Metaverso: conhece os 10 principais riscos de segurança

Bruno Coelho
Bruno Coelho
Tempo de leitura: 4 min.

O Metaverso é uma das terminologias mais usadas nos últimos tempos. Embora seja um termo inicialmente cunhado por Neal Stephenson em 1992, só recentemente, com a possibilidade da sua adoção no Facebook (agora Meta), começou a ser mais badalado.

Este assume-se como um novo mundo (virtual) onde se integram diferentes tecnologias para oferecer uma experiência completa ao utilizador. A Meta (Facebook), Microsoft, Vodafone e Qualcomm são algumas das empresas tecnológicas que estão mais envolvidas no investimento nesta área.

A Bloomberg Intelligence avançou em 2021 que o valor do metaverso já se situava em 500 mil milhões de dólares. Mas segundo a mesma fonte, a oportunidade de mercado será de 800 mil milhões até 2024.

No mais recente relatório da Prosegur Research denominado “Luzes e Sombras do Metaverso” são levantadas todas as suas questões de segurança. Isto porque o metaverso oferece uma imensa variedade de comportamentos, alguns dos quais ilegais. Esta fonte acabaria por revelar os principais 10 riscos de segurança do Metaverso.

  1. Espaço económico não regulamentado: nem o metaverso, nem os espaços cripto são tão regulamentados como o mundo físico e da banca, tornando-os um elemento atrativo para os autores de fraudes e cibercriminosos. A falta de conhecimento por parte dos utilizadores e das empresas pode facilitar o sucesso de esquemas fraudulentos sustentados pela tecnologia. A isto há que acrescentar os riscos já presentes na Internet, tais como os ciberataques, especialmente os ransomware, que procuram sequestrar dados armazenados exigindo um resgate financeiro.
  2. Roubo de identidade: as pessoas podem ser vítimas de roubo de dados pessoais, quer financeiros ou biométricos, que podem ser comercializados ou utilizados ilicitamente, no próprio metaverso ou no ambiente físico.
  3. Extorsão: a utilização de avatares por criminosos – através da gravação de conversas ou interações – permite a extorsão de conteúdos aos consumidores, sob a ameaça de publicação de informações pessoais.
  4. Gamificação perversa: permite a utilização de dispositivos de realidade aumentada de uma forma imprudente ou descuidada para a segurança, ao assumir em comportamentos de risco ou colocando pessoas sem intenção criminosa em situações comprometedoras, por exemplo, dando acesso a áreas restritas. Esta tecnologia dá uma maior sensação de imersão que facilita esquemas de coação e manipulação para ter um maior impacto sobre as vítimas.
  5. Polarização social: existe um elevado risco de polarização política e social dada a hiperindividualização dos conteúdos. A tecnologia permitiria uma visão característica e única do mundo para cada utilizador, e por isso assinalou-se que conteúdos que não correspondem aos gostos ou ideias de cada pessoa poderiam ser bloqueados visual e/ou auditivamente.
  6. Captação e radicalização: a falta de registo das comunicações (chat de texto, chat de voz, utilização de espaços físicos nos jogos) e a sensação de anonimato facilitam interações sensíveis para recrutar jovens para as organizações criminosas ou terroristas.
  7. Condutas violentas: o metaverso permite uma transferência real de comportamentos intimidantes ou violentos, tais como abuso ou assédio para o plano virtual, de forma semelhante ao que acontece nas redes sociais; além disso, estes são levados a cabo num ambiente difícil de investigar e processar.
  8. Exposição de menores: embora o avatar não tenha uma presença física enquanto tal, o facto de as interações entre utilizadores serem reais e poderem ocorrer sem supervisão, aumenta a probabilidade de circunstâncias sob anonimato em que menores curiosos sejam expostos a todos os riscos acima mencionados.
  9. E-learning criminal: no contexto em que as comunicações convencionais são facilmente rastreáveis pelas autoridades, o metaverso é um cenário ideal para aumentar a transferência de conhecimentos e atividades de planeamento de operações para organizações criminosas e terroristas (replicar cenários de ataque, simuladores de voo, simular a resposta das forças de segurança ou dos serviços de emergência com o desenvolvimento da IA, entre outros).
  10. Riscos físicos: não podemos ignorar a transferência de riscos económicos e físicos para o ambiente real, bem como novos riscos para a saúde e integridade física do utilizador, tais como vertigens, quedas ou ciberdoenças, tal como assinalado pelo Fórum Económico Mundial (FMI) quando aponta efeitos a longo prazo, tais como a perda de coordenação visual.

Consulta todas as questões com mais detalhe no relatório "Luzes e Sombras do Metaverso”, da Prosegur Research a partir deste link.

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Bruno Coelho
Bruno Coelho
Está na 4gnews desde 2017, onde dá asas à sua paixão por escrever sobre as novidades tecnológicas. Durante esse período já fez mais de 100 reviews e marcou presença em alguns dos grandes eventos tecnológicos, como a Mobile World Congress e IFA.