Uma investigação conjunta da Universidade de Ruhr, na Alemanha, e do Instituto Max Planck para Sistemas de Software analisou como os mecanismos de busca baseados em inteligência artificial (IA) – como o Google AI Overviews, o Gemini 2.5 Flash e o modo de pesquisa web do GPT-4o – diferem das pesquisas tradicionais do Google.
O estudo mostra que os resultados gerados por IA tendem a recorrer a fontes menos populares e a sites que, muitas vezes, nem aparecem entre os 100 primeiros resultados de uma pesquisa orgânica feita no Google.
De acordo com os investigadores, fazem uso de domínios menos conhecidos, apresentando referências diferentes da lista de links convencional do Google.
A equipa baseou o estudo em consultas provenientes de várias origens, incluindo perguntas submetidas ao ChatGPT (dataset WildChat), tópicos políticos da plataforma AllSides e os 100 produtos mais pesquisados na Amazon.
Resultados apontam para maior diversidade de fontes
Os dados revelam que os sites citados pelas buscas com IA situam-se fora dos domínios mais populares monitorizados pelo Tranco. No caso do Gemini, a mediana das fontes analisadas ficou fora do top 1.000. Já o Google AI Overviews apresentou 53% das referências fora do top 10 do Google e 40% nem sequer surgiam entre os 100 primeiros resultados para a mesma pesquisa.
Apesar disso, os investigadores destacam que as buscas com IA não são necessariamente de pior qualidade. Ferramentas baseadas em modelos GPT costumam citar fontes fidedignas, como organizações oficiais e enciclopédias, evitando recorrer a redes sociais.
Além disso, conseguem combinar o conhecimento pré-treinado com informações encontradas na web, produzindo respostas mais diretas, completas e contextuais.
Vantagens e limitações das buscas com IA
Entre os pontos positivos, destaca-se a capacidade da IA para sintetizar grandes volumes de informação e apresentar resumos concisos. No entanto, essa compressão pode omitir detalhes secundários ou nuances importantes, especialmente em consultas ambíguas, como nomes idênticos de pessoas diferentes.
Outro desafio prende-se com consultas recentes ou em tempo real. Nesses casos, mecanismos como o GPT-4o com Search Tool podem depender excessivamente de dados pré-treinados, levando a respostas incompletas ou a pedidos de mais contexto, em vez de procurar diretamente informação atualizada.
Em suma, a pesquisa reforça que os motores de busca com IA estão a transformar a forma como encontramos informação online, oferecendo mais diversidade de fontes, mas também novos desafios em termos de precisão e atualidade dos resultados.
