O terceiro e último dia da Web Summit está concluído. Tivemos conversas com grandes figuras do Signal, Meta, Altice Portugal e uma vencedora inédita do prémio PITCH.
Theneo vence prémio PITCH na Web Summit
Num dos últimos momentos do dia, o aguardado prémio para a melhor startup em competição na Web Summit 2022 foi para a Theneo. Uma startup de IA da Geórgia foi coroada pela Web Summit, em parceria com a Siemens.
Ana Robakidze, CEO da fundadora da Theneo, mostrou-se obviamente feliz com a premiação entre as 105 startups a concurso. "Somos a primeira empresa georgiana a chegar tão longe em qualquer tipo de grande competição de startups. Sinto que vai além de mim ou da minha empresa. Também representa muito para o meu país", referiu.
Pode o David competir com o Golias?
Embora esteja entre os serviços de mensagens diretas mais seguros no mundo, o Signal não é propriamente um dos primeiros nomes que vem à cabeça dos utilizadores. Serviços como o WhatsApp ou mesmo o Telegram construíram um estatuto (e número de utilizadores) difícil de abalar.
Nesta sessão, Meredith Whittaker, presidente do Signal, propôs-se a analisar o fenómeno dos ‘monopólios naturais’ que se criaram ao longo da última década no ramo tecnológico. E a executiva fala com toda a propriedade, já que fez parte da Google durante 10 anos.
Saiu em 2019 da gigante de Mountain View e há menos de dois meses tornou-se presidente do Signal. E quando se fala em modelos de negócio mais assentes na vigilância que na privacidade, Meredith Whitaker aponta setas ao WhatsApp.
A executiva refere que, efetivamente, as mensagens enviadas no WhatsApp obedecem aos mesmos protocolos do Signal - ou seja, são encriptadas. Mas os dados do perfil do utilizadores ou os grupos onde se insere não escapam às amarras da app detida pela Meta (ex-Facebook).
E é neste ponto que a executiva choca por completo com o WhatsApp. Estes têm imensos dados dos utilizadores, e é aí que assenta o seu modelo de negócio. Enquanto que, o modelo de negócio do Signal assenta na privacidade.
Vamos deixar a internet e entrar no metaverso?
O metaverso foi um tema recorrente durante toda a Web Summit 2022. Nada melhor do que ouvir Naomi Gleit, líder de produto da Meta sobre o tema. Imediatamente se questionou a 'resistência' de muitos ao metaverso pelo forte envolvimento da Meta.
A executiva da empresa liderada por Mark Zuckerberg foi taxativa ao dizer que "não vai ser dona do metaverso". Tal como nenhuma empresa é dona da internet, "nenhuma empresa o vai conseguir".
Para Naomi Gleit, o futuro será experienciar a internet a três dimensões, com as tecnologias a ser desenvolvidas. Tal como o smartphone substituiu outros aparelhos na nossa vida, a executiva acredita que no futuro um headset VR pode ser parte da vida de muitos.
Como se traz a Web Summit à vida?
Trazer o maior evento tecnológico do mundo à vida não é tarefa fácil. Desde 2016 que a Web Summit se realiza em Lisboa (sempre que o foi possível fazer fisicamente). O evento tem como palco principal a Altice Arena. Numa conversa sobre trazer a tecnologia a Portugal, Ana Figueiredo falou-nos dos desafios (e também dos números) que envolvem trazer um evento desta magnitude ao nosso país.
Entre 2016 e 2021, registaram-se 288 terabyte de tráfego de dados, e serão perto de 50 terabyte nesta edição. A executiva realçou ainda que a estrutura montada estaria preparada para 150 mil dispositivos conectados simultaneamente. Para tal, mais de 50 km de cabo foram instalados.
O certame não terminou sem as despedidas e a promessa de regresso em 2023 de Paddy Cosgrove. A cerimónia de encerramento foi conduzida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
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