pixéis
- Processador: Tensor G2
- RAM: 16 GB
- Armazenamento: 512 GB
- Câmaras: 50 MP (principal), 13 MP (ultrawide), 5 MP (macro), 32 MP (frontal)
- Bateria: 6.000 mAh, 65 W (com fios)
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