Nos últimos anos, a Meta introduziu cerca de 50 ferramentas com foco na segurança infantil no Facebook e no Instagram. Mas segundo o chefe de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, poucos pais e responsáveis estão a utilizar essas funcionalidades.
A declaração vem num momento no qual a pressão regulatória está a crescer sobre as empresas de tecnologia para proteger as crianças e os jovens de conteúdo prejudicial. Recentemente o governo australiano anunciou planos para proibir os adolescentes mais novos de acessar as redes.
Como contornar a falta de iniciativa das famílias
A revelação foi feita por Clegg durante um evento organizado pela Chatham House em Londres, conforme noticiou o The Guardian. Segundo o ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido, há um "pequeno problema comportamental" no que condiz à utilização dos recursos de controlo parental e proteção aos jovens.
“Uma das coisas que descobrimos… é que mesmo quando construímos esses controles, os pais não os usam. [...] Então temos um pequeno problema comportamental, que é: nós, como uma empresa de engenharia, podemos construir essas coisas e então dizemos em eventos como este 'Demos aos pais opções para restringir a quantidade de tempo que as crianças ficam online'. Os pais não utilizam isso”, explicou Clegg.
Embora a Meta tenha afirmado que há evidências de que as suas redes sociais registam uma experiência positiva para a "esmagadora maioria dos jovens", denúncias de casos de suicídio entre jovens após serem expostos a conteúdo prejudicial nas plataformas fez com que novos cuidados fossem exigidos da empresa.
Talvez como uma tentativa de driblar a possível falta de conhecimento das famílias sobre a existências dos recursos, a Meta anunciou no último dia 18 o lançamento das Contas Adolescentes no Instagram.
O novo formato da rede social contará com proteções integradas e vai incluir os adolescentes já presentes na plataforma automaticamente. As definições de segurança só poderão ser alteradas com permissão dos pais ou responsáveis.