Os despedimentos coletivos e lay-offs continuam a afetar as principais empresas do ramo tecnológico norte-americano. Até ao momento, apenas a Apple aparenta estar imune a esta tendência que se faz sentir da Google à Microsoft e, com particular intensidade na gigante das vendas online, a Amazon.
Seja devido a uma conjetura económica desfavorável, ou à necessidade interna de reestruturação e reajuste da massa laboral, certo é que desde o final de 2022 que esta é a tendência junto das Big Tech. Porém, a Microsoft está agora debaixo de fogo ao ter aparentemente organizado um concerto secreto para 50 dos seus executivos de topo.
Concerto intimista em Davos, na Suíça, para 50 executivos de topo na Microsoft
A problemática? O facto de este espetáculo privado ter sido realizado cerca de um dia antes de a gigante de Redmond ter anunciado a vaga de despedimentos mais recente. O tema tornou-se "viral" em plataformas como o Twitter nas últimas horas.
Ou seja, enquanto a cúpula da empresa desfrutava do concerto privado estrelado por Gordon Matthew Thomas Sumner, popularmente conhecido por Sting, 10 mil trabalhadores perderiam os seus postos de trabalho.
E, veja-se bem, ainda que este tipo de ações de cortesia seja perfeitamente comum no seio empresarial, certo é que o momento não poderia ser pior. Sobretudo na era das redes sociais e do imediatismo em que tudo se sabe numa questão de segundos.
Sting terá sido a estrela do concerto secreto para a cúpula da Microsoft
O caso foi trazido à ribalta por diversas publicações como o The Wall Street Journal, ocorrendo quase em simultâneo com o despedimento em massa no seio da Microsoft. Recordamos que este corte nos trabalhadores afetou cerca de 5% da massa laboral da empresa norte-americana.
Entre as justificativas para os despedimentos, a Microsoft apontou um período pós-pandémico delicado que obrigou a empresa a reduzir severamente nas despesas. Por outras palavras, operaram um reajuste na balança comercial, diminuindo os encargos com trabalhadores e cortando postos que poderiam ser considerados redundantes.
O anúncio desta decisão difícil foi, então, precedido pelo suposto concerto privado em Davos, na Suíça. O espetáculo terá sido organizado pela Microsoft para incentivar os seus executivos de topo, perfazendo cerca de meia centena de convidados.
Horas depois do concerto a Microsoft anunciaria o corte de 10 000 postos de trabalho
Em suma, nas vésperas de um dos maiores despedimentos em massa no seio da Microsoft a sua cúpula assistia a um concerto privado estrelado por Sting.
O pior de tudo? Conforme avançam as fontes citadas, um porta-voz da empresa terá previamente negado qualquer rumor de layoffs, só para estes se materializarem pouco depois.
Numa nota estritamente pessoa, pedir-se-ia um pouco mais de coerência nesta grande tecnológica. Este tipo de ações são comuns e têm o seu lugar, sejam os "mimos" e cortesias empresariais, até aos mais duros cortes nos vínculos laborais.
Os maiores lay-offs das Big Tech até ao momento:
- Amazon: 18 000 funcionários - 2022
- Alphabet (Google): 12 000 funcionários - 2023
- Meta (ex-Facebook): 11 000 funcionários- 2022
- Microsoft: 10 000 funcionários - 2023
- SalesForce: 8 000 funcionários - 2022
- HP: 6 000 funcionários - 2022
- Twitter: 3 700 funcionários - 2022
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