Itália bane ChatGPT do país abrindo precedente na Europa

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 3 min.

A nação italiana, com base em preocupações para com a privacidade dos seus cidadãos decidiu agora banir a plataforma ChatGPT do seu país. A Itália torna-se assim no primeiro Estado na Europa a tomar uma postura marcadamente adversa a este chatbot.

O robot de conversa potenciado e criado pela OpenAI tem tomado o mundo de assalto, vivendo-se um autêntico período de ansiedade de IA com todas as grandes tecnológicas a querer incorporar as suas capacidades nos respetivos produtos e serviços.

Incidente prévio de fuga de dados alerta as autoridade italianas

We of course defer to the Italian government and have ceased offering ChatGPT in Italy (though we think we are following all privacy laws).Italy is one of my favorite countries and I look forward to visiting again soon!

— Sam Altman (@sama) 31 de março de 2023

Desde o seu lançamento em novembro de 2022 que o robot de conversação mais conhecido como ChatGPT tem surpreendido os utilizadores, críticos e fãs por todo o mundo. Sobretudo pela sua capacidade de resposta coesa, mas também pelas suas implicações e, mormente, pelas potenciais aplicações.

Podendo versar sobre prosa ou texto lírico, o ChatGPT é uma fonte aparentemente infindável de informação, interação, conversação e esclarecimento de dúvidas. Não tardaria, porém, para que alguns alertas começassem a surgir entre a comunidade internacional.

Porém, agora é a Itália a dar o primeiro passo e tomar uma posição firme perante o ChatGPT. É a primeira nação da Europa a efetivamente banir o uso e disponibilidade do chat potenciado pela IA invocando o perigo para com a privacidade dos utilizadores.

Falha no ChatGPT deixou escapar dados dos utilizadores

We took ChatGPT offline Monday to fix a bug in an open source library that allowed some users to see titles from other users’ chat history. Our investigation has also found that 1.2% of ChatGPT Plus users might have had personal data revealed to another user. 1/2

— OpenAI (@OpenAI) 24 de março de 2023

O "acidente" ocorrido a 20 de março foi prontamente reconhecido pelo CEO da OpenAI, a empresa que detém e desenvolve a plataforma ChatGPT, Sam Altman. O executivo deu também a conhecer todos os trabalhos encetados no sentido de colmatar a falha nos dias que se seguiram.

Porém, para o governo da Itália, tal não bastou. O futuro da plataforma ficou então traçado no seu país, tendo agora sido publicada uma decisão final que prontamente deixou a comunidade tecnológica com novos receios.

Poderão outras nações seguir o exemplo da Itália e banir o ChatGPT em mais países? Certo é que este fenómeno não é ignorado pelos demais Estados europeus, sem que, porém, nenhum outro tenha tomado uma postura tão severa.

União Europeia prepara a sua regulamentação para a Inteligência Artificial

#IA : "Nous sommes le premier continent à avoir bâti une réglementation pour l'intelligence artificielle", assure @ThierryBreton. "La loi existe, a été votée par le Conseil européen et sera votée en avril au Parlement. Faire une loi en 2 ans, c'est un exploit !" @franceinter pic.twitter.com/YXwvATkXQ5

— Alexandra Bensaid (@Alex_Bensaid) 1 de abril de 2023

A Itália pede também uma regulação mais severa da IA e das suas potenciais aplicações. Em simultâneo, a União Europeia prepara o seu regulamento sobre a temática à medida que a tecnologia continua a avançar e permear as nossas vidas.

Em suma, o bloqueio do serviço ChatGPT na Itália veio trazer à luz a necessidade de proteção das nossas informações e privacidade na nova era da IA. Agora, aguardamos pelo legislador europeu e respetivas disposições normativas.

AI BANNED IN ITALY, after regulators found ChatGPT ILLEGALLY and unethically scraped/processed user data and materials without consent or compensation. Italy becomes the FIRST country to stand up for human rights against unethical AI by banning ChatGPT. INVESTIGATIONS are now… pic.twitter.com/4DhNIxF97S

— MAiJiN.THE ARTIST (@MAiJiNTHEARTIST) 31 de março de 2023

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.