IA da Google: avanço tecnológico ou catástrofe ambiental? Relatório preocupa

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 2 min.

Não há bela sem senão e o crescimento da Google em termos de Inteligência Artificial (IA) é prova disso mesmo. Aparentemente, há um grande dilema que a empresa tem pela frente: evoluir cada vez mais a sua IA ou proteger o meio ambiente.

Isto porque o Relatório Ambiental de 2024 feito pela marca é tudo menos animador. De acordo com a AI News, as emissões de carbono têm aumentado a um ritmo de 50% nos últimos cinco anos.

Entre 2019 e 2023, houve um aumento de emissão de 3,6 milhões de toneladas de carbono

Escusado será dizer que se trata de um valor preocupante e uma grande parte desses valores deve-se à grande aposta em IA. Por isso mesmo, é possível que a Google tenha de recalcular a sua aposta nesta área, já que os malefícios estão à vista.

Colocando isto em números concretos, conseguimos analisar que a Google aumentou de 9,7 milhões de toneladas métricas de CO2 para 14,3, só entre 2019 e 2023. Com a aposta cada vez mais evidente em IA, a tendência natural seria aumentar. Contudo, a Google pronunciou-se sobre o assunto.

“A IA está num ponto de inflexão, e muitos fatores influenciarão o seu impacto final — incluindo a extensão da adoção da IA, a nossa capacidade de mitigar a sua pegada e o ritmo de inovação e eficiência contínuas” - pode ler-se no relatório.

Google Relva
Imagem Ilustrativa (via Copilot)

A Google quer atingir a neutralidade carbónica até 2030

Pelo menos, a empresa pronuncia-se acerca deste problema, no entanto já se sabe que o mundo corporativo vive de resultados e a IA tem sido destaque nisso mesmo. Como refere a mesma fonte, a Google prometeu ter energia livre de carbono até 2030.

Se assim será ou não, uma coisa é certa: o cenário atual está bem distante disso mesmo. Os serviços da Google são cada vez mais ricos em IA, assim como os telemóveis Pixel e tudo isso requer treinar modelos que requerem quantidades enormes de energia.

“À medida que integramos ainda mais a IA nos nossos produtos, a redução de emissões pode ser desafiadora devido às crescentes demandas de energia da maior intensidade da computação de IA e às emissões associadas aos aumentos esperados no nosso investimento em infraestrutura técnica” - acrescentou a Google.

Na crise climática que vivemos, a Google não é a única “má da fita”. Afinal de contas, muitas das grandes empresas de tecnologia têm tido gastos assombrosos com IA e o crescimento desta parece ser ilimitado.

A Microsoft também aumentou 30% de emissões desde 2020

No entanto, é possível que estes números da Google sirvam de lembrete para abordagens diferentes no futuro. A própria empresa o reconhece, já que deixar de apostar em IA não parece uma opção colocada em cima da mesa.

Por isso, como refere a AI News, o objetivo pode passar por investir em fontes de energia renováveis. Talvez assim a Google consiga os objetivos de zero carbono até 2030, o que continua a ser um plano bem ambicioso.

É interessante olhar para a Microsoft e ver que a empresa também chegou a manifestar o mesmo objetivo. O problema é que, tal como na Google, as emissões de carbono não param de crescer e aumentaram 30% desde 2020.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.