Nokia quer voltar ao topo do mercado. Contará com o Android da Google

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 5 min.

Domingo, dia 25 de fevereiro, dia das maiores apresentações no Sirocco. Seria esta fabricante finlandesa que mais smartphones traria ao mundo e mais do que isso...Não foi por acaso que o vice-presidente do setor de software e desenvolvimento do sistema Android subiu ao palco. Nenhuma outra fabricante usufruiria de tão notória presença como a Nokia. Nenhuma seria, como a Nokia, um apoio tão grande da Google.

Vê ainda: d

Empresas que partilham uma visão, segundo o próprio VP do departamento de software e Android na Google. Nada mais nada menos do que u. Foi nesse momento que percebemos que esta seria uma das próximas grandes construtoras a nível mundial. Todas as peças estão no sítio e já se começam a mover...alea jacta est.

Ainda que para já permaneça modesta com 1% da quota de mercado de smartphones a nível mundial - dados da IDC - os objectivos da Nokia são claros. Chegar ao Top 5 das construtoras de dispositivos móveis. Para tal apoiar-se-á em plataformas como o Android One, libertando-se dos encargos com atualizações de software dos seus smartphones. Algo que passará a ser garantido pela própria Google.

Google ficará responsável por atualizar os smartphones da Nokia com Android One

Para o consumidor isto significa que, em dispositivos como o Nokia 7 Plus, 8 Sirocco ou 6 (2018), usufruirá de uma experiência de utilização com Android puro. Fornecido pela própria Google sem qualquer alterações da fabricante. Mais ainda, contará com atualizações periódicas de segurança. Para a Nokia será menos um "fardo" nos seus ombros. Estrategicamente genial!

A fabricante finlandesa abriu mão da possibilidade de criar uma interface própria onde poderia colocar as suas aplicações. Em vez disso, concentrar-se-á na produção e desenvolvimento de hardware. Canalizará os seus esforços e recursos na distribuição dos seus smartphones Android.

Nostalgia, tão ou mais forte e crucial do que a Google

Para alcançar os seus objectivos, a Nokia apoiar-se-á, de igual forma, em algo tão ou mais importante do que a Google. A nostalgia e o carinho pela "velha" Nokia. Com novos telemóveis comemorativos das suas velhas glórias. Depois de em 2017 termos ficado a conhecer o "novo" 3310, em 2018 temos o novo "Banana Phone".

Nokia 8110, agora com 4G e preparado para 2018

Desta forma, conseguirá também suprir as necessidades de quem procura um telemóvel para as necessidades mais básicas. Sim, ainda existe um mercado muito considerável para este tipo de dispositivos móveis. Nem todos os consumidores precisam ou procurar um novo smartphone (Android ou iOS).

Mercado norte-americano será um obstáculo

Para já, segundo nos conta a Cnet, o único mercado onde a Nokia poderá sentir alguns entraves e dificuldades a entrar será o norte-americana. Na segunda-feira passada, Florian Seiche, CEO da HMD Global, afirmaria que não existem planos para vender os novos equipamentos nos Estados Unidos da América. Todavia, entretanto voltaria atrás na decisão e afirmaria que o Nokia 6 (2018) chegaria ao 3º maior mercado mundial de smartphones. Contudo, não estaria disponível através de nenhuma das operadoras.

Vê ainda: d One e Go revelados no MWC

Segundo a própria HMD Global, a Nokia já está entre as 5 maiores fabricantes num total de 15 mercados. Todavia, ainda existe um longo percurso pela frente, até que finalmente consigam estar (novamente), entre as 5 maiores marcas de dispositivos móveis no mundo.

As novas apostas desta marca que quer voltar ao topo do mercado

As novas apostas desta marca que quer voltar ao topo do mercado de dispositivos móveisPara al chegar, socorrer-se-á do seu novo Nokia 1. Dispositivo extremamente modesto, lançado ao abrigo da plataforma "Go Edition". Esta á uma iniciativa da Google que agrega aplicações otimizadas para correr em smartphones com 1GB ou menos de memória RAM. Em suma, para espalhar a Nokia e o seu Nokia 1 por todos os mercados em desenvolvimento. O preço deste smartphone ficará bem abaixo dos 100 dólares ou 100 euros. Poderás consultar aqui todos os detalhes deste equipamento.

Android One e Android "Go", a solução ideal?

Não temos dúvidas de que ao delegarem na Google as competências para a atualização e fornecimento do software, a marca pode concentrar-se mais na produção e distribuição do hardware. Mais ainda, não temos a menor dúvida de que o Android puro com atualizações frequentes da Google traga uma nova popularidade para a Nokia e os seus smartphones.

Agora, é necessário ter os pés bem assentes na terra. Não podemos ignorar os "gigantes" no caminho da Nokia. A Huawei. A Apple. A Samsung. Nenhuma destas fabricantes convidará a concorrência para os lugares de topo. A HMD Global tem perfeita noção disso mesmo e todos os seus anúncios e estratégias parecem reflectir isso mesmo.

Nokia 8 Sirocco é o novo smartphone premium da HMD Global

Não será um caminho fácil mas acredito que em pouco tempo a Nokia conquiste para si o mercado de gama baixa ou de entrada em vários países. Não tenho dúvidas de que numa questão de 2 a 3 anos esteja no Top 5 das construtoras Android quando olhamos para o segmento de entrada ou gama média.

Contudo, o segmento Premium da Nokia ainda está muito "verde". Temos agora um novo Sirocco que mais não é do que um "miminho" para os fãs mais devotos da marca. Não pode ser encarado como um rival do Samsung Galaxy S9. Não tem chances perante um iPhone X da Apple. O Huawei Mate 10 Pro ri-se do Nokia 8 Sirocco.

De qualquer forma, não temos dúvidas que de o novo Sirocco não tenha sido concebido para fazer frente a estes titãs. Esse papel está reservado para o Nokia 9 e/ou Nokia 10... E tu, acreditas no potencial desta marca?

Assuntos relevantes na 4gnews:

de gama?

Huawei Mate 10 Pro lidera os smartphones no AnTuTu benchmark

Huawei P20 Lite poderá contar com câmaras da LEICA

Fonte |

Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.