A Inteligência Artificial (IA) continua a evoluir e começa a ser bastante útil na área da saúde. No Reino Unido, uma ferramenta de IA chamada Mia conseguiu detetar sinais de cancro na mama em 11 mulheres.
De acordo com a BBC, os sinais não foram detetados por médicos. “Mia” foi testado pelo National Health Service e analisou mais de 10.000 casos. Desses, a maioria estava livre de perigo. Contudo, a ferramenta foi capaz de ver para além dos casos já identificados pelos doutores.
A mesma fonte de informação conta a história de Barbara, uma das 11 pacientes identificadas por Mia. O seu tumor tinha 6 mm e foi detetado cedo, pelo que o período de tratamento foi rápido e eficiente.
A própria refere que o tratamento não foi invasivo. Antes pelo contrário, dá conta que a cura baseada em IA é muito mais cómoda do que métodos tradicionais.
Mia consegue fazer os diagnósticos rapidamente
Outra vantagem associada a Mia é o facto de conseguir tirar conclusões rapidamente. Como refere a BBC, a ferramenta consegue reduzir o tempo de espera de 14 para 3 dias.
Sobre a grande capacidade de Mia, a diretora de estratégia da Kheiron Medical explica o processo de desenvolvimento. Sarah Kerruish afirma que foram precisos seis anos e que este funciona com a computação em nuvem da Microsoft.
Com base nas palavras de Kerruish, Mia foi treinada com base em “milhões” de mamografias, de mulheres de todo o mundo.
Um médico entrevistado pela BBC vê a IA como uma “parceira” da medicina
Segundo a própria, “acho que a coisa mais importante que aprendi é que quando se desenvolve IA para uma situação de saúde, é preciso construir a inclusão desde o primeiro dia” (via BBC).
Um dos entrevistados pela BBC, Doutor Gerald Lip, revê-se nesse conceito de inclusão. Ou seja, o médico não vê Mia como algo que lhe pode roubar o trabalho. Antes pelo contrário, vê em Mia uma ferramenta capaz de o ajudar a passar mais tempo com os doentes.
Embora o potencial de Mia esteja à vista, não se trata de uma tecnologia perfeita. Não tendo acesso ao histórico dos pacientes, é possível que identifique eventuais sinais inofensivos do corpo.
A Royal College of Radiologists identifica a IA como uma “força formidável”
Nesse sentido, a fase é ainda de testes. De qualquer forma, o Royal College of Radiologists (RCR) vê bastante potencial na tecnologia.
“Não há dúvida de que os radiologistas clínicos da vida real são essenciais e insubstituíveis, mas um radiologista clínico que utiliza insights de ferramentas de IA validadas será cada vez mais uma força formidável no tratamento de pacientes." - refere a Dra. Katharine Halliday, do RCR.
A previsão é que os testes continuem a ser feitos, de forma a mitigar ao máximo os efeitos do cancro. Por enquanto, as perspetivas são boas e, como refere Halliday, os resultados são “encorajadores” (via BBC).