Pulseiras de smartwatches têm produtos tóxicos "para sempre": diz estudo

Luís Guedes
Luís Guedes
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Nos últimos tempos, foi descoberto que, afinal, os smartwatches que usamos podem não ser tão seguros como achávamos. Isto porque, supostamente, as pulseiras dos relógios das principais marcas têm altas concentrações de PFAS (substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquilas).

A informação foi obtida num estudo da Environmental Science & Technology Letters (ESTL), citado pela Android Authority. Estes tendem a ser conhecidos como produtos tóxicos “para sempre”, já que os seus químicos sintéticos são de difícil composição e acumulam-se no corpo, ao longo do tempo.

É só nos smartwatches que estes químicos são usados?

De acordo com a mesma fonte de informação, não podemos dizer que estes PFAS são usados unicamente nos smartwatches. Por outras palavras, estes também existem em produtos populares, como carpetes, colchões, embalagens ou roupas à prova d’água, por exemplo.

A questão é que os cientistas da ESTL sugerem que estes elementos tóxicos podem gerar condições de saúde problemáticas. Ou seja, aumentar riscos de alguns cancros, distúrbios hormonais ou até atrasos de desenvolvimento, nos mais novos.

Uma das preocupações generalizadas acerca deste tipo de químicos tem a ver com a sua disseminação. Efetivamente, ao vazarem para a água, solo e comida, por exemplo, os estudiosos receiam um possível impacto negativo na saúde pública.

Pulseiras de smartwatches têm concentrações de químicos tóxicos “mais altas” que o normal

Apesar de haver produtos químicos nefastos em mais produtos, não deixa de ser relevante destacar os valores observados em smartwatches.O estudo da ESTL aponta que este tipo de relógios, muitas vezes, têm uma concentração elevada de ácido perfluorohexanoico (PFHxA).

Ainda que os cientistas consigam extrair o PFHxA da superfície das pulseiras, alteram para o facto de poderem ser facilmente absorvidos pela pele. O estudo realça ainda o perigo potencial deste químico interagir “com suor e poros abertos na pele", já que muitos smartwatches são usados para treinar.

Quem se pronunciou sobre o assunto foi Graham F. Peaslee, físico da Universidade de Notre Dame. Em declarações à revista Salon, o próprio diz que a descoberta nem foi propositada, numa fase inicial. Como o próprio explica, os cientistas viram um anúncio de um smartwatch, viram a referência de fluoroelastómero na composição e decidiram investigar.

“Isso foi único no sentido de que foi a primeira vez que encontramos apenas um PFAS, e ele estava em concentrações muito altas — muito mais altas do que normalmente encontramos em produtos de consumo” - explica Peaslee, principal autor do estudo.

Vale a pena referir que muitas das principais marcas de smartwatches apostam no fluoroelastómero, muito pela sua durabilidade. Os especialistas sugerem que o utilizador considere optar por relógios que usam pulseiras alternativas a este material.

Luís Guedes
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É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.